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Pessoas transformadas em objetos – Objetificação e Psicanálise

Ser considerado um objeto, uma coisa. Isso é o que acontece com muitas pessoas, infelizmente. E eu acho curioso que em espanhol o termo para objetificação é “coisificação” (cosificación). É como se a pessoa se tornasse um objeto, um produto, uma mercadoria que pode ser comprada, usada e descartada, quando perder sua função ou uso.

E é verdade que geralmente quando se fala nesse assunto, se pensa em mulheres que são transformadas em objetos, graças a ações machistas de outras pessoas. Mas, na verdade, qualquer pessoa pode ser transformada em objeto, ou “coisa”. Nesse artigo quero comentar alguns aspectos sobre o comportamento de uma pessoa que se sente “coisificada” por alguém.

Como é uma pessoa objetificada?

Para responder essa pergunta, quero que pensemos em um objeto qualquer. Por exemplo, uma caneta. Uma caneta é um objeto, tem sua função (escrever e as outras é preciso usar a imaginação), tem um preço e um prazo de validade.

Bem, assim funciona quando uma pessoa foi transformada em objeto.

  • Cumpre uma função: você deve cumprir uma missão, como oferecer algo como sexo, trabalhos domésticos, serviços gerais de reparação ou outros serviços.
  • Tem um preço: você pode receber algo “como pagamento” de seus serviços, como bens materiais, dinheiro ou a troca por outros objetos.
  • Tem data de validade: com o tempo, pode ser que você perca sua “função” como objeto, se tornando “obsoleto.” E aí você pode ser substituído facilmente.
  • Interesses humanos são desvalorizados: afinal, como objeto, a pessoa não precisa sentir, não precisa desejar. Por isso, a opinião, desejos e sonhos da pessoa-objeto são geralmente ignorados ou vistos como sem importância para o relacionamento.

Como vivemos em uma sociedade marcada pelo machismo, é mais comum saber de casos em que as mulheres são transformadas em objeto, tanto por homens como por outras mulheres também. Mas homens também podem e são objetificados e também crianças infelizmente muitas vezes também.

O “objeto” na Psicanálise

Quero comentar que neste artigo, não me refiro ao termo “objeto” na Psicanálise.

Na psicanálise, o termo “objeto” tem um significado específico e abrange várias nuances que desempenham um papel fundamental na compreensão da teoria psicanalítica. De maneira simplificada, o conceito de objeto na psicanálise refere-se a qualquer pessoa, coisa ou conceito que é alvo das pulsões ou desejos do indivíduo. Existem dois tipos principais de objetos na psicanálise: o objeto de amor (ou objeto de desejo) e o objeto de ódio.

  1. Objeto de Amor (Objeto de Desejo): Este é o objeto em relação ao qual o indivíduo direciona seus desejos e afetos positivos. É a pessoa, coisa ou conceito que satisfaz as pulsões e necessidades do indivíduo. Na infância, o primeiro objeto de amor é a mãe, que desempenha um papel central no desenvolvimento emocional da criança. Conforme a pessoa cresce, o objeto de amor pode mudar, mas a importância do desejo em relação a esse objeto permanece como um elemento essencial na psicanálise.
  2. Objeto de Ódio: Assim como o objeto de amor, o objeto de ódio é qualquer coisa que seja alvo de afetos negativos. Pode ser uma pessoa, coisa ou até mesmo partes do self do indivíduo. O ódio pode surgir quando o objeto de amor não satisfaz as necessidades do ego, causando frustração e hostilidade em relação a esse objeto.

Além dessa distinção básica entre objetos de amor e objetos de ódio, também temos em psicanálise diferentes tipos de objetos com base em sua função e significado. Alguns exemplos incluem:

  • Objeto Real: Refere-se a objetos físicos no mundo externo, como pessoas, coisas ou situações reais.
  • Objeto Imaginário: Refere-se a objetos criados pela imaginação do indivíduo, muitas vezes associados a fantasias ou idealizações.
  • Objeto Simbólico: Este objeto é carregado de significado cultural e simbólico. Exemplos incluem símbolos religiosos, conceitos morais e valores sociais.

O conceito de objeto na psicanálise desempenha um papel fundamental na teoria das relações de objeto, que explora como os relacionamentos e as interações com esses objetos afetam o desenvolvimento psicológico e emocional do indivíduo. Através da análise das relações de objeto, os psicanalistas buscam compreender como os padrões de desejo, amor e ódio em relação a esses objetos moldam a psicologia do indivíduo e influenciam seu comportamento e suas escolhas ao longo da vida.

Mas, como comentei, aqui o sentido é mais literal. É quando um ser humano é tratado quase que literalmente como se fosse um objeto inanimado, uma mercadoria. É como se uma pessoa se tornasse um objeto real e com tratamento de objeto.

Como se comporta uma pessoa que foi objetificada

Uma pessoa que foi convertida em um objeto geralmente perde sua identidade, pode se sentir que mais do que fazer parte de algo, de uma comunidade por exemplo, ela é parte do cenário dessa comunidade, como se fosse um quadro numa parede ou um vaso de flores em uma mesa.

E por isso ela pode se sentir sem valor real, sem voz e sem necessidade de ter isso. Mas em alguns casos, a pessoa, de maneira inconsciente “aceita” a objetificação e acaba se comportando como um objeto, reduzindo-se ao que um objeto geralmente possui: preço, validade, função e pouco valor como ser humano.

Pessoas não são apenas corpos, nádegas ou beleza. Pessoas não são troféis para serem expostas como tal. Nem são máquinas que atendem a nossos desejos. Não são brinquedos.

A objetivação de pessoas é um fenômeno que consiste em tratar os indivíduos como objetos, desconsiderando seus sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades.
Uma das possíveis causas da objetivação de pessoas é a falta de reconhecimento do outro como um sujeito autônomo e singular, que possui uma história, uma subjetividade e uma liberdade. Essa falta de reconhecimento pode estar relacionada com a dificuldade de lidar com a alteridade, ou seja, com o fato de que o outro é diferente de mim e tem uma perspectiva própria sobre o mundo. Nesse sentido, o outro é sempre um enigma, um mistério, que escapa à minha compreensão total e que me desafia a questionar as minhas certezas e verdades. O outro é também aquele que me olha, que me julga, que me deseja ou que me rejeita, e que, portanto, afeta a minha autoimagem e a minha autoestima.
Outra possível causa da objetivação de pessoas é a projeção de aspectos inconscientes do próprio sujeito sobre o outro, como forma de negar ou evitar o confronto com esses aspectos. A projeção é um mecanismo de defesa que consiste em atribuir ao outro aquilo que não se quer reconhecer em si mesmo, como sentimentos, impulsos, fantasias ou conflitos.O inconsciente é uma instância psíquica que guarda os conteúdos reprimidos pela consciência, mas que busca se manifestar através de diversos modos, como os sonhos, os atos falhos, os sintomas ou as formações do inconsciente. Ao projetar no outro o que é seu, o sujeito reduz o outro a um espelho de si mesmo, ignorando a sua singularidade e complexidade.

Consequências da objetivação

As consequências da objetivação de pessoas podem ser graves tanto para quem objetiva quanto para quem é objetivado. Para quem objetiva, há o risco de perder a capacidade de se relacionar de forma genuína e empática com o outro, de se fechar em um narcisismo e em uma alienação, de não conseguir desenvolver a sua própria identidade e subjetividade. Para quem é objetivado, há o risco de sofrer violências físicas ou psicológicas, de ter a sua dignidade e os seus direitos violados, de se sentir desvalorizado e inferiorizado, de desenvolver sentimentos de culpa, vergonha ou ódio.
A psicanálise pode ajudar a prevenir e a superar a objetivação de pessoas, através do processo terapêutico que visa promover o autoconhecimento, a elaboração dos conflitos inconscientes, a ressignificação das experiências traumáticas e a construção de novas formas de se relacionar consigo mesmo e com o outro. A terapia também pode contribuir para a educação e para a cultura, através da divulgação dos seus conceitos e da sua ética, que valoriza a singularidade do sujeito, o respeito à diferença e à alteridade, e a responsabilidade pelo desejo.

Pessoas não são coisas

Nenhum ser humano é uma mera coisa. Nunca aceite ser transformado em objeto, você é muito mais do que isso.

E se você sente que foi transformado em objeto ou que tem a tendência de transformar pessoas em objetos, procure ajuda. A terapia psicanalítica é excelente para que você passe a se conhecer melhor, se empoderar e se libertar desse tipo de prisão.

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4 Tipos de apego nos relacionamentos amorosos

O amor é lindo, diz o ditado. Mas nem sempre o amor flui como gostaríamos, principalmente quando nós temos dificuldades com ele em nossos relacionamentos amorosos. Com certeza

Falemos primeiro sobre o apego. Apego seria um tipo de relacionamento emocional especial que envolve a troca de cuidados, carinhos, atenção e sentimentos. Nossas experiências de infância são essenciais para criar o tipo de apego que iremos desenvolver como adultos.

Na perspectiva psicanalítica, o conceito de apego é abordado principalmente pela teoria do desenvolvimento de Freud e posteriormente ampliado por outros psicanalistas, como Melanie Klein e John Bowlby. O apego refere-se aos laços emocionais intensos que se desenvolvem entre um indivíduo e uma figura significativa em sua vida, geralmente um cuidador primário. Esses laços emocionais moldam a forma como o indivíduo se relaciona com os outros e como lida com a separação e a ansiedade.

Em alguns casos, a maneira em que demonstramos apego pode ser problemática

Faça essas perguntas a si mesmo.

  • Você está se desgastando e ficando ansioso demais no prazer do parceiro?
  • Você sente que faria quase qualquer coisa por alguma atenção?
  • Já lhe disseram que é muito grudento?
  • Você constantemente se culpa por rompimentos?

O estilo de apego que escolhemos na vida adulta muitas vezes tem origem e reflete nosso desenvolvimento infantil. A forma como testemunhamos nossos pais moldará nossas relações adultas no comportamento aprendido. Também temos o hábito de nos apegar ao que reconhecemos e sabemos. Dependemos de nossos pais para apoio, conforto e calmante quando nascemos. Se nossas necessidades forem satisfatoriamente atendidas, nos desenvolvemos com segurança. No entanto, se nossas demandas não são atendidas, crescemos em dessintonia, levando a estilos de apego inseguros.

Sentimentos de segurança são proporcionados na criação de um ambiente seguro; recebemos mensagens do mundo exterior de que somos cuidados nesse ambiente. Os cientistas estimam que, quando uma criança nasce, a genética dos pais determinará de 20% a 60% do temperamento. A disposição, no entanto, não tem um padrão de herança claro, e nenhum gene específico confere traços temperamentais específicos. No entanto, condições imperfeitas como lesões precoces, doenças ou traumas não determinam necessariamente o futuro de uma criança. Assim, os primeiros sete anos de vida podem não significar tanto quanto às vezes afirmado, mas provavelmente influenciarão o desenvolvimento da vida. Os primeiros sete anos não determinam o nível de felicidade de uma criança ao longo da vida. No entanto, o cérebro em rápido crescimento forma uma base sólida para se comunicar e interagir com o mundo ao processar como eles estão sendo respondidos.

Um exemplo pode ser que você viveu uma infância difícil. No entanto, à medida que você se desenvolveu, você se tornou a mudança que queria ver. Às vezes, acontece muito mais tarde na vida. O segredo é que você observe e aprenda um jeito melhor de ser. Isso pode acontecer em qualquer fase da vida.

Os estilos de apego se enquadram em quatro tipos principais.

  • Ansioso, também referido como preocupado.
  • O que evita, às vezes conhecido como dispensador
  • Desorganizado – um sentimento de evitação temerosa
  • Seguro.

Aprendemos como a infância desempenha um papel em nosso desenvolvimento inicial. Agora vamos progredir para ver como esses estilos de anexo se desenrolam. Você pode ver partes de você em vários tipos, e encontrar-se em mais de um grupo não é incomum.

A teoria psicanalítica descreve alguns tipos de apego que podem se desenvolver durante a infância. Aqui estão alguns deles:

  1. Apego seguro: Nesse tipo de apego, a criança se sente confortável em explorar o ambiente ao redor, sabendo que o cuidador está disponível para oferecer apoio e conforto em momentos de necessidade. O cuidador responde de maneira consistente e empática às necessidades da criança, ajudando-a a desenvolver uma sensação de confiança e segurança nas relações.
  2. Apego ambivalente (ou ansioso): Nesse tipo de apego, a criança desenvolve ansiedade em relação à disponibilidade do cuidador. O cuidador pode ser inconsistente em suas respostas às necessidades da criança, às vezes sendo atencioso e outras vezes negligente. Isso cria uma sensação de incerteza e insegurança na criança, levando-a a buscar constantemente a atenção e o conforto do cuidador.
  3. Apego evitativo: Nesse tipo de apego, a criança desenvolve uma estratégia de se afastar emocionalmente do cuidador. Isso pode ocorrer quando o cuidador é insensível às necessidades emocionais da criança ou é rejeitador. A criança pode aprender a suprimir suas emoções e evitar buscar conforto dos outros, desenvolvendo uma atitude de independência excessiva.
  4. Apego desorganizado: Esse tipo de apego é caracterizado por um padrão inconsistente e confuso de comportamento em relação ao cuidador. A criança pode demonstrar comportamentos contraditórios, como se aproximar do cuidador ao mesmo tempo em que mostra sinais de medo ou ansiedade em relação a ele. Isso geralmente ocorre em situações em que o cuidador é fonte de tanto conforto quanto de medo, como em casos de abuso ou negligência.

Os quatro estilos de apego e sua relação nos relacionamentos

Ansioso

Uma característica desse tipo é ver o parceiro como a cara metade. Qualquer pensamento de viver sem um ente querido causa uma ansiedade tremenda. Ter um enorme respeito pelos outros, mas quando se trata de amor-próprio, muitas vezes eles sofrem de baixa autoestima. O adulto com apego ansioso busca validação regular da parceria, apoio e capacidade de resposta.

Do ponto de vista do desenvolvimento, crianças que experimentaram pais que desenvolveram atenção on-off para o desenvolvimento e responsividade inconsistente às suas necessidades emocionais podem ter involuntariamente fornecido a elas uma autoproteção preocupada e ansiosa. Se você tem um estilo de apego ansioso, a inconsistência pode ter dificultado a compreensão do comportamento de seus pais e o que esperar em determinado momento, enviando sinais mistos. Portanto, à medida que você crescia na idade adulta, você via o amor como sendo imprevisível. Como resultado, você aprendeu a confiar em si mesmo e esconder seus sentimentos mais profundos.

O tipo de apego ansioso vê o relacionamento como essencial para a vida, temendo constantemente o abandono e frequentemente exigindo a garantia de que está tudo bem. Os problemas que podem ser experimentados incluem viver a vida como uma montanha-russa com uma grande diferença entre altos e baixos emocionais e sentimentos problemáticos que levam à dúvida e preocupação.

Sem um parceiro regular, o tipo de apego ansioso se preocupa em encontrar um parceiro adequado.

Apego evitativo

Nos estágios de desenvolvimento, seus pais pareciam emocionalmente distantes e incapazes de suportar qualquer expressão de emoção? Esperava-se que você fosse duro e independente desde muito cedo.

Muitas vezes sentindo-se como um lobo solitário, o evitador torna-se independente e autossuficiente. Isso é em um nível emocional, em vez de se tornar recluso. A autoestima elevada está frequentemente presente com uma visão positiva de si mesmo. Devido ao medo, o tipo evitativo evita a proximidade emocional, escondendo ou suprimindo sentimentos mais profundos.

Tipos evitativos não se importam de estar por perto, mas não deixam você chegar perto. Quando as coisas se tornam sérias, eles estão fora ou procurando um motivo para terminar o relacionamento, muitas vezes procurando uma desculpa para trazer uma discussão sobre agir como uma saída. Com medo de confiar, eles param de buscar o relacionamento e o desligam. Simplesmente não há disponibilidade emocional.

Trabalhar com um terapeuta pode ser benéfico para explorar esses sentimentos e, com o tempo, pode levar a mudanças.

Apego desorganizado/temeroso

Muitas vezes originada de traumas de infância, a pessoa com o tipo de apego desorganizado/temeroso cresce quando a fonte de segurança se torna uma fonte de medo. Quando os pais mostram segurança inconsistente e um sentimento de medo está presente, a criança pode começar a temer por sua própria segurança. O ambiente torna-se imprevisível. Outro motivo de medo é que a criança seja testemunha de traumas como a violência doméstica.

Como tal, a criança cresce esperando por rejeição, mágoa e decepção, muitas vezes buscando relacionamentos semelhantes ao que eles conhecem quase como uma profecia autorrealizável. Eles têm dificuldade em acreditar que alguém poderia amá-los e estão constantemente à procura de problemas, agindo de uma forma que atenda às expectativas.

Uma combinação de desejo e medo promove um estilo imprevisível de apego. A confiança torna-se a questão principal. O desorganizado busca um relacionamento e proximidade emocional, mas encontra relacionamentos difíceis de lidar por medo de ser ferido. Portanto, às vezes regulam suas emoções com abuso de substâncias porque temem ser feridas.

Apego “seguro”

Este é o estilo de anexo mais comum. Os estilos de anexo anteriores eram inseguros. O quarto estilo de apego é confortável, autocontido, socialmente extrovertido e capaz de expressar sentimentos em um relacionamento. Este quarto tipo sente-se feliz e seguro e pode depender do parceiro.

Durante os estágios de desenvolvimento, as necessidades têm sido atendidas satisfatoriamente, e um vínculo de apego seguro é formado onde o bebê/criança se sente protegido. O principal cuidador é protetor e caloroso. Embora não seja intrusivo ou ignorante, a criança em desenvolvimento tem espaço e liberdade para começar a explorar. Se ficarem assustados, sabem que o cuidador não está longe, e um retorno seguro pode ser feito. A criança sente-se vista e reconhecida. Sentir-se valorizado começa na infância e torna-se o caminho para a autoestima a partir da experiência de sentir-se amparado.

A confiança se estabelece e se nutre ao longo dos anos. Isso permite que a criança desenvolva uma visão positiva de si mesma e dos outros, incluindo relacionamentos amorosos.

Se algo ressoa para você, a terapia é uma maneira eficaz de melhorar seu estilo de apego. Isso pode promover o trabalho através do seu estilo de apego atual ou reconstruir qualquer área onde você possa ter ficado preso. Você pode ver em qual grupo você se encontra predominantemente, refletindo sobre relacionamentos atuais ou passados.

Ao buscar viver melhor, encorajo-o a tomar autonomia para si mesmo. Uma crença central é que o amor-próprio pode ser desenvolvido. Ao aprender o amor-próprio, podemos aprender a ser pais de si mesmos. Pergunte a si mesmo quem você se tornaria se pudesse escolher o pai que precisava. Pode não ser um pai problemático. Pode estar enraizada na confiança quebrada em algum lugar no passado. A questão, portanto, é: você se sente pronto para explorar?

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Abuso emocional em relacionamentos amorosos. O que fazer? Psicanálise Aplicada

O abuso emocional, também conhecido como abuso psicológico, é um dos tipos mais comuns de abuso em relacionamentos amorosos – mais comum do que pensamos.

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A contradição é que é difícil de detectar em comparação com outras formas de abuso que são prevalentes em relacionamentos amorosos, como abuso verbal, físico e financeiro.

Quando alguém está sendo agredido verbalmente, podemos evidenciar pela linguagem e palavras que o abusador usa, e pelo tom em que o abusador se comunica. Quando alguém está sendo abusado fisicamente, podemos ver a evidência através de ferimentos físicos, arranhões e outros sinais de briga física.

Com o abuso emocional, o abuso é muitas vezes oculto, sutil e insidioso, mas profundamente prejudicial. Isso leva a cicatrizes emocionais muito profundas. O abuso emocional também pode acontecer em relacionamentos não românticos, como amizades, relacionamentos entre irmãos, relações parentais, relações de trabalho e outros relacionamentos não românticos.

Muitas pessoas não reconhecem que estão em relacionamentos emocionalmente abusivos, pois o abuso em si é oculto, encoberto e difícil de detectar. Às vezes, pode ser ostensiva e sistemática, de uma forma que tanto a vítima quanto o abusador podem não estar cientes do abuso de um parceiro para o outro, ou um para o outro.

Alguns dos comportamentos emocionalmente abusivos e tóxicos são feitos em nome do amor, por exemplo, controlando com quem o parceiro passa o tempo e, portanto, normalizados. Isso significa que muitas pessoas em relacionamentos emocionalmente abusivos não conseguem detectar se estão sendo abusadas emocionalmente ou não. Se um parceiro é inseguro em si mesmo, é fácil para ele interpretar erroneamente o abuso emocional como uma forma de amor e cuidado, o que o torna vulnerável ao abuso emocional.

Muitas pessoas que chegam à terapia sem saber do abuso emocional, mas estão sofrendo como resultado disso. Eles só percebem a natureza e a extensão do abuso quando começam a terapia e começam a trabalhar em si mesmos.


A psicodinâmica do abuso emocional

Um relacionamento emocionalmente abusivo é aquele em que o abusador (parceiro um) usa as emoções para controlar, dominar, manipular, isolar, amedrontar e intimidar a vítima (parceiro dois). Pessoas que são abusadas emocionalmente também podem sofrer violência doméstica; no entanto, alguns podem não sofrer isso. Aqueles que não sofrem violência doméstica juntamente com abuso emocional, por não entenderem que estão sofrendo abuso, podem permanecer inconscientes e ignorantes do abuso que estão sofrendo, com efeitos extremamente prejudiciais.

Segundo uma pesquisa feita no Reino Unido, entre março de 2021 e março de 2022, 2,4 milhões de adultos (dos quais 1,4 milhão eram mulheres) foram vítimas de violência doméstica. Embora essas estatísticas sejam sobre abuso doméstico, elas destacam como o abuso do parceiro é comum nos relacionamentos. E muitas dessas pessoas estariam sofrendo abuso emocional.

O impacto do abuso emocional é duradouro – afeta o senso de si mesmo, a realidade, os valores e o senso do que é certo e errado. O impacto do abuso emocional não termina apenas na relação com o abusador, mas permeia relacionamentos futuros. Isso corrói o senso de si mesmo, a autoestima e a autoestima. E abala a própria identidade. O abuso emocional pode impactar negativamente a saúde mental e pode levar à ansiedade, depressão, insônia, alimentação desordenada como forma de lidar com sentimentos difíceis e outros problemas de saúde física secundários ao estresse.

Existe um mito de que os homens não sofrem abuso emocional das mulheres. E isso muitas vezes está relacionado ao conceito do que é abuso. Para começar, devemos entender que abuso é tudo o que passa dos limites, o que nos pede o exige mais do que é correto oferecer. Na prática, podemos comentar alguns exemplos aqui:

  • Gritar constantemente, principalmente ao expressar frustração por não ter um pedido atendido
  • Agredir de maneira disfarçada: pequenos empurrões, tapas dados com pouca força, apontar o dedo diretamente para o rosto da outra pessoa.
  • Exigir uma ação que a outra pessoa não quer fazer como ter relações sexuais, sem respeitar a vontade da Outra.
  • Agressões físicas
  • Humilhar, diminuir ou dizer a outra pessoa o quanto ela é inferior, por algum motivo
  • Expor a pessoa ao ridículo em público

A lista pode ser muito maior que isso. O ponto aqui é que muitas vezes uma pessoa entende como abuso apenas o que é físico. Mas verbalmente também se agride e muito. E não somente as mulheres são vítimas desse abuso, os homens também.

Ninguém deve aceitar abuso, não interessa o gênero!


O que acontece em relacionamentos emocionalmente abusivos?

Em um relacionamento emocionalmente abusivo, o abusador normalmente é alguém que é muito inseguro em si mesmo. Portanto, por meio do abuso emocional, elas deixam de controlar o relacionamento e o parceiro. O abuso emocional torna-se uma ferramenta para o abusador. O abusador (parceiro um) desenvolve formas sofisticadas de se relacionar com a vítima (parceiro dois).

O foco do abusador está nos sentimentos da vítima – fazendo com que a vítima se sinta inadequada, pequena e inferior. Por exemplo, fazer a vítima acreditar que nunca conseguirá encontrar alguém que a ame e que mereça a forma como está sendo tratada.

O abusador muitas vezes usa técnicas como culpar, envergonhar, invalidar, menosprezar, gaslighting (negar sua realidade), manipular e outros comportamentos controladores. Stonewalling onde um parceiro dá ao outro o tratamento silencioso também é uma forma de abuso emocional, pois o abusador está usando as emoções para causar danos. A vítima também pode se sentir insegura e preocupada com sua segurança e bem-estar.

Se a vítima não tem conhecimento do abuso, o que muitas vezes acontece, ela fica acreditando que o que está acontecendo é culpa dela – ela merece ser tratada da forma como é. Isso leva a vítima a justificar os comportamentos do abusador, por pior que seja. Justificar o comportamento também o normaliza e torna a vítima receptiva ao abuso – dando mais poder ao abusador. A vítima torna-se cada vez menos capaz de exercer limites ou autodefesa. Isso coloca vítima e abusador em uma dinâmica vítima-abusador, ou uma dinâmica sadomasoquista – um ciclo vicioso (Freud, 1920; Bloss, 1991).

Em um nível muito inconsciente, o abusador obtém prazer ao abusar da vítima, enquanto a vítima obtém prazer ao ser abusada, por meio de um processo de identificação com o abusador (Klein, 1946). Essa identificação inconsciente com o abusador significa que a dor deriva prazer na vítima. Não é incomum que a vítima invente desculpas e perdoe o abusador porque ele está preso em uma relação de identificação que é de fato perversa e tóxica. Pessoas que estão em relacionamentos codependentes (dinâmicas) muitas vezes estão em relacionamentos emocionalmente abusivos, que é o que mantém o vínculo entre elas.

Muitas pessoas que têm traços narcísicos tendem a ser emocionalmente abusivas com seus parceiros, pois eles não têm empatia e não têm preocupação com os sentimentos de seus parceiros. São pessoas que provavelmente cresceram com pais ou cuidadores que não prestaram atenção aos seus sentimentos ou os desconsideraram. Quando adultos, eles simplesmente repetem o que foi feito com eles – sem a consciência do impacto de seu comportamento e sendo emocionalmente exploradores.


Sinais de abuso emocional

  • Controlar comportamentos – sua liberdade, como você gasta seu tempo, como você gasta seu dinheiro, para onde você vai, o que você faz, etc.
  • Crítica – ser levado a sentir que tudo o que você faz é errado e você é culpado.
  • Manipulação emocional – ser levado a se sentir mal por coisas pelas quais você não é responsável, deliberadamente fazendo algo e virando-o contra você.
  • Gaslighting – ser feito para sentir que você inventa as coisas e seus sentimentos são uma reação exagerada. Invalidando seus sentimentos.
  • Comentários depreciativos – fazendo você se sentir pequeno, inadequado, menos que.
  • Culpar comentários – culpar por coisas que dão errado dentro e fora do relacionamento ou qualquer outra coisa pela qual você não é responsável.
  • Comentários de vergonha – sobre o passado, peso, família ou qualquer coisa significativa para a vítima.
  • Acusações falsas e chantagem emocional – fazendo alegações infundadas e usando suas deficiências passadas para insultá-lo.
  • Comportamento ameaçador – sentir-se inseguro, ser ameaçado de violência, terminar o relacionamento, trair – exploração emocional.
  • Isolamento – estar isolado de amigos e familiares. Sendo levado a acreditar que você depende daquele abusador e precisa dele.
  • Stonewalling – receber tratamento silencioso como forma de punição.
  • Privar afeto e intimidade física.

Como lidar com o abuso emocional

  1. Desenvolva formas de comunicar seus sentimentos e necessidades sem culpar ou ser agressivo – lembre-se da linguagem que você usa. Comece as frases com “Eu sinto” e não “Você”.
  2. Evite ter que pedir desculpas por coisas que você não fez de errado. Lembre-se de que você merece ser tratado com respeito.
  3. Afaste-se do papel de vítima, estabelecendo limites com o abusador. Você tem o direito de viver a vida plenamente sem que seu parceiro defina seus limites.
  4. Tenha uma vida fora do relacionamento, com amigos e familiares e busque relacionamentos e hobbies significativos. Você retoma seu poder e controle fazendo isso – isso tornará o abusador menos poderoso.
  5. Converse com pessoas que você se sente seguro e confia sobre sua situação. Os abusadores emocionais são muito bons em isolar suas vítimas; por isso sofrem em silêncio.
  6. Junte-se a um grupo de apoio à vítima de abuso de vítimas. Há muita cura em compartilhar histórias com outras pessoas que têm uma experiência compartilhada.
  7. Procure terapia individualmente ou em casal se achar que está em um relacionamento emocionalmente abusivo. O abuso emocional pode ter efeitos duradouros e pode levar tempo para se recuperar dele. Seja gentil consigo mesmo.

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Referências:

Blos, P., Jr., (1991). O sadomasoquismo e a defesa contra a lembrança do afeto doloroso. Volume, 8 pp. 417-430.

Klein, M. (1946). Notas sobre alguns mecanismos esquizoides. Revista Internacional de Psicanálise 27:99–110

Freud, S. (1920). Além do princípio do prazer. S. E., 18.

Imagem de OpenClipart-Vectors por Pixabay

Abuso emocional (Gaslighting): como funciona e como lidar com ele

Seu parceiro diz repetidamente coisas que te confundem? Por conta disso, muitas vezes você começa a questionar sua própria percepção da realidade dentro do seu relacionamento? Você questiona completamente sua sanidade? Se sim, seu parceiro pode estar usando o que os profissionais de saúde mental têm chamado de “gaslighting”.

De onde vem o “gaslighting”?

Este termo vem da peça teatral Gas Light, de 1938, em que um marido tenta enlouquecer sua esposa escurecendo as luzes (que eram movidas a gás) em sua casa, e depois ele nega que a luz mudou quando sua esposa a aponta. É uma forma extremamente eficaz de abuso emocional que faz com que a vítima questione seus próprios sentimentos, instintos e sanidade. Como resultado, o parceiro abusivo tem muito poder (e sabemos que abuso é sobre poder e controle). De fato, uma vez que um parceiro abusivo tenha quebrado a capacidade da vítima de confiar em suas próprias percepções, a vítima tem mais chances de permanecer no relacionamento abusivo.

Como é o gaslighting?

“Você é louco, isso nunca aconteceu.”

“Tem certeza? Você tende a ter uma memória ruim.”

“Está tudo na sua cabeça.”

Há uma variedade de técnicas de gaslighting que um parceiro abusivo pode usar:

Retenção

O parceiro abusivo finge não entender ou se recusa a ouvir.

Ex. “Não quero ouvir isso de novo” ou “Você está tentando me confundir”.Combater

O parceiro abusivo questiona a memória da vítima dos acontecimentos, apesar de a vítima se lembrar deles com precisão.

Ex. “Você está errado, nunca se lembra das coisas corretamente”.

Bloqueio/Desvio

O parceiro abusivo muda de assunto e/ou questiona os pensamentos da vítima.

Ex. “Essa é outra ideia maluca que você teve de [amigo/familiar]?” ou “Você está imaginando coisas”.

Banalização

O parceiro abusivo faz com que as necessidades ou sentimentos da vítima pareçam sem importância.

Ex. “Você vai ficar bravo com uma coisinha dessas?” ou “Você é sensível demais”.

Esquecimento/Negação

O parceiro abusivo finge ter esquecido o que realmente ocorreu ou nega coisas como promessas feitas à vítima.

Ex. “Não sei do que você está falando” ou “Você está apenas inventando coisas”.

Geralmente, o gaslighting acontece de forma muito gradual em um relacionamento; na verdade, as ações do parceiro abusivo podem parecer inofensivas em um primeiro momento. Com o tempo, no entanto, esses padrões abusivos continuam e, como resultado, a vítima pode ficar confusa, ansiosa, isolada e deprimida. Ao todo, eles podem perder toda a noção do que realmente está acontecendo. Então eles passam a confiar cada vez mais no parceiro abusivo para definir a realidade, o que cria uma situação muito difícil de escapar.

Sinais de gaslighting

Para superar esse tipo de abuso, é importante começar a reconhecer os sinais e, eventualmente, aprender a confiar em si mesmo novamente. De acordo com o autor e psicanalista Robin Stern, Ph.D., os sinais de ser uma vítima de gaslighting incluem:

  • Você constantemente duvida de si mesmo.
  • Você se pergunta: “Eu sou muito sensível?” várias vezes ao dia.
  • Muitas vezes você se sente confuso e até louco.
  • Você está sempre pedindo desculpas ao seu parceiro.
  • Você não consegue entender por que, com tantas coisas aparentemente boas em sua vida, você não está mais feliz.
  • Você frequentemente inventa desculpas para o comportamento do seu parceiro para amigos e familiares.
  • Você se vê sonegando informações de amigos e familiares, para não ter que explicar ou dar desculpas.
  • Você sabe que algo está terrivelmente errado, mas você nunca consegue expressar o que é, mesmo para si mesmo.
  • Você começa a mentir para evitar os put-downs e reviravoltas da realidade.
  • Você tem dificuldade para tomar decisões simples.
  • Você tem a sensação de que costumava ser uma pessoa muito diferente – mais confiante, mais divertida, mais relaxada.
  • Você se sente sem esperança e sem alegria.
  • Você sente como se não pudesse fazer nada certo.
  • Você se pergunta se você é um parceiro “bom o suficiente”.

Como lidar com o gaslighting (abuso emocional)

Lidar com o gaslighting pode ser um desafio, mas existem algumas estratégias que podem ajudar. Aqui estão algumas sugestões:

  1. Reconheça o gaslighting: Esteja atento aos sinais de gaslighting, como quando alguém tenta fazer você duvidar de sua própria percepção, memória ou sanidade. Ao reconhecer o gaslighting, você está dando o primeiro passo para lidar com ele.
  2. Confie em sua intuição: Se algo não parece certo ou se você sente que está sendo manipulado, confie em seus instintos. Lembre-se de que suas experiências e sentimentos são válidos.
  3. Procure apoio: Falar sobre sua situação com pessoas de confiança pode ser uma ajuda significativa. Compartilhe suas preocupações com amigos, familiares ou profissionais de saúde mental que possam oferecer apoio e perspectivas objetivas.
  4. Mantenha um registro: Anote incidentes específicos de gaslighting que ocorreram. Isso pode ser útil para referência futura, caso você comece a duvidar de si mesmo ou se sinta tentado a minimizar a situação.
  5. Eduque-se: Entenda melhor o gaslighting e seus efeitos emocionais. Quanto mais você souber sobre esse tipo de manipulação, mais preparado estará para lidar com ele.
  6. Defenda-se: Não tenha medo de expressar suas opiniões, sentimentos e experiências. Mantenha sua verdade e enfrente as tentativas de manipulação. Lembre-se de que você tem o direito de ser ouvido e respeitado.
  7. Estabeleça limites: Se você está lidando com alguém que continua praticando o gaslighting, é importante estabelecer limites saudáveis. Se necessário, afaste-se ou limite o contato com a pessoa, especialmente se ela não mostra disposição para mudar seu comportamento.
  8. Busque apoio profissional: Se o gaslighting estiver causando um impacto significativo em sua saúde mental e emocional, considerar a busca de apoio de um profissional de saúde mental pode ser benéfico. Eles podem fornecer orientação, estratégias adicionais e suporte durante esse processo.

Lidar com o gaslighting pode ser desafiador, mas lembre-se de que você não está sozinho. Priorize sua saúde e bem-estar, e não hesite em buscar ajuda quando necessário.

E lembre-se da importância de sempre buscar ajuda. Estou disponível para conversar com você. CLIQUE AQUI e agende uma sessão experimental

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Você tem fobia social? Psicanálise Aplicada

Muitas pessoas se sentem tímidas ou sem jeito quando precisam se apresentar em público, apresentar um trabalho na escola ou até mesmo quando estão visitando ambientes novos e com muita gente. Parece que você não sabe se seu lugar é ali, se você vai saber o que fazer ou como fazer e mesmo se fizer, se as pessoas irão “aprovar” o que fez. Você se sente assim?

A fobia social também é chamada de ansiedade social ou de sociofobia (que nome estranho, não é mesmo?). Essa situação geralmente tem início na adolescência e suas principais características são:

  • Medo de passar por uma situação humilhante, de ser humilhado por alguém.
  • Quando você está aguardando por um evento importante, sua ansiedade dispara, especialmente se sua participação nesse evento será importante.
  • Medo de mostrar que você está ansioso. Você não quer que as pessoas vejam como você está nervoso(a) e o simples fato de suas mãos tremerem faz você se sentir pior.
  • Se possível, você evita frequentar locais em que o que você fizer, será visto por outros.
  • Você sente um conflito entre ter o sucesso que quer e o medo de fracassar ou que outros te digam que você fracassou.
  • Podem ocorrer sintomas físicos também como: dor no estômago, tonturas, diarreia, tensão muscular, entre outros.

Caso você veja que possui alguma das características acima, isso em si, NÃO quer dizer que você sofra de fobia social. Para saber isso, é necessário que você procure um terapeuta capacitado. Um detalhe importante é que de vez em quando, todos nós podemos nos sentir com alguma das características mencionadas, ou quase todas, sem que isso indique que sofremos alguma patologia.

Mas o que pode causar a fobia social?

Existem muitas possibilidades, que podem ocorrer juntas ou não. Mas segundo estudos, entre as causas da fobia social podem estar:

  • Fatores Genéticos: apesar de que não há estudos conclusivos sobre isso, há estudos que indiquem essa possibilidade, de que podemos “herdar” a fobia social. Novamente, reforço que não há uma comprovação científica sobre isso.
  • Narcisismo: o medo de não mostrar perfeição pode fazer com que a pessoa desenvolva a fobia social. Afinal, a pessoa quer ser vista como importante e precisa mostrar ser perfeita para receber a atenção que acredita merecer.
  • Pais extremamente rígidos, agressivos ou até violentos.
  • Sentimento de que foi abandonado pelos pais.
  • Traumas, como ridicularização por parte de pais, colegas de escola, abusos emocionais, incluindo sexual.
  • Outros fatores podem estar envolvidos.

Tratamento para fobia social

A psicanálise aborda a fobia social como um sintoma resultante de conflitos e traumas inconscientes. A fobia social é um transtorno caracterizado por medo intenso e persistente de situações sociais, em que a pessoa teme ser exposta ao julgamento ou crítica dos outros.

Segundo a perspectiva psicanalítica, a fobia social pode estar ligada a experiências passadas traumáticas ou a conflitos não resolvidos na infância. A psicanálise procura explorar o inconsciente do indivíduo, buscando compreender os aspectos subjetivos e simbólicos que podem estar na raiz do problema.

O tratamento psicanalítico da fobia social envolve a análise dos conteúdos inconscientes, através do processo de livre associação, interpretação dos sonhos e análise das resistências e transferências. O objetivo é trazer à consciência os conflitos reprimidos e as dinâmicas psíquicas subjacentes que contribuem para a fobia social.

Durante a terapia psicanalítica, o indivíduo é encorajado a explorar seus pensamentos, sentimentos e memórias associados à fobia social. O terapeuta trabalha em colaboração com o paciente para identificar os padrões de pensamento disfuncionais, os mecanismos de defesa e as emoções reprimidas que podem estar contribuindo para a fobia social.

Ao trazer à tona o material inconsciente, a psicanálise busca promover uma maior compreensão e integração dos aspectos reprimidos da psique. Com o tempo, o indivíduo pode adquirir uma nova perspectiva sobre si mesmo e suas relações sociais, o que pode levar a uma redução dos sintomas da fobia social.

É importante ressaltar que a psicanálise é uma abordagem terapêutica que requer tempo e dedicação, pois o processo de autoconhecimento e transformação psíquica é gradual. Além disso, é recomendável que a pessoa busque um profissional especializado em psicanálise para o tratamento da fobia social.

Também quero comentar que existem várias terapias que cuidam da fobia social. Mas, naturalmente, aqui falamos em Psicanálise.

Você não precisa continuar sofrendo. Quer conversar? CLIQUE AQUI.