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Você é viciado em seus sintomas? Veja isso

O Vício nos Sintomas: A Armadilha Inconsciente do Sofrimento e do Alívio

A busca por alívio das angústias é uma experiência universal. Em momentos de dor, seja ela emocional ou física, o ser humano naturalmente procura uma saída, uma forma de amenizar o sofrimento. No entanto, a dinâmica entre o sofrimento e o alívio pode se tornar uma armadilha perigosa, onde algumas pessoas, de maneira inconsciente, se “viciam” em seus próprios sintomas. Este fenômeno é intrigante e complexo, pois envolve tanto aspectos psicológicos quanto emocionais profundos que podem, sem que o indivíduo perceba, perpetuar um ciclo de dor e alívio ilusório.

Como Acontece o Vício nos Sintomas

O processo começa de maneira sutil. Diante de uma situação dolorosa ou estressante, o indivíduo experimenta angústia, ansiedade ou depressão. A dor emocional é intensa e, para lidar com ela, ele busca formas de alívio. Esse alívio pode vir de diversas fontes: comportamentos autodestrutivos, hábitos prejudiciais, lembranças dolorosas que são revividas constantemente ou até mesmo interações com outras pessoas que reforçam essas emoções negativas.

terapia de casal

O alívio que surge após esses comportamentos é, no entanto, temporário. O cérebro, ao reconhecer a diminuição da dor, associa essas ações ou pensamentos ao alívio, criando um ciclo vicioso. Com o tempo, a pessoa pode começar a repetir esses comportamentos ou a reviver essas lembranças dolorosas, não necessariamente porque quer sentir dor, mas porque, de maneira inconsciente, deseja o alívio que vem após a dor.

Esse ciclo se torna viciante porque o alívio, mesmo que temporário, é percebido como uma recompensa. O cérebro humano é programado para buscar recompensas e evitar punições, e essa dinâmica é explorada pelo próprio inconsciente para manter o ciclo de sofrimento e alívio. A dor se torna, paradoxalmente, um caminho para um momento de alívio, reforçando a necessidade de revivê-la.

Por Que Isso Acontece?

Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento desse “vício” nos sintomas. Um deles é a dificuldade em lidar com emoções e situações difíceis de maneira saudável. Em vez de confrontar a dor e buscar soluções duradouras, a pessoa recorre ao caminho já conhecido do alívio temporário. Além disso, o medo do desconhecido e da mudança pode fazer com que o indivíduo prefira permanecer no ciclo familiar de dor e alívio, em vez de enfrentar o desafio de romper com esses padrões.

Outro fator importante é a baixa autoestima. Pessoas que não se sentem merecedoras de felicidade ou de paz interior podem, inconscientemente, sabotar seu próprio bem-estar, perpetuando situações que causam dor e reforçam a crença de que não merecem ser felizes. Esse tipo de pensamento pode ser tão arraigado que o indivíduo sequer percebe que está se autossabotando.

Como Combater o Vício nos Sintomas

Romper com o ciclo de vício nos sintomas não é uma tarefa simples, mas é possível. A psicanálise pode desempenhar um papel crucial nesse processo, ajudando o indivíduo a tomar consciência desses padrões e a compreender as razões profundas por trás deles. O autoconhecimento é a chave para quebrar o ciclo.

Primeiramente, é importante que a pessoa reconheça o padrão em que está presa. Isso pode ser feito através da reflexão e da autoanálise, ou com o auxílio de um terapeuta. Identificar os gatilhos que levam ao comportamento repetitivo de busca por alívio é um passo essencial.

Em seguida, é necessário desenvolver novas formas de lidar com a dor e as emoções negativas. Em vez de buscar alívio temporário, a pessoa deve ser encorajada a explorar soluções mais duradouras e saudáveis. Isso pode incluir o desenvolvimento de novos hábitos, a prática da resiliência emocional, e a busca por atividades que promovam o bem-estar e a felicidade de maneira genuína.

Outro aspecto fundamental é trabalhar a autoestima. Através da terapia, o indivíduo pode começar a reconhecer seu valor e a entender que merece uma vida plena e feliz. Ao fortalecer sua autoestima, ele se torna menos propenso a sabotar seu próprio bem-estar e mais capaz de enfrentar desafios sem recorrer aos antigos padrões de comportamento.

Por fim, é essencial que a pessoa entenda que o caminho para a cura é um processo, e que recaídas podem acontecer. No entanto, cada pequeno passo em direção ao autoconhecimento e à mudança é uma vitória que deve ser celebrada. A jornada pode ser longa, mas o destino – uma vida livre do ciclo de sofrimento e alívio – vale cada esforço.

Conclusão

O vício nos sintomas é uma armadilha sutil que pode aprisionar muitas pessoas em um ciclo de dor e alívio ilusório. No entanto, ao tomar consciência desses padrões e ao buscar alternativas mais saudáveis, é possível romper esse ciclo e alcançar um bem-estar genuíno e duradouro. A psicanálise oferece um caminho profundo de autoconhecimento e transformação, ajudando o indivíduo a entender suas motivações inconscientes e a encontrar formas mais construtivas de lidar com suas emoções. Com determinação e apoio adequado, é possível superar essa dinâmica e viver uma vida mais plena e satisfatória.

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Como construir relacionamentos amorosos saudáveis?

Por que tantas pessoas enfrentam dificuldades em construir relacionamentos amorosos saudáveis? Essa é uma pergunta que ecoa nos consultórios de psicoterapia ao redor do mundo. A psicanálise, com sua profunda exploração do inconsciente, oferece insights valiosos para compreender as raízes dessas dificuldades.

As raízes do problema:

  • Experiências infantis: As relações que estabelecemos na infância, especialmente com nossos pais e cuidadores, moldam nossas expectativas e padrões de comportamento em relacionamentos futuros. Feridas emocionais não curadas podem levar a dificuldades em confiar, se conectar e expressar nossas necessidades.
  • Medos e inseguranças: O medo de ser abandonado, de não ser amado ou de se machucar pode sabotar relacionamentos antes mesmo que eles comecem. Essas inseguranças, muitas vezes inconscientes, podem manifestar-se como comportamentos autossabotantes.
  • Padrões de relacionamento repetitivos: É comum que as pessoas repitam padrões de relacionamento que aprenderam na infância, mesmo que esses padrões sejam dolorosos. Isso ocorre porque o familiar, por mais que seja desconfortável, pode parecer mais seguro do que o desconhecido.
  • Dificuldades em comunicar nossas necessidades: Muitas pessoas têm dificuldade em expressar seus sentimentos e necessidades de forma clara e assertiva, o que pode levar a mal-entendidos e conflitos.
  • Medo da intimidade: A intimidade emocional pode ser assustadora, pois nos expõe à vulnerabilidade. O medo de ser rejeitado ou de perder a individualidade pode levar as pessoas a criar barreiras emocionais.
terapia de casal

Como a psicanálise pode ajudar:

A terapia psicanalítica oferece um espaço seguro para explorar as raízes dessas dificuldades, permitindo que a pessoa:

  • Compreenda as origens de seus padrões de relacionamento: Através da análise dos sonhos, dos lapsos de memória e das associações livres, é possível identificar as experiências da infância que influenciam o presente.
  • Lidar com as emoções dolorosas: A terapia proporciona um ambiente de contenção emocional, onde as pessoas podem expressar seus sentimentos sem julgamentos.
  • Desenvolver novas formas de se relacionar: Com o auxílio do terapeuta, é possível aprender novas formas de se comunicar, de expressar suas necessidades e de construir relacionamentos mais saudáveis.
  • Aumentar a autoestima: A terapia psicanalítica pode ajudar a pessoa a desenvolver uma imagem mais positiva de si mesma, o que é fundamental para construir relacionamentos satisfatórios.

É importante ressaltar que construir relacionamentos saudáveis é um processo gradual e exige esforço e dedicação. A terapia psicanalítica pode ser uma ferramenta poderosa para superar as dificuldades e encontrar a felicidade nos relacionamentos amorosos.

Se você se identifica com alguma dessas dificuldades, não hesite em buscar ajuda profissional. Um psicoterapeuta pode te auxiliar a compreender suas dinâmicas relacionais e a construir relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios.

Como construir relacionamentos saudáveis?

Compreender as raízes das nossas dificuldades é o primeiro passo, mas não o único. Construir relacionamentos saudáveis exige um esforço contínuo e a disposição para aprender e crescer. A seguir, apresentamos algumas dicas práticas para cultivar relacionamentos amorosos mais satisfatórios:

  • Comunicação aberta e honesta: A comunicação é a base de qualquer relacionamento. É fundamental aprender a expressar seus sentimentos e necessidades de forma clara e assertiva, sem culpar ou atacar o outro. Ao mesmo tempo, é preciso estar aberto a ouvir e compreender a perspectiva do parceiro.
  • Cultivo da empatia: Colocar-se no lugar do outro é essencial para fortalecer a conexão e resolver conflitos. A empatia nos permite compreender as emoções e as necessidades do parceiro, mesmo quando elas são diferentes das nossas.
  • Respeito mútuo: O respeito é um pilar fundamental em qualquer relacionamento. Respeitar o outro significa valorizar suas opiniões, sentimentos e limites. É fundamental evitar comportamentos controladores ou manipuladores.
  • Confiança: A confiança é construída ao longo do tempo através da honestidade e da confiabilidade. É importante cumprir as promessas e ser transparente nas suas ações.
  • Compromisso: Um relacionamento saudável exige compromisso e dedicação. É preciso estar disposto a investir tempo e energia na relação, mesmo nos momentos mais desafiadores.
  • Espaço pessoal: Cada pessoa precisa de seu próprio espaço para se desenvolver e crescer. Respeitar o espaço pessoal do parceiro é fundamental para manter a individualidade dentro do casal.
  • Resolução de conflitos: Conflitos são naturais em qualquer relacionamento. O importante é aprender a resolvê-los de forma construtiva, através do diálogo e da negociação.
  • Autocuidado: Cuidar de si mesmo é essencial para ter uma vida amorosa saudável. Ao cuidar da sua saúde física e mental, você estará mais preparado para oferecer o seu melhor em um relacionamento.

Lembre-se: construir um relacionamento saudável é um processo contínuo que exige esforço e dedicação de ambas as partes. Não existe uma fórmula mágica, mas ao seguir essas dicas e buscar apoio profissional quando necessário, você estará dando um passo importante em direção à felicidade nos relacionamentos amorosos.

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Terapia de Casal: como ser um bom par no relacionamento?

Como fazer sua parte para a felicidade do seu relacionamento?

A jornada de um casal, repleta de alegrias e desafios, exige dedicação, compreensão e, acima de tudo, a construção de uma relação sólida. Mas nem sempre um relacionamento se mantém saudável. Às vezes, sentimentos não resolvidos, diferenças culturais e de criação ou outros aspectos fazem com que o relacionamento de um casal enfrente crises durante sua existência. A terapia de casais surge como um porto seguro nesse trajeto, oferecendo ferramentas valiosas para fortalecer o vínculo e superar obstáculos.

Ser um bom par não se resume a um conjunto de regras, mas sim ao cultivo de um amor genuíno e à construção de uma parceria duradoura. Através da terapia, casais podem aprimorar suas habilidades de comunicação, resolver conflitos de maneira eficaz e fortalecer a confiança mútua.

As dicas que você vai ler em seguida não devem ser vistas como uma receita pronta para o sucesso em uma relação, mas certamente contribuem, quando colocadas em uso, para um bom relacionamento a dois.

terapia de casal

Neste guia prático, exploraremos algumas dicas essenciais para se tornar um bom par:

1. Comunicação: a chave para o entendimento

  • Diálogo aberto e honesto: Quer ser um bom namorado ou namorada? Conversem abertamente sobre seus sentimentos, necessidades e expectativas. Escutem com atenção um ao outro, sem julgamentos ou interrupções. Quando nós nos sentimos ouvidos, sentimos que a outra pessoa realmente se importa com nossas opiniões. E se importar é uma forma de amar.
  • Linguagem corporal: A comunicação não verbal também é crucial. Mantenham contato visual, demonstrem interesse genuíno e pratiquem a escuta ativa. Linguagem corporal também tem a ver com a forma em que transmitimos expressões com nosso corpo. Mostrar carinho, atenção, cuidado e amor podem ser feitos com gestos também.
  • Empatia e validação: Esforcem-se para compreender a perspectiva do outro, mesmo que discordem. Validem as emoções um do outro, criando um ambiente seguro para a expressão livre. Esse é um detalhe importante. Nem sempre vocês dois irão estar de acordo em tudo, mas quando houver uma diferença entre vocês, pensar no que o outro sente e dar valor a isso faz muita diferença. E evita brigas também.

2. Resolução de conflitos: construindo pontes em vez de muros

  • Abordagem construtiva: Evitem ataques pessoais e o uso de linguagem acusatória. Foquem no problema em questão e busquem soluções em conjunto. Muitas vezes, os casais tentam ver “quem tem razão” em uma discussão. Mas encontrar o “ganhador” ou ganhadora de uma briga é absolutamente inútil, você não vai ganhar um troféu por isso nem vai resolver o problema, ao contrário, pode acabar piorando-o. Em lugar disso, pense na sua parte de responsabilidade em resolver a questão de uma maneira respeitosa. Assim, os dois ganham.
  • Negociação e compromisso: Estejam dispostos a negociar e encontrar um terreno comum. Façam concessões e busquem soluções que beneficiem a ambos.
  • Perdão e reconciliação: Reconheçam seus erros e peçam desculpas sinceramente. Perdoem um ao outro e sigam em frente, aprendendo com a experiência. Acredite no poder do perdão!

3. Confiança: a base de um relacionamento sólido

  • Honestidade e transparência: Sejam honestos um com o outro, mesmo quando for difícil. Evitem mentiras e segredos que possam abalar a confiança.
  • Compromisso e fidelidade: Cumpram seus compromissos e demonstrem fidelidade um ao outro. Respeitem os limites da relação e evitem situações que possam colocar a confiança em risco.
  • Apoio mútuo: Estejam presentes um para o outro nos momentos bons e ruins. Celebrem as conquistas um do outro e ofereçam apoio emocional em momentos de dificuldade. E isso pode ser apenas palavras em um texto se não forem colocadas em prática. Se aconteceu algo bom para seu par, celebre! Convide ele ou ela para algo, ofereça uma noite especial, use sua criatividade. Aconteceu algo triste? Ofereça seu consolo, que deve ser sincero, afinal você ama seu par. Por isso, pense em maneiras de oferecer esse consolo, para dar conforto para a outra pessoa.

4. Intimidade no casamento: conectando-se em um nível mais profundo

  • Tempo de qualidade: Reservem tempo para se conectarem como casal, sem distrações. Façam atividades que ambos apreciam e conversem sobre seus sonhos e aspirações. Isso não conta o tempo em que estão vendo algum filme ou série, a menos que os dois façam uma pausa de boa duração para conversar tranquilamente e depois, continuar assistindo o que viam antes. Se você tiver dificuldades nesse sentido, programe esses momentos, vão a um parque ou comer um lanche e simplesmente conversem, sem preocupações em quê coisas conversar, apenas conversem livremente. Com o tempo, isso vai se tornar um hábito, muito saudável, de vocês dois.
  • Carinho e afeto: Demonstrem seu amor e carinho um pelo outro através de gestos simples, como abraços, beijos e palavras de afeto. E apesar que isso pareça até lógico, infelizmente, muitas pessoas têm dificuldade para expressar o que sentem, seja pela forma em que cresceram, seja pela personalidade ou outros fatores. E é verdade que o amor se demonstra de muitas maneiras, mas os gestos de carinho são parte desse pacote. Se você não tem o costume de beijar e abraçar, comece devagar. Tente pequenos carinhos e quando se acostumar, evolua para outros carinhos, mais expressivos.
  • Intimidade física: Explorem sua sexualidade de maneira prazerosa e consensual. Respeitem os desejos e limites um do outro e comuniquem-se abertamente sobre suas necessidades. Novamente, esse assunto é grandemente influenciado pela cultura, forma em que cresceram (influência familiar), religiosidade, personalidade entre outros fatores. Quero frisar aqui que, dentro de quatro paredes, um casal deve decidir entre os dois o que será respeitoso e apropriado. Por isso é tão importante que o casal converse de maneira franca sobre sexo. Saber as preferências, desejos e fantasias um do outro é essencial para que tenham uma vida sexual agradável.

5. Crescimento individual e mútuo:

  • Persigan seus sonhos: Apoiem o crescimento individual um do outro. Incentivem seus hobbies, metas e paixões. Realizar juntos sonhos tanto do casal como de cada um, ajuda a unir os dois. Quais são os desejos de seu par? Quais os seus desejos? Trabalhem para realizar esses desejos juntos!
  • Aprendam juntos: Estejam abertos a novas experiências e aprendam juntos. Cresçam como indivíduos e como casal. Esse “aprender juntos” pode envolver conhecer atividades em que os dois possam participar, como algum jogo ou esporte, alguma atividade ao ar livre (ou não), uma habilidade manual, artesanato, cozinha…Usem a imaginação!
  • Adaptabilidade e flexibilidade: Sejam flexíveis e adaptem-se às mudanças da vida. Enfrentem os desafios juntos e busquem soluções criativas. Em alguns momentos na vida de um casal, eles irão enfrentar situações que irão mudar suas circunstâncias, várias vezes. Pode ser uma mudança de casa, cidade ou país, pode ser uma mudança de trabalho de algum dos dois, uma doença, a vinda de um familiar para morar na mesma casa do casal, um filho ou filha…E aí o casal deve se adaptar a essa situação, fazer novos planos e seguir em frente. Não é fácil fazer isso, mas vale um relacionamento fazer.

Lembre-se: Se vocês como casal estiverem passando por um momento difícil, a terapia de casais pode ser um guia valioso em sua jornada. Um terapeuta experiente pode oferecer um espaço seguro e imparcial para que vocês explorem seus desafios, fortaleçam seus pontos fortes e construam um relacionamento mais feliz e saudável.

Investir em seu relacionamento é um investimento em sua felicidade e bem-estar. Ao seguirem estas dicas e buscarem ajuda profissional quando necessário, casais podem construir uma relação duradoura, repleta de amor, respeito e cumplicidade.

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Ela/Ele me traiu, e agora? Entendendo a traição nos relacionamentos amorosos

Traição nos Relacionamentos: Entendendo as Razões por Trás do Ato

Olá, meus amigos! Hoje vamos abordar um assunto delicado, mas extremamente importante: a traição nos relacionamentos amorosos. Essa é uma questão que afeta muitos casais e pode causar dor, desconfiança e até mesmo o fim de um relacionamento. No entanto, é fundamental entendermos os motivos por trás desse ato, para que possamos lidar com ele de forma mais saudável e construtiva.

Motivos que Podem Levar à Traição

Como psicanalista, posso comentar que existem diversos fatores que podem contribuir para a ocorrência da traição em um relacionamento. Quero deixar claro que estou apenas comentando alguns motivos e não justificando uma traição. Alguns deles são:

  1. Insegurança e Baixa Autoestima: Quando uma pessoa se sente insegura em relação a si mesma ou ao seu valor dentro do relacionamento, ela pode buscar validação e atenção em outras pessoas, levando-a a trair seu parceiro. Isso acontece geralmente quando a pessoa ao mesmo tempo em que sente baixa autoestima, de repente recebe a atenção que sempre sonhou por parte de outra pessoa. Essa pessoa pode transmitir a sensação de compensar os sentimentos de insegurança e baixa autoestima, estimulando que aconteça a traição.
  2. Necessidade de Novidade e Excitação: O relacionamento pode se tornar rotineiro e faltar a emoção e a adrenalina que a pessoa buscava no início. A traição pode ser uma forma de preencher essa lacuna. Se o relacionamento for muito previsível e essa característica não agradar a uma das partes, uma traição pode acontecer.
  3. Problemas de Comunicação e Intimidade: Quando os parceiros não conseguem se comunicar de forma efetiva, expressar seus sentimentos e necessidades, a traição pode surgir como uma válvula de escape. Uma das partes (ou as duas) podem sentir que o casamento, o relacionamento deles está perdendo o sentido, pois eles não se falam como deveriam. E novamente, entra em cena uma nova pessoa que essa sim escuta com atenção e se comunica bem.
  4. Vingança e Ressentimento: Em alguns casos, a traição pode ser uma forma de se vingar de um parceiro que tenha cometido alguma ofensa ou de se livrar de um ressentimento acumulado. Isso é muito comum. Em alguns casos, a parte infiel nem mesmo sente tanta atração pela pessoa com a qual irá trair, mas comete a traição alimentado(a) pelo desejo de vingança. Isso acontece muito quando existe um histórico de traição nesse relacionamento, e a parte inocente decidiu que vai trarir também.
  5. Necessidade de Poder e Controle: Algumas pessoas podem ver a traição como uma forma de exercer poder e controle sobre seu parceiro, demonstrando sua capacidade de seduzir outras pessoas. Isso pode acontecer em pessoas com fortes características narcisistas. O fato de se sentirem com poder sobre outros (mesmo sendo poder de sedução) as anima a quererem sempre conquistar pessoas, uma forma de se sentir com certo poder. Inclusive, essas pessoas, quando são descobertas, costumam dizer que se a outra parte não o perdoar, ela terá muitas opções pela frente, enquanto a outra parte, a inocente, ficaria “sozinha” (o que claro, é uma mentira).

Perceba que em muitos casos, em conjunto com uma crise no relacionamento, está a aparição de alguém que aparentemente satisfaz as necessidades de uma das partes. Em outros casos, a própria pessoa decide trair e até procura uma pessoa para cometer a traição.

A Psicanálise e a Compreensão da Traição

A psicanálise oferece uma perspectiva valiosa para entendermos a traição em um relacionamento. Ela nos ajuda a explorar as motivações inconscientes e os conflitos internos que podem levar uma pessoa a trair seu parceiro. É importante comentar que durante terapia, o objetivo é que você se conheça melhor

Em muitos casos, a traição pode estar relacionada a questões de apego e confiança, que se originam em experiências da infância. Pessoas que tiveram dificuldades em estabelecer vínculos saudáveis em suas relações familiares podem ter mais tendência a se envolver em comportamentos de traição.

Além disso, é importante destacar a importância da comunicação e da resolução de conflitos de forma construtiva. Quando os parceiros não conseguem lidar com suas diferenças e necessidades de forma adequada, a traição pode surgir como uma forma de escape. Um escape incorreto, mas é um escape.

E isso me faz lembrar de um ponto importante: deixar brigas sem resolução é uma péssima ideia. Sempre que um casal tiver um problema, esse problema deve ser resolvido, o mais breve possível. “Deixar para lá” o motivo de uma discussão nem sempre é a melhor saída. O problema irá continuar, sem resolução e poderá com o tempo crescer e evoluir para algo ainda mais complicado.

Portanto, é essencial que casais busquem entender as raízes psicológicas da traição, para que possam trabalhar em suas questões de forma mais profunda e eficaz. Apenas assim será possível construir relacionamentos mais saudáveis, baseados na confiança, no respeito e na comunicação aberta.

Lembre-se, meus amigos, que a traição não é uma sentença de morte para um relacionamento. Com compreensão, empatia e esforço de ambas as partes, é possível superar esse desafio e fortalecer ainda mais os laços que unem um casal.

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O Papel da Empatia na Psicoterapia

A empatia desempenha um papel crucial na prática da psicoterapia. Nós, como psicanalistas, reconhecemos que a habilidade de nos colocarmos na posição do outro e entender suas emoções e pontos de vista é vital para criar um vínculo terapêutico que seja tanto saudável quanto efetivo.

A empatia, habilidade fundamental na psicoterapia, consiste na capacidade de compreender e partilhar dos sentimentos e experiências do outro, mesmo sem vivenciá-los diretamente. No contexto terapêutico, o terapeuta empático busca entrar no mundo interior do cliente, captando suas perspectivas, emoções e motivações.

A Importância da Empatia na Psicoterapia

A empatia permite que o terapeuta crie um ambiente seguro e acolhedor, no qual o paciente se sinta compreendido e confortável para explorar suas emoções e experiências mais profundas. Quando o paciente percebe que seu terapeuta está realmente ouvindo e entendendo seu sofrimento, ele se sente mais disposto a se abrir e a confiar no processo terapêutico.

Além disso, a empatia ajuda o terapeuta a identificar padrões de pensamento e comportamento do paciente, permitindo uma compreensão mais profunda de suas dinâmicas psicológicas. Essa compreensão empática é fundamental para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas eficazes, que possam realmente atender às necessidades únicas de cada indivíduo.

Cultivando a Empatia na Prática Clínica

Como psicanalistas, entendemos que a empatia não é apenas uma habilidade, mas também uma atitude fundamental que deve ser constantemente cultivada e refinada. Isso envolve:

  1. Escuta Ativa: Estar plenamente presente e atento às palavras, emoções e nuances do paciente, sem julgamentos ou distrações.
  2. Curiosidade Genuína: Manter uma atitude de interesse e fascínio pelas experiências do paciente, buscando compreendê-las em profundidade.
  3. Suspensão de Julgamentos: Evitar fazer suposições ou tirar conclusões precipitadas, mantendo uma mente aberta e receptiva.
  4. Reflexão e Autoconhecimento: Estar atento aos próprios sentimentos, preconceitos e limitações, de modo a evitar que eles interfiram na compreensão empática do paciente.

A empatia é um pilar fundamental da psicoterapia psicanalítica. Ao nos colocarmos no lugar do outro, compreendendo seus sentimentos e perspectivas, podemos estabelecer uma relação terapêutica saudável e eficaz, que permita ao paciente explorar suas emoções e experiências de forma segura e acolhedora. Cultivar a empatia é, portanto, uma tarefa essencial para todo psicanalista comprometido com o bem-estar e o desenvolvimento de seus pacientes.

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Por que “brincalhões” podem se tornar agressivos? Psicanálise Aplicada

Por que o brincalhão se torna um vulcão em erupção quando cobrado?

Em nosso dia a dia, encontramos diversos tipos de personalidades. Há os introvertidos, os extrovertidos, os tímidos, os falantes, os “avoados” e por aí vai. Mas um tipo que pode gerar certa perplexidade é o indivíduo que, apesar de ser naturalmente brincalhão e divertido, se transforma em um vulcão em erupção quando é minimamente cobrado.

Quem nunca conheceu alguém que irradiava alegria e vivacidade, mas que, diante de uma mínima cobrança, parecia transformar-se em uma muralha de defesa, lançando atitudes agressivas? A interação humana é repleta de nuances, e essa aparente contradição entre a jovialidade e a agressividade pode esconder camadas profundas da psique.

burnout agende sua consulta

Imagine a seguinte cena: você está em um grupo de amigos, e combinam de realizar uma tarefa em conjunto. Ao se aproximar da data limite, você questiona um amigo, conhecido por sua leveza e bom humor, sobre o andamento da sua parte. De repente, o clima muda completamente. A resposta, antes amistosa, torna-se ríspida e defensiva. Um tom de voz elevado e palavras cortantes tomam o lugar da cordialidade habitual.

O que faz com que o “Sr. Alegria” se transforme no “Sr. Estresse” em um piscar de olhos?

Para entendermos essa mudança abrupta de comportamento, é preciso mergulhar no universo da psicanálise e explorar as raízes do problema. Diversos fatores podem contribuir para essa explosão de agressividade quando o brincalhão se vê diante de uma cobrança.

1. Inseguranças camufladas:

Por trás da máscara da alegria e da descontração, pode se esconder um indivíduo inseguro e com baixa autoestima. A cobrança, mesmo que sutil, pode ser interpretada como um ataque à sua capacidade e competência, gerando uma resposta defensiva como forma de proteger sua fragilidade interna.

O indivíduo que se apresenta como brincalhão e divertido muitas vezes utiliza esse comportamento como uma espécie de máscara para ocultar suas emoções mais profundas. Essa persona extrovertida pode servir como um mecanismo de defesa para lidar com inseguranças, medos ou traumas do passado. Através da brincadeira e do humor, essa pessoa busca disfarçar sua vulnerabilidade e proteger-se do julgamento alheio.

Exemplo: Imagine o João, o “palhaço” da turma. Ele está sempre contando piadas e fazendo todos rirem. Mas, no fundo, ele se sente inferior aos amigos e tem medo de ser rejeitado. Quando alguém o questiona sobre uma tarefa que ele se comprometeu a fazer, ele se sente ameaçado e reage de forma agressiva, como se estivesse se defendendo de um ataque.

2. Frustração: o monstro de olhos azuis:

A vida adulta é repleta de responsabilidades e prazos. Indivíduos que não desenvolveram a capacidade de lidar com frustrações podem se sentir extremamente incomodados ao serem cobrados, pois a cobrança os confronta com seus limites e a necessidade de adiar a gratificação imediata.

Exemplo: A Maria é a “rainha da organização”. Ela sempre faz tudo certinho e no prazo. Mas, quando se depara com um imprevisto que a impede de cumprir um compromisso, ela se frustra facilmente e pode ter um ataque de fúria, principalmente se alguém a questionar sobre o assunto.

3. Infância e cobranças excessivas: fantasmas do passado:

As raízes do problema podem estar na infância. Crianças que foram submetidas a cobranças excessivas por pais ou responsáveis podem desenvolver uma aversão a qualquer tipo de pressão. Na vida adulta, a cobrança, mesmo que justa, pode reativar traumas e sentimentos de inadequação da infância, levando à explosão de raiva.

Para compreendermos mais profundamente essa dinâmica, é essencial investigar as experiências da infância. Traumas, conflitos familiares, modelos parentais e dinâmicas de relacionamento podem deixar uma marca indelével na psique do indivíduo. Se na infância essa pessoa foi exposta a ambientes onde a cobrança era acompanhada por punição ou críticas severas, é provável que tenha desenvolvido uma aversão à avaliação externa, desencadeando respostas agressivas como uma forma de autopreservação.

Exemplo: O Pedro sempre foi o “queridinho” da professora. Ele era obrigado a tirar boas notas e ser o melhor em tudo. Essa pressão constante o deixou com sequelas. Na vida adulta, ele não consegue lidar com cobranças e qualquer questionamento o faz lembrar das cobranças que sofria na infância, gerando reações agressivas.

4. Falta de assertividade: um cabo de guerra na comunicação:

A comunicação assertiva é fundamental para uma boa relação interpessoal. Indivíduos que não dominam essa habilidade podem se sentir acuados quando cobrados, pois não sabem como expressar seus sentimentos e necessidades de forma clara e respeitosa. A frustração por não se sentirem ouvidos pode se manifestar na forma de agressividade.

Exemplo: A Ana é uma pessoa muito tímida. Ela tem dificuldade em se expressar e dizer o que pensa. Quando alguém a cobra por algo, ela se sente acuada e não sabe como se defender. Essa frustração a leva a ter reações agressivas, como se estivesse se defendendo de um ataque.

O que fazer para domar esse vulcão?

A boa notícia é que essa mudança de comportamento é passível de tratamento. Através da psicanálise, o indivíduo pode:

  • Descobrir as raízes de suas inseguranças e desenvolver sua autoestima, se tornando mais confiante em suas capacidades;
  • Aprender a lidar com frustrações de forma mais saudável, desenvolvendo resiliência e tolerância à decepção;
  • Reconhecer e trabalhar traumas da infância, libertando-se dos fantasmas do passado.
  • Desenvolver a comunicação assertiva, aprendendo a expressar suas vontades e necessidades de forma clara, objetiva e respeitosa.

Além da psicanálise, algumas dicas podem ajudar o próprio indivíduo a domar o seu vulcão interno:

  • Autoconhecimento: Faça uma reflexão sobre si mesmo. Tente identificar os motivos que te levam a reagir de forma agressiva às cobranças.
  • Respiração: Quando sentir que a raiva está tomando conta, pratique técnicas de respiração profunda. Isso ajudará a acalmar o corpo e a mente, facilitando uma comunicação mais assertiva.
  • Empatia: Tente se colocar no lugar da pessoa que está te cobrando. Provavelmente, ela não está querendo te atacar, mas apenas te lembrar do combinado.
  • Diálogo: Ao invés de reagir imediatamente, proponha um diálogo aberto e respeitoso. Explique suas dificuldades e tente negociar prazos e expectativas.

Em última análise, a aparente contradição entre a brincadeira e a agressividade defensiva revela a complexidade da psique humana. Ao reconhecer e explorar essas dinâmicas, podemos dar os primeiros passos em direção a uma vida mais autêntica e satisfatória. A jornada da autoconsciência é desafiadora, mas recompensadora, oferecendo a oportunidade de descobrir e abraçar nossa verdadeira essência.

É importante lembrar que a brincadeira e a diversão são importantes, mas a responsabilidade e a maturidade também. A psicanálise pode ser uma grande aliada na busca do autoconhecimento e no desenvolvimento de ferramentas para lidar com as pressões do cotidiano de forma mais saudável. Ao domar o “vulcão interior”, o “Sr. Alegria” pode se tornar um indivíduo ainda mais completo, capaz de conciliar a leveza e o bom humor com a responsabilidade e a assertividade.

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Gaming e Narcisismo: quando um gamer é narcisista? Psicanálise Aplicada

Em primeiro lugar, preciso dizer a você que está lendo este artigo que eu me considero um “gamer”(pessoa que joga jogos eletrônicos periodicamente). E não vejo nada de errado em querer se divertir no mundo de aventuras que nos oferece os jogos eletrônicos. O ponto aqui é saber quando passamos do ponto do agradável e positivo e entramos no território do narcisismo.

O mundo dos jogos eletrônicos, um ambiente virtual repleto de desafios, competições e interações sociais, tem despertado interesse crescente no âmbito da psicologia, especialmente no que diz respeito às possíveis conexões com traços narcisistas. Vamos explorar como o narcisismo pode se manifestar nesse cenário e como a psicanálise pode oferecer insights valiosos.

Narcisismo: Uma Breve Visão Geral

O narcisismo, conforme definido na psicanálise, é um fenômeno que abrange desde a fase normal do desenvolvimento infantil até formas patológicas. Na infância, é esperado que a criança concentre sua atenção em si mesma antes de desenvolver a capacidade de se relacionar com os outros. No entanto, quando esses traços se tornam excessivos e prejudiciais, podemos estar diante do narcisismo patológico.

O narcisismo, na teoria psicanalítica proposta por Sigmund Freud, é uma fase normal do desenvolvimento infantil. Nessa fase, a criança direciona seu amor e atenção para si mesma, antes de se voltar para os outros. O termo “narcisismo” deriva da mitologia grega, em que Narciso se apaixonou por sua própria imagem refletida na água.

Tipos de Narcisismo:

  1. Narcisismo Primário: Essa é a fase inicial do desenvolvimento, em que o bebê está centrado em suas próprias necessidades e desejos. O bebê vê a mãe como uma extensão de si mesmo, contribuindo para a formação do eu.
  2. Narcisismo Secundário: À medida que a criança cresce, ela desenvolve a capacidade de se relacionar com os outros. No entanto, traços narcisistas podem persistir, e o equilíbrio entre o amor próprio e a consideração pelos outros varia.
  3. Narcisismo Patológico: Quando os traços narcisistas se tornam extremos e prejudiciais, é considerado narcisismo patológico. Isso pode se manifestar como uma falta de empatia, exploração dos outros para atender às próprias necessidades e uma busca incessante por admiração. E há dentro do narcisismo patológico vários variantes, como o narcisismo perverso, narcisismo vulnerável entre outros. Além disso, muitos autores usam outras definições para diversas variações do narcisismo.

Conexões Entre Narcisismo e Gaming:

  1. Busca por Admiração: Muitos jogadores buscam reconhecimento e admiração dentro das comunidades de jogos. Isso pode ser comparado ao narcisismo no sentido de uma busca por validação externa e destaque.

    Falando um pouco mais sobre isso, quero comentar algo que infelizmente é muito comum. Um jogador quando está em um grupo de gamers, procura aumentar ou “maquiar” seus resultados nos games que ele joga, talvez afirmando ter jogado milhares de horas, ter explorado o game de todas as maneiras possíveis e ainda afirmar que a melhor forma de jogar o game é a forma que ele desenvolveu, sendo que segundo ele, quem não jogar como ele afirma ser a forma correta, com certeza é um “amador”. Quando alguém apresenta gravações de seus jogos, ele tenta diminuir o valor ou a relevância da gravação.

    Outra situação acontece quando em uma comunidade nas redes sociais, um gamer procura se intitular com nomes suntuosos, que tentem transformá-lo em praticamente uma entidade do mundo dos games.
  2. Autoimagem Idealizada: A criação de avatares personalizados e a busca por conquistas virtuais podem refletir a construção de uma autoimagem idealizada. Os jogadores podem usar o ambiente virtual para expressar características que desejariam ter na vida real. Esse é um ponto bem interessante. Se nas redes sociais se utiliza comumente fotos perfeitamente editadas para que a pessoa pareça muito mais atraente do que realmente talvez seja, no mundo dos games isso é levado a outro nível. Muitos avatares em games exibem imagens de poder, em alguns casos usando uma foto pessoal editada para parecer uma celebridade ou de certa forma endeusada.
  3. Empatia Reduzida: Em alguns casos, jogadores extremamente focados em suas próprias conquistas podem apresentar uma empatia reduzida em relação aos outros jogadores. Isso se alinha com o narcisismo patológico, que muitas vezes envolve uma falta de consideração pelos sentimentos alheios.
    Isso se evidencia principalmente em comunidades gamer. Existe praticamente uma obsessão em se mostrar os resultados de partidas vitoriosas (as que a pessoa perdeu jamais serão mostradas), muitas vezes, junto com o vídeo da gravação da gameplay, há palavras de desafio ou até de ataque aos adversários derrotados.

A Psicanálise e o Mundo dos Games:

Ao analisar a relação entre narcisismo e gaming, a psicanálise pode oferecer abordagens terapêuticas valiosas. O psicanalista pode explorar as motivações subjacentes por trás do comportamento do jogador, buscando compreender se os traços narcisistas são uma extensão de características mais profundas ou uma expressão temporária no ambiente virtual.

Afinal, é preciso saber a origem desse comportamento. Por que a pessoa faz isso? Será que ela tem problemas com sua autoestima e usa seus resultados no game para compensar esses sentimentos negativos? Teria ela passado por algum momento traumático em algum momento em sua vida, em que ela foi talvez humilhada ou atacada de outra forma? Será que essa pessoa cresceu sendo feita acreditar que ela é merecedora de veneração por parte das outras pessoas? Existem muitas possibilidades. Somente durante terapia podemos entender melhor a pessoa e principalmente ela poderá entender a si mesma.

Tratamento e Reflexão:

O tratamento do narcisismo no contexto dos jogos envolve a análise das dinâmicas pessoais do jogador, buscando entender como o mundo virtual pode influenciar a autoimagem e as interações sociais. A terapia psicanalítica pode auxiliar na promoção de uma compreensão mais equilibrada do eu, incentivando a empatia e o reconhecimento das necessidades dos outros jogadores.

É importante dizer que assim como para muitas outras coisas na vida, o excesso sempre é perigoso. Disfrutar de um game pode ser muito divertido, social e inclusive pode ajudar a desenvolver habilidades. Existem inclusive, estudos que comprovam que essa atividade pode contribuir para nossas capacidades cognitivas. Há outros estudos que mostram até que video-games podem promover melhorar cardíacas em adultos jovens.

Mas o excesso de tempo que uma pessoa passa jogando pode gerar problemas de vários tipos. Ela pode deixar de conviver com amigos e familia, pode deixar de cumprir compromissos importantes e se realmente se tornar vício, pode fazer com que a pessoa não se sinta bem se não jogar todos os dias.

Não seria correto dizer que jogar games eletrônicos faz com que alguém desenvolva algum tipo de narcisismo. Mas uma pessoa que já tenha traços narcisistas pode usar os games como um novo canal para expressar seu narcisismo.

Agora falando sobre o tratamento de uma pessoa narcisista. Isso pode ser uma missão muito difícil, pois de maneira geral, um narcisista jamais admite sua situação. Ao contrário, ao ser confrontado, ele costuma culpar a outros, o sistema, a comunidade, qualquer pessoa, menos ele. E como ele não acredita que precisa de terapia, ele geralmente não procura tratamento, já que em sua mente, ele não precisa.

Reconhecer sua situação é certamente o primeiro passo. Isso abre as portas para que um processo terapêutico possa acontecer. Durante a terapia, a pessoa irá descobrir os motivos que levaram ela a desenvolver certos comportamentos e isso a ajudará a tomar boas decisões em sua vida, inclusive para corrigir comportamentos que ela entenda que podem prejudicar ela e outras pessoas.

Em última análise, a relação entre narcisismo e gaming é complexa e multifacetada. Enquanto alguns jogadores podem expressar traços narcisistas de forma moderada e inofensiva, outros podem apresentar comportamentos mais preocupantes. A psicanálise oferece uma lente valiosa para entender essas dinâmicas e orientar o tratamento, promovendo um equilíbrio saudável entre a autoexpressão virtual e as relações sociais no mundo real.

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Fontes bibliográficas:

Rivero, T. S., Querino, E. H. G., & Starling-Alves, I. (2012). Videogame: seu impacto na atenção, percepção e funções executivas. Neuropsicologia Latinoamericana4(3).

Brito-Gomes, J. L. D., Perrier-Melo, R. J., Brito, A. D. F., & Costa, M. D. C. (2018). Videogames ativos promovem benefícios cardiovasculares em adultos jovens? Ensaio clínico randomizado. Revista Brasileira de Ciências do Esporte40(1), 62-69.

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Por que existem pessoas exibicionistas? Psicanálise Aplicada

Explorando o Exibicionismo: Uma Perspectiva Psicanalítica

O exibicionismo é um fenômeno intrigante que, do ponto de vista psicanalítico, pode ter origens profundas na psique humana. É importante compreender e abordar essas questões de forma sensível e profunda. Neste artigo, exploraremos o exibicionismo, oferecendo uma visão psicanalítica, exemplos práticos e estratégias para lidar com indivíduos exibicionistas.

É importante mencionar que uma pessoa pode ter comportamento exibicionista por vários motivos e um deles pode ser por ela demonstrar características exibicionistas perversas. A perversão se refere à tendência de práticas e preferências sexuais atípicas, muitas vezes consideradas não aceitadas pela sociedade.

Neste artigo, vou comentar com você o exibicionismo como um todo, tanto dentro como fora da perversão.

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A Natureza do Exibicionismo na Psicanálise:

A psicanálise, criada por Sigmund Freud, propõe uma forma singular de compreender o comportamento humano. No que se refere ao exibicionismo, Freud associaria essa conduta à realização do instinto sexual, evidenciado pelo anseio de ser visto ou elogiado. A libido, de acordo com a teoria freudiana, procura incessantemente modos de se expressar, e o exibicionismo pode ser considerado como uma modalidade específica dessa expressão.

Exemplos Práticos de Comportamento Exibicionista:

  1. Exibicionismo Virtual:
  • A partilha excessiva de detalhes íntimos nas redes sociais pode ser uma manifestação moderna do exibicionismo. O envio dos famosos “nudes” seja via telefones celulares ou redes sociais é cada vez mais comum, tanto entre pessoas que estão em um relacionamento amoroso, como também pessoas que fazem essa troca “por diversão”, o que é algo realmente perigoso para as duas partes.
  • Pessoas que constantemente buscam validação online através de fotos sugestivas ou postagens provocativas, não necessariamente expondo nudez, mas sensualizando nas imagens. Muitas dessas pessoas fazem isso em alguns casos mais como uma expressão narcisista que apenas exibicionista. Você conhece alguém que nas redes sociais posta praticamente todo dia fotos fazendo “biquinho” simulando um beijo para a câmera?
  • Além desses, existem pessoas que gostam de se expor publicamente. Pode ser que uma pessoa decida por exemplo, estar sem roupas em casa, porém com janelas bem apertas, para que seja possível para quem está fora da casa dela vê-la sem roupas. E infelizmente, de vez em quando aparece nas notícias pessoas que decidem se expor, principalmente seus órgãos genitais em público ou para certo grupo de pessoas. Esse certamente é o pior dos casos.
  1. Exibicionismo no Ambiente Profissional:
  • Indivíduos que constantemente buscam chamar a atenção para suas conquistas profissionais, mesmo que de maneira inadequada. Claro que nesse caso, o narcisismo pode ser o motivo dessa exibição. A pessoa quer se sentir valorizada e mais que isso, quer sentir que é grandiosa e para isso está sempre exibindo seus “grandes feitos”.
  • Comportamentos que visam destacar suas habilidades em excesso, muitas vezes em detrimento das relações interpessoais no ambiente de trabalho.

Exibicionismo como perversão

É importante mencionar que o exibicionismo é geralmente associado à perversão, uma das instâncias da personalidade na Psicanálise (Perversão – Neurose – Psicose).

A perversão e o exibicionismo são conceitos frequentemente abordados na psicanálise. Na teoria psicanalítica de Sigmund Freud, a perversão refere-se a padrões sexuais atípicos ou desviantes. O exibicionismo, por sua vez, é uma forma específica de perversão.

A perversão não é considerada uma categoria patológica por si só na psicanálise, mas sim uma variação natural da sexualidade humana. Freud argumentava que a sexualidade humana é complexa e multifacetada, e as perversões não são necessariamente indicativas de um problema psicológico.

O exibicionismo, em particular (dentro da perversão), é caracterizado pelo prazer sexual obtido através da exposição dos genitais a estranhos. Na teoria psicanalítica, isso pode estar relacionado a questões de narcisismo e busca de reconhecimento. Freud discutiu sobre o papel do olhar e do ser olhado na sexualidade, e o exibicionismo pode ser compreendido à luz dessas dinâmicas.

Lidando com uma Pessoa Exibicionista:

  1. Abordagem Empática:
  • Busque entender as motivações por trás do comportamento exibicionista, sem julgamento. Um dos motivos por detrás de certos tipos de atitudes exibicionistas pode ser uma forma de se defender de um sentimento de baixa autoestima. A pessoa pode se sentir mal consigo mesma e para tentar combater esse sentimento, ela desenvolve atitudes exibicionistas, para que as pessoas a seu redor possam fazer elogios e assim, a pessoa possa se sentir melhor. Claro, nunca podemos descartar uma atitude narcisista também.
  • Reconheça as possíveis inseguranças subjacentes que podem estar impulsionando esse comportamento.

Importante comentar algo aqui. Não estou dizendo que você deve tolerar um ato exibicionista perverso, de maneira alguma. Inclusive, a lei proíbe esse tipo de atitude em público.

Art. 233. Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Código Penal Brasileiro

Quando eu falo em uma abordagem empática, me refiro principalmente ao exibicionismo narcísico, que muitas vezes não envolve a exposição genital pública (ou para uma pessoa ou grupo em particular). O narcisista exibe seus “grandes feitos” sem que essa exibição seja erotizada.

Por outro lado, uma pessoa que sai na rua sem roupas não necessariamente o faz porque é perverso. Essa pessoa pode estar passando por um episódio psicótico, e pode estar imaginando situações não sexuais, já que os psicóticos criam uma realidade paralela, que nem sempre é evidente para as demais pessoas. Lembre-se que o exibicionista perverso disfruta de um prazer sexualizado por se expor. O psicótico não necessariamente.

Estabelecendo Limites Saudáveis:

  • Comunique de maneira clara e firme quais comportamentos são aceitáveis e quais não são.
  • Incentive a busca de formas mais saudáveis de obter reconhecimento e validação, caso você perceba que tem atitudes exibicionistas

Motivações para o Exibicionismo:

Necessidade de Aprovação:

  • Pode ser uma tentativa de preencher lacunas emocionais através da aprovação externa, principalmente no caso de uma pessoa narcisista vulnerável
  • A insegurança pode impulsionar o desejo constante de validação.
  • O exibicionismo também pode ser uma defesa contra sentimentos profundos de vergonha e inadequação. A pessoa acredita que se exibindo, pode ter como resposta uma negativa de pensamentos ruins que a pessoa tem de si mesma (afinal, não sou feio/gordo/chato/etc)
  • Ao se destacar, a pessoa busca compensar essas emoções negativas.

Exibicionistas em todas as partes

Um detalhe importante é que praticamente todas as pessoas em algum momento, ou em muitos, vai apresentar um pouco de exibicionismo. Sabe aquele jantar elegante que você teve e quis postar no Instagram? E aquele prêmio que você recebeu no trabalho e fez questão de mostrar para seus contatos no Facebook?

O ser humano gosta de se exibir. Mas, claro, para tudo nesse mundo há limites. Conhecer esses limites preserva o bem-estar nosso e das pessoas em nossa volta.

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Medo de dizer o que pensa? Leia isso. Psicanálise Aplicada


Expressar a opinião é uma habilidade essencial para a vida em sociedade. É por meio da comunicação que nos relacionamos com os outros, compartilhamos ideias e construímos consensos. No entanto, algumas pessoas têm dificuldade em expressar suas opiniões, seja por medo de julgamento, de rejeição ou de conflito.

O que leva ao medo de expressar a opinião?

O inconsciente é a parte da mente que contém os pensamentos, sentimentos e memórias que estão fora do nosso alcance consciente. A psicanálise acredita que o inconsciente é um lugar de impulsos, desejos e conflitos que podem ter um impacto significativo em nosso comportamento, mesmo quando não estamos conscientes deles.

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O medo de expressar a opinião pode ser visto como um sintoma de um conflito inconsciente. A pessoa que tem medo de expressar sua opinião pode estar reprimindo pensamentos ou sentimentos que são considerados inaceitáveis ou perigosos. Vou dar alguns exemplos de situações e vivências que podem contribuir para que uma pessoa tenha dificuldades em se expressar livremente:

Autoritarismo dos pais: é importante dizer que há uma grande diferença entre autoridade e autoritário. Uma pessoa autoritária usa a intimidação para para impor suas opiniões e vontades. Geralmente, essas pessoas precisam gritar ou ameaçar para que os demais as obedeçam. Conhece alguém assim?

Por outro lado, uma pessoa que é uma autoridade não precisa de se impor. O que ela propõe geralmente é respeitado, pois os demais a veem como alguém que sabe o que está fazendo e reconhecem que é uma boa ideia seguir o que ela está propondo. Por outro lado, essa pessoa que é uma autoridade também valoriza as ideias dos demais, dessa forma, facilitando a comunicação e uma melhor tomada de decisões.

Quando uma criança cresce em um ambiente em que apenas deve obedecer “porque sim” e praticamente tudo o que ela pede ou propõe é visto como bobagem, ou como algo sem importância, ela pode crescer pensando que suas ideias não têm importância, o que é muito triste. Adulta, essa criança talvez evite propor ideias, pois pode pensar que sempre a outra pessoa terá melhores ideias.

Bullying: geralmente, quando se fala em bullying, as pessoas imaginam um grupo de crianças atacando verbalmente a uma outra criança. E sim, isso tem a ver com bullying realmente. Mas infelizmente, não é somente crianças e adolescentes que podem comenter bullying. Adultos também fazem isso e com grande frequência, muitas vezes disfarçando o ataque como uma “brincadeira”.

Pais, irmãos e outros parentes podem fazer “brincadeiras” com partes do corpo de uma criança, como as orelhas, a cabeça ou alguma característica de sua personalidade, como ser muito calado ou não ter muitas habilidades manuais, por exemplo. Isso vai destruindo a autoconfiança da criança, que a cada dia pensa que tem menos valor como pessoa. Com o passar do tempo, essa criança pode desenvolver um temor a se expressar, por achar que como ela não tem valor como pessoa, suas ideias tampouco terão.

Essa é talvez a mais cruel forma de bullying, pois geralmente ela é disfarçada de brincadeira ou até mesmo, como uma demonstração de “carinho”. Há crianças que, por tentarem se defender desse tipo de ataque, são vistas como “rebeldes” o que piora a situação.

Capacidades de comunicação diferentes: se uma pessoa têm capacidade de comunicação diferente, por exemplo, gagueira, problemas nos orgãos da fala ou padece de algum problema mental, ela pode desenvolver um receio de querer se comunicar, pensando que ninguém vai dar atenção para o que ela disser.

Existem diversos motivos que podem levar uma pessoa a ter medo de expressar sua opinião. Alguns dos mais comuns são:

  • Medo de rejeição: muitas pessoas têm medo de ser rejeitadas ou criticadas se expressarem suas opiniões, especialmente se essas opiniões forem diferentes das da maioria.
  • Medo de julgamento: o medo de ser julgado também é um fator que pode impedir as pessoas de expressarem suas opiniões. Algumas pessoas têm receio de ser julgadas por suas crenças, valores ou ideias.
  • Medo de conflito: o medo de conflito também pode levar as pessoas a evitar expressar suas opiniões. Algumas pessoas têm receio de causar brigas ou discussões se expressarem suas opiniões, especialmente se essas opiniões forem controversas.

Consequências do medo de expressar a opinião

O medo de expressar a opinião pode ter consequências negativas para a vida das pessoas. Algumas das consequências mais comuns são:

  • Dificuldade de se relacionar com os outros: pessoas que têm medo de expressar suas opiniões podem ter dificuldade de se relacionar com os outros, pois não conseguem compartilhar suas ideias e pontos de vista. Quando a pessoa se casar, pode ter grandes problemas com seu cônjuge, pois poderá simplesmente não se expressar, deixar que o outro decida tudo e quando sua opinião for pedida, a pessoa vai tentar se desviar disso. Com o tempo, essa pessoa vai acabar sendo vista como alguém que não quer se comunicar ou até mesmo o cônjuge pode começar a pensar que o outro não o ama ou não tem interesse nela ou nele. E claro, isso pode prejudicar o relacionamento.
  • Repressão de emoções: o medo de expressar a opinião também pode levar as pessoas a reprimir suas emoções, o que pode causar problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Freud em uma ocasião comentou que os sentimentos não expressados sempre voltam de uma maneira terrível. Isso pode ser refletido de muitas maneiras, inclusive com sintomas psicossomáticos como dores de estômago, por exemplo.
  • Perda de oportunidades: pessoas que têm medo de expressar suas opiniões podem perder oportunidades de crescimento pessoal e profissional, pois não conseguem se posicionar e defender seus interesses.
    Nos relacionamentos amoros, pode ser que uma pessoa nunca consiga expressar seus sentimentos para outra pessoa, deixando de criar um relacionamento. Até mesmo no trabalho, a pessoa pode perder oportunidades de uma melhora em seu trabalho se tiver receio de expressar suas ideias.

Como superar o medo de expressar a opinião?

Superar o medo de expressar a opinião é um processo que requer tempo e esforço. Algumas dicas que podem ajudar são:

  • Comece aos poucos:Uma forma de se tornar mais assertivo é ir aos poucos, sem se forçar a situações muito desafiadoras logo de cara. Você pode começar por falar o que pensa em contextos mais tranquilos e familiares, e depois ir ampliando sua confiança para outras situações mais complexas.
  • Pratique a comunicação: Uma forma de aprimorar a expressão oral e a defesa dos seus pontos de vista é praticar a fala em situações diversas. Busque momentos em que possa se expor diante de uma plateia ou entrar em discussões construtivas. E sim, pode ser que no começo essa tarefa seja muito difícil de fazer, mas vale muito a pena se esforçar. Também, esteja preparado para ouvir ideias contrárias as suas, afinal, ninguém é obrigado a pensar exatamente como nós. Pense nas diferenças de opinião como uma maneira de aperfeiçoar sua linha de raciocínio.
  • Busque ajuda profissional: se o medo de expressar a opinião estiver causando problemas significativos na sua vida, procure ajuda profissional. Um terapeuta pode ajudá-lo a identificar as causas do seu medo e desenvolver estratégias para superá-lo.

É possível vencer!

Expressar a opinião é um desafio para muitas pessoas que sentem medo de serem julgadas, rejeitadas ou incompreendidas. Essa questão complexa pode ter origens diversas, como traumas, inseguranças ou falta de confiança. Porém, é possível superar esse medo com prática e dedicação. Expressar a opinião é uma forma de se comunicar melhor, fortalecer os vínculos, conhecer a si mesmo e afirmar seus valores.

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Mecanismos de defesa do ego, o que são? Psicanálise Aplicada

Mecanismos de defesa do Ego – Entendendo o conceito

Você já se perguntou como a sua mente reage quando se depara com situações difíceis, estressantes ou dolorosas? Como você consegue equilibrar as suas emoções, os seus impulsos e as suas expectativas sociais? A resposta pode estar nos mecanismos de defesa do ego, que são estratégias inconscientes que o seu psiquismo utiliza para proteger-se de conflitos, angústias ou sofrimentos. Esses mecanismos foram descritos pela psicanálise, a abordagem criada por Sigmund Freud, que afirma a existência de três instâncias psíquicas: o id, o ego e o superego. Neste artigo, vamos conhecer melhor essas instâncias e os principais mecanismos de defesa do ego que elas mobilizam. Vamos lá?

O id é a fonte dos impulsos primários, como os sexuais e os agressivos, que buscam a satisfação imediata e não levam em conta as normas sociais ou as consequências. Esses impulsos podem entrar em conflito com o ego, que é a parte da personalidade que se adapta à realidade e busca o equilíbrio entre o id e o superego. Para lidar com esse conflito, o ego utiliza mecanismos de defesa, que são estratégias inconscientes para evitar ou reduzir a ansiedade gerada pela tensão entre o id e o superego. Alguns exemplos de mecanismos de defesa são a negação, a regressão, o deslocamento, a racionalização, a sublimação e a repressão. Esses mecanismos podem ser úteis em situações pontuais, mas se forem usados de forma excessiva ou inadequada, podem prejudicar o desenvolvimento psíquico e a saúde mental do indivíduo.

Existem vários tipos de mecanismos de defesa, que podem ser classificados em diferentes níveis de maturidade e eficácia. Alguns dos mais conhecidos são:

  • Repressão: consiste em afastar da consciência os pensamentos, sentimentos ou desejos que causam angústia ou culpa. Por exemplo, uma pessoa que sofreu um trauma na infância pode reprimir essa memória e esquecê-la completamente.
  • Negação: consiste em recusar a aceitar a realidade que é dolorosa ou ameaçadora. Por exemplo, uma pessoa que recebe um diagnóstico de uma doença grave pode negar a sua condição e agir como se nada tivesse acontecido.
  • Projeção: consiste em atribuir a outras pessoas ou objetos as características ou sentimentos que são inaceitáveis para o próprio indivíduo. Por exemplo, uma pessoa que tem inveja de alguém pode projetar essa inveja e acusar o outro de ser invejoso.
  • Racionalização: consiste em justificar as próprias ações ou emoções com argumentos lógicos ou racionais, mas que não correspondem à verdadeira motivação. Por exemplo, uma pessoa que trai o seu parceiro pode racionalizar o seu comportamento dizendo que o fez por amor ou por carência.
  • Formação reativa: consiste em expressar o oposto do que se sente ou pensa, como forma de negar ou ocultar o verdadeiro sentimento ou pensamento. Por exemplo, uma pessoa que odeia alguém pode demonstrar uma excessiva simpatia ou gentileza por essa pessoa.
  • Sublimação: consiste em canalizar os impulsos ou desejos inaceitáveis para atividades socialmente aceitas ou valorizadas. Por exemplo, uma pessoa que tem uma forte agressividade pode sublimá-la praticando um esporte competitivo ou uma arte marcial.

Os mecanismos de defesa do ego são importantes para manter o equilíbrio psíquico e evitar o sofrimento excessivo. No entanto, eles também podem ser prejudiciais quando são utilizados de forma excessiva, distorcida ou inadequada, impedindo o indivíduo de enfrentar a realidade e resolver os seus conflitos internos.

É importante mencionar que esses mencanismos se chamam “mecanismos de defesa” por um motivo simples: eles serem para nos defender. Portanto, eles tem uma importância grande para nosso bem estar. Claro, como comentei, o abuso deles, assim como o abuso de praticamente qualquer coisa pode ser prejudicial.

Entender que estamos nos defendendo de algo nos ajuda a entender o que é importante para nós, nossos medos, valores e muito mais. É fascinante nossa mente!

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