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Medo de avião: como superar o medo de voar?

Superando o Medo de Voar

Você já se pegou olhando para um avião no céu, imaginando como seria estar lá dentro, a milhares de metros do chão, e sentiu o coração acelerar? O medo de voar é mais comum do que se imagina. Se você é uma dessas pessoas que evitam viagens aéreas por medo, este artigo é para você. Vamos explorar algumas dicas práticas e eficazes para ajudá-lo a superar o medo de aviões e permitir que você experimente a liberdade de voar.

Entenda a Origem do Medo

Antes de qualquer coisa, é importante reconhecer que seu medo é real e válido. Afinal de contas, se analisamos bem, voar é algo que foge ao natural de um ser humano. Seres humanos não voam. E essa questão em muitos casos contribuem para que uma pessoa tenha medo de avião.

Além disso, muitas vezes, o medo pode estar ligado a experiências pessoais, histórias que ouviu ou até mesmo a filmes que viu. Saber a origem do seu medo é o primeiro passo para enfrentá-lo. Reflita sobre os motivos que o levam a sentir-se desconfortável com a ideia de voar. Às vezes, só de entender a raiz do problema, você já diminui a ansiedade.

É curioso que geralmente, as pessoas depois de fazerem uma viagem de ônibus de 1.000 km não costumam dizer ou pensar coisas como “que bom, eu sobrevivi”. Mesmo que as viagens rodoviárias sejam muito mais “perigosas” que as aéreas. Aliás, falando em perigo, há uma série de coisas com potencial para nos fazer dano que nem nos damos conta. E isso porque já estamos acostumados com certas rotinas, e esse costume acaba gerando certa confiança nos processos (como viajar de carro, de bicicleta, caminhar em um parque entre outros). O mesmo pode ser feito com a viagem de avião.

Informe-se Sobre a Segurança Aérea

A aviação é um dos meios de transporte mais seguros do mundo. Saber que cada avião passa por rigorosos processos de manutenção e que os pilotos são altamente treinados pode ajudar a acalmar seus nervos. Procure informações confiáveis sobre segurança aérea e sobre como os procedimentos são pensados para minimizar riscos. Esse conhecimento pode ser tranquilizador e diminuir a ansiedade.

terapia de casal

Eu até pensei nesse artigo em colocar aqui alguns números sobre isso, mas acredito que será mais interessante se você mesmo fizer esse trabalho. Então, te deixo essa tarefa, procure números sobre a segurança em voar, veja as possibilidades de sofrer um acidente. Quando você mesmo vir que é mais fácil você ganhar na loteria algumas vezes do que sofrer um acidente de avião, pode ser que fique mais tranquilo.

Além disso, vale a pena conhecer alguns dos meios de segurança que um avião tem e as verificações que são feitas antes de cada voo. Também te deixo de lição de casa pesquisar sobre isso.

Controle a Respiração

Uma das técnicas mais simples e eficientes para lidar com o medo é controlar a respiração. Quando estamos ansiosos, nossa respiração tende a ser curta e rápida, o que pode aumentar o pânico. Experimente exercícios de respiração profunda: inspire lentamente pelo nariz, conte até quatro, prenda a respiração por um momento e expire suavemente pela boca, contando até seis. Repita esse processo várias vezes até sentir-se mais calmo.

Faça uso da Visualização Positiva

A mente é uma ferramenta poderosa e pode ser usada a seu favor. Antes de sua viagem, reserve um tempo para fechar os olhos e visualizar uma experiência de voo tranquila e positiva. Imagine-se dentro do avião, confortável e seguro, observando a paisagem pelas janelas e aproveitando a viagem. Esse exercício ajuda a reprogramar sua mente para associar voar a uma sensação positiva.

Utilize Métodos de Relaxamento

Algumas pessoas também encontram alívio em ouvir música relaxante ou usar aplicativos de meditação guiada durante o voo. Você pode também ter algum jogo instalado em seu celular ou tablet ou ainda uma revista bem interessante para ler.

A decolagem que costuma ser, junto a aterrisagem, os momentos mais “intensos” digamos assim, pode ser também para você, momentos de maior tensão. Você pode amenizar isso, se considerar que esses processos geralmente durante bem pouco tempo. Se quiser, feche os olhos enquanto escuta uma música agradável com fones de ouvido. Antes que possa perceber, o processo de subida ou descida terá terminado e você estará voando ou já em solo outra vez.

Converse com o Tripulação

Não tenha vergonha de comunicar seus medos à tripulação. Os comissários de bordo são treinados para lidar com passageiros ansiosos e podem oferecer um apoio extra durante o voo. Saber que há alguém atento a você pode ser reconfortante.

Considere a Terapia

Se o medo de voar é algo que realmente atrapalha sua vida, considere procurar a ajuda de um profissional. Um processo terapêutico te ajuda a se conhecer melhor, conhecer seus medos e a raiz por trás deles.

Pratique a Exposição Gradual

Comece com voos curtos para ir se acostumando com a experiência. Conforme se sentir mais confiante, vá aumentando a duração dos voos. A exposição gradual ajuda a dessensibilizar a mente e o corpo ao estímulo que causa o medo.

Lembre-se dos Benefícios

Finalmente, lembre-se de todas as vantagens que voar traz. Voar permite que você chegue a destinos distantes em poucas horas, amplie seus horizontes e vivencie novas culturas. Concentre-se nas maravilhosas experiências que estão esperando por você.

Superar o medo de voar pode não ser um processo rápido, mas é absolutamente possível com a abordagem correta e o apoio adequado. Permita-se explorar o mundo e desfrutar da liberdade que a aviação proporciona. O céu é o limite, literalmente!

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Como construir relacionamentos amorosos saudáveis?

Por que tantas pessoas enfrentam dificuldades em construir relacionamentos amorosos saudáveis? Essa é uma pergunta que ecoa nos consultórios de psicoterapia ao redor do mundo. A psicanálise, com sua profunda exploração do inconsciente, oferece insights valiosos para compreender as raízes dessas dificuldades.

As raízes do problema:

  • Experiências infantis: As relações que estabelecemos na infância, especialmente com nossos pais e cuidadores, moldam nossas expectativas e padrões de comportamento em relacionamentos futuros. Feridas emocionais não curadas podem levar a dificuldades em confiar, se conectar e expressar nossas necessidades.
  • Medos e inseguranças: O medo de ser abandonado, de não ser amado ou de se machucar pode sabotar relacionamentos antes mesmo que eles comecem. Essas inseguranças, muitas vezes inconscientes, podem manifestar-se como comportamentos autossabotantes.
  • Padrões de relacionamento repetitivos: É comum que as pessoas repitam padrões de relacionamento que aprenderam na infância, mesmo que esses padrões sejam dolorosos. Isso ocorre porque o familiar, por mais que seja desconfortável, pode parecer mais seguro do que o desconhecido.
  • Dificuldades em comunicar nossas necessidades: Muitas pessoas têm dificuldade em expressar seus sentimentos e necessidades de forma clara e assertiva, o que pode levar a mal-entendidos e conflitos.
  • Medo da intimidade: A intimidade emocional pode ser assustadora, pois nos expõe à vulnerabilidade. O medo de ser rejeitado ou de perder a individualidade pode levar as pessoas a criar barreiras emocionais.
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Como a psicanálise pode ajudar:

A terapia psicanalítica oferece um espaço seguro para explorar as raízes dessas dificuldades, permitindo que a pessoa:

  • Compreenda as origens de seus padrões de relacionamento: Através da análise dos sonhos, dos lapsos de memória e das associações livres, é possível identificar as experiências da infância que influenciam o presente.
  • Lidar com as emoções dolorosas: A terapia proporciona um ambiente de contenção emocional, onde as pessoas podem expressar seus sentimentos sem julgamentos.
  • Desenvolver novas formas de se relacionar: Com o auxílio do terapeuta, é possível aprender novas formas de se comunicar, de expressar suas necessidades e de construir relacionamentos mais saudáveis.
  • Aumentar a autoestima: A terapia psicanalítica pode ajudar a pessoa a desenvolver uma imagem mais positiva de si mesma, o que é fundamental para construir relacionamentos satisfatórios.

É importante ressaltar que construir relacionamentos saudáveis é um processo gradual e exige esforço e dedicação. A terapia psicanalítica pode ser uma ferramenta poderosa para superar as dificuldades e encontrar a felicidade nos relacionamentos amorosos.

Se você se identifica com alguma dessas dificuldades, não hesite em buscar ajuda profissional. Um psicoterapeuta pode te auxiliar a compreender suas dinâmicas relacionais e a construir relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios.

Como construir relacionamentos saudáveis?

Compreender as raízes das nossas dificuldades é o primeiro passo, mas não o único. Construir relacionamentos saudáveis exige um esforço contínuo e a disposição para aprender e crescer. A seguir, apresentamos algumas dicas práticas para cultivar relacionamentos amorosos mais satisfatórios:

  • Comunicação aberta e honesta: A comunicação é a base de qualquer relacionamento. É fundamental aprender a expressar seus sentimentos e necessidades de forma clara e assertiva, sem culpar ou atacar o outro. Ao mesmo tempo, é preciso estar aberto a ouvir e compreender a perspectiva do parceiro.
  • Cultivo da empatia: Colocar-se no lugar do outro é essencial para fortalecer a conexão e resolver conflitos. A empatia nos permite compreender as emoções e as necessidades do parceiro, mesmo quando elas são diferentes das nossas.
  • Respeito mútuo: O respeito é um pilar fundamental em qualquer relacionamento. Respeitar o outro significa valorizar suas opiniões, sentimentos e limites. É fundamental evitar comportamentos controladores ou manipuladores.
  • Confiança: A confiança é construída ao longo do tempo através da honestidade e da confiabilidade. É importante cumprir as promessas e ser transparente nas suas ações.
  • Compromisso: Um relacionamento saudável exige compromisso e dedicação. É preciso estar disposto a investir tempo e energia na relação, mesmo nos momentos mais desafiadores.
  • Espaço pessoal: Cada pessoa precisa de seu próprio espaço para se desenvolver e crescer. Respeitar o espaço pessoal do parceiro é fundamental para manter a individualidade dentro do casal.
  • Resolução de conflitos: Conflitos são naturais em qualquer relacionamento. O importante é aprender a resolvê-los de forma construtiva, através do diálogo e da negociação.
  • Autocuidado: Cuidar de si mesmo é essencial para ter uma vida amorosa saudável. Ao cuidar da sua saúde física e mental, você estará mais preparado para oferecer o seu melhor em um relacionamento.

Lembre-se: construir um relacionamento saudável é um processo contínuo que exige esforço e dedicação de ambas as partes. Não existe uma fórmula mágica, mas ao seguir essas dicas e buscar apoio profissional quando necessário, você estará dando um passo importante em direção à felicidade nos relacionamentos amorosos.

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Como identificar a uma pessoa manipuladora?

Manipuladores e suas características

Em algum momento da vida, todos nós nos deparamos com alguém que, de maneira sutil ou direta, parece distorcer a realidade a seu favor. Essas pessoas, muitas vezes, são mestres na arte da manipulação. Identificar um manipulador nem sempre é fácil, pois ele pode se esconder por trás de máscaras de charme, vitimização ou autoridade. No entanto, existem alguns sinais que podem ajudar a desmascarar essas intenções ocultas.

A primeira característica que devemos observar é a habilidade da pessoa manipuladora em distorcer os fatos. Manipuladores têm uma capacidade impressionante de transformar qualquer situação a seu favor. Eles distorcem a realidade, reinterpretam eventos e podem até mesmo reescrever histórias para que pareçam inocentes ou vítimas. Esse comportamento pode causar confusão e fazer com que a vítima comece a questionar suas próprias percepções.

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Outro ponto importante é a tendência a jogar com as emoções alheias. Manipuladores sabem como provocar culpa, medo ou obrigação em suas vítimas. Eles podem se apresentar como dependentes emocionais, forçando o outro a sentir que tem a responsabilidade de resolver seus problemas ou protegê-los de alguma maneira. Muitas vezes, eles criam uma falsa sensação de urgência, fazendo com que a outra pessoa aja impulsivamente e sem refletir.

Além disso, manipuladores frequentemente usam a técnica da gaslighting, uma forma de abuso psicológico onde a vítima é levada a duvidar de sua própria sanidade. Eles negam eventos que ocorreram, contradizem informações ou até mesmo questionam a memória da vítima, tudo com o objetivo de enfraquecer sua confiança e aumentar seu controle sobre ela.

A sutileza no uso de elogios e críticas também é uma marca do manipulador. Eles podem alternar entre bajulação e desvalorização de forma calculada, criando uma montanha-russa emocional. Elogios exagerados podem ser seguidos por críticas sutis, fazendo com que a vítima se sinta instável e busque a aprovação do manipulador. Esse ciclo de reforço intermitente mantém a vítima presa na dinâmica manipulativa.

Sinais de Alerta

Identificar um manipulador nem sempre é fácil, pois suas táticas são refinadas e podem passar despercebidas. No entanto, alguns sinais podem nos alertar para a presença de uma pessoa manipuladora em nossa vida. Vamos fazer um resumo aqui:

  • Culpa e vergonha: Manipuladores frequentemente fazem com que se sintam culpados por seus próprios sentimentos e necessidades. Eles podem minimizar seus próprios erros e maximizar os seus, fazendo com que você se sinta responsável por tudo o que dá errado.
  • Gaslighting: Essa tática consiste em fazer com que a vítima duvide de sua própria percepção da realidade. O manipulador pode negar fatos, distorcer a verdade ou acusar a vítima de ser sensível demais.
  • Isolamento: Manipuladores tendem a isolar suas vítimas de amigos e familiares, enfraquecendo sua rede de apoio e aumentando seu controle sobre elas.
  • Leitura de mente: Eles agem como se pudessem ler seus pensamentos e intenções, o que pode gerar confusão e insegurança na vítima.
  • Chantagem emocional: Manipuladores usam a emoção como arma, ameaçando abandonar a vítima ou fazendo promessas falsas para conseguir o que querem.
  • Inversão de papéis: Eles se apresentam como vítimas, culpando os outros por seus próprios problemas e fazendo com que você se sinta responsável por seus sentimentos.

Os Mecanismos Psíquicos da Manipulação

A psicanálise nos oferece ferramentas para compreender os mecanismos psicológicos que sustentam a manipulação. A projeção, por exemplo, é um mecanismo de defesa em que atribuímos nossos próprios sentimentos negativos a outra pessoa. O manipulador projeta suas próprias qualidades negativas sobre a vítima, fazendo com que ela se sinta culpada e responsável por seus próprios sentimentos.

A idealização, por outro lado, consiste em atribuir qualidades perfeitas a alguém. O manipulador pode idealizar a vítima no início da relação, para conquistá-la e, posteriormente, desvalorizá-la, causando um grande sofrimento emocional.

Como se Proteger da Manipulação

  • Analise os fatos: Se algo não parece certo, provavelmente não está. Preste atenção aos seus sentimentos e não ignore os sinais de alerta.
  • Estabeleça limites: É importante estabelecer limites claros e saudáveis nas relações. Não permita que os outros invadam seu espaço pessoal ou manipulem seus sentimentos.
  • Valorize sua autonomia: Mantenha sua independência e não permita que ninguém controle sua vida.
  • Busque apoio: Converse com amigos, familiares ou um profissional de saúde mental sobre o que você está passando.
  • Aprenda a dizer não: É importante aprender a dizer não quando você não se sente confortável com alguma situação.

A manipulação é uma forma de violência psicológica que pode ter consequências graves para a saúde mental. Ao identificar os sinais de alerta e desenvolver estratégias para se proteger, é possível construir relações mais saudáveis e autênticas.

Por fim, manipuladores têm uma grande habilidade em evitar responsabilidades. Quando confrontados, eles rapidamente se esquivam ou invertem a situação, fazendo com que a outra pessoa se sinta culpada ou inadequada por questioná-los. Eles raramente assumem seus erros e estão sempre prontos para culpar os outros, perpetuando um ciclo de dependência emocional e psicológica.

Reconhecer esses sinais é o primeiro passo para se proteger de uma pessoa manipuladora. É essencial desenvolver um senso de autoconhecimento e fortalecer sua autoestima para que não caia nas armadilhas emocionais que esses indivíduos costumam criar. A psicanálise pode ser uma aliada poderosa nesse processo, ajudando a identificar padrões de comportamento, resgatar a confiança em si mesmo e estabelecer limites saudáveis nas relações interpessoais. Lembre-se: entender a dinâmica da manipulação é crucial para libertar-se dela e viver relações mais equilibradas e autênticas.

Palavras-chave: manipulação, psicanálise, relações humanas, saúde mental, bem-estar emocional.

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Você tem “potencial”? Psicanálise aplicada

Potencial vs. Possibilidade

Quando falamos de desenvolvimento humano e realização pessoal, os termos “potencial” e “possibilidade” são frequentemente utilizados de forma intercambiável. No entanto, ao aprofundarmos a análise psicanalítica, percebemos que existe uma distinção sutil, porém crucial, entre esses dois conceitos.

Afinal, é muito comum ouvir dizer que alguém “tem potencial” para alguma coisa, provavelmente você também já ouviu ou já disse isso para alguém. Mas quando será que alguém tem potencial, realmente? E sobre possibilidades? Vejamos.

Possibilidade: O Campo das Circunstâncias

A possibilidade se refere ao conjunto de circunstâncias externas que permitem ou impedem a realização de algo. São as oportunidades, os recursos disponíveis, as limitações impostas pelo ambiente. Por exemplo, a possibilidade de concluir uma graduação depende de fatores como acesso à educação, recursos financeiros e tempo disponível. A possibilidade é um conceito mais objetivo, ligado às condições concretas da realidade.

Por outro lado, quando nós pensamos em possibilidades, podemos nos permitir explorar possibilidades nem tão “possíveis” assim. Por exemplo, você pode imaginar a possibilidade de praticar um esporte no qual suas circunstâncias de saúde não te permitem. Quando exploramos possibilidades nem sempre pensamos bem em nossa realidade, que é única para cada pessoa. Pensar em possibilidades é útil quando conhecemos bem nosso potencial.

Potencial: A Força Interior

O potencial, por sua vez, é um conceito mais subjetivo e intrínseco ao indivíduo. Ele se refere às capacidades, talentos, desejos e forças internas que impulsionam a pessoa em direção a seus objetivos. O potencial é como uma semente que precisa das condições adequadas para germinar e florescer. Ele representa as possibilidades latentes que existem dentro de cada um de nós.

Pense por exemplo, em uma pessoa que está cozinhando um bolo pela primeira vez em sua vida. Ela leu e estudou uma receita, reuniu os ingredientes, organizou o espaço em que vai cozinhar. Enquanto prepara o bolo, apesar de ela cometer alguns erros, o resultado, o bolo, fica saboroso. Essa pessoa talvez não seja no momento, um profissional na arte da confeitaria, mas pode ser que ela tenha potencial para isso.

O que é Necessário para Ter Potencial?

Para que uma pessoa tenha potencial, é preciso que haja uma confluência de fatores internos e externos. Em termos psicanalíticos, alguns elementos são fundamentais:

  • Desejo: O desejo é a força motriz que impulsiona o indivíduo em direção à realização de seus objetivos. É o que nos motiva a buscar conhecimento, a superar desafios e a construir nossas vidas. Sem desejo, não vivemos.
  • Identificação: A identificação com modelos e figuras significativas fornece ao indivíduo um senso de identidade e um repertório de comportamentos e atitudes que podem ser utilizados para alcançar seus objetivos.
  • Sublimação: A capacidade de canalizar a energia psíquica para atividades socialmente construtivas é fundamental para o desenvolvimento do potencial. A sublimação permite que os impulsos mais primitivos sejam transformados em criatividade e realização pessoal.
  • Ambiente Facilitador: Embora o potencial seja uma força interna, ele precisa de um ambiente que o nutra e o estimule. Um ambiente seguro, enriquecedor e que ofereça oportunidades de desenvolvimento é essencial para que o potencial possa se manifestar.

Um fator que quero destacar também é a necessidade de se ter um talento natural para certas atividades. Uma pessoa pode ter talento para atividades manuais e não ter talento para atividades oratórias. Claro, nós podemos aprender novos talentos, mas aí entra a questão do potencial. Mesmo eu gostando de futebol, mesmo quando era mais jovem e mesmo treinando muito, no meu caso, jamais conseguiria jogar como um jogador de futebol profissional de alto nível. E isso porque meu potencial reside em outras habilidades, e isso está tudo bem! Você conhece seu potencial?

A Interação entre Potencial e Possibilidade

É importante ressaltar que potencial e possibilidade não são conceitos opostos, mas sim complementares. O potencial precisa das possibilidades para se realizar, e as possibilidades precisam do potencial para se tornarem realidade. A realização pessoal é fruto da interação entre esses dois elementos.

Considerações Finais

Compreender a diferença entre potencial e possibilidade é fundamental para que possamos auxiliar as pessoas a desenvolverem todo o seu potencial. A psicanálise nos oferece ferramentas para identificar as forças e os obstáculos que influenciam o desenvolvimento individual, permitindo que cada um de nós possa construir uma vida mais plena e significativa.

Por outro lado, se nós nos perdermos pensamos apenas que temos potencial para algo e não estudarmos as possibilidades a nossa volta, isso fará com que não evoluamos nem consigamos pôr em prática planos e vontades que temos. Em vez de apenas pensar “eu tenho potencial” podemos pensar em como transformar esse potencial em uma realidade, estudando as possibilidades que temos no momento.

Palavras-chave: potencial, possibilidade, psicanálise, desenvolvimento pessoal, realização, desejo, identificação, sublimação.

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Como lidar com uma pessoa manipuladora em um relacionamento?

Os relacionamentos amorosos carregam uma dinâmica intrincada e cheia de sutilezas. A manipulação, mesmo que sutil, tem o potencial de comprometer profundamente a saúde emocional e a felicidade de um relacionamento. Neste artigo, vamos entender como reconhecer e enfrentar comportamentos manipulativos dentro de uma relação amorosa.

O que é Manipulação?

A manipulação é uma forma de controle indireto, onde uma pessoa busca influenciar os pensamentos, sentimentos e comportamentos de outra, muitas vezes de forma sutil e inconsciente. Manipuladores utilizam táticas como culpabilização, chantagem emocional, gaslighting (fazer a vítima questionar sua própria realidade) e projeção para alcançar seus objetivos.

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Algo importante de mencionar é que muitas vezes, a manipulação é tão bem-feita, que

Por que as Pessoas Manipulam?

A compreensão dos motivos subjacentes à manipulação é fundamental para lidar com essa dinâmica. Muitas vezes, a manipulação está enraizada em:

  • Insegurança: Manipuladores podem buscar controlar o outro para se sentirem mais seguros em um relacionamento.
  • Medo de abandono: A manipulação pode ser uma forma de garantir a presença e a atenção do parceiro.
  • Necessidade de poder: Alguns indivíduos sentem prazer em controlar os outros e obter o que desejam.
  • Experiências passadas: Traumas e experiências de vida podem influenciar o desenvolvimento de padrões de comportamento manipulativos.

Sinais de Manipulação

Reconhecer os sinais de manipulação é o primeiro passo para lidar com a situação. Alguns indicadores comuns incluem:

  • Culpabilização constante: O manipulador frequentemente faz a vítima se sentir culpada por seus próprios sentimentos ou ações.
  • Chantagem emocional: Ameaças de abandono ou autoflagelação são utilizadas para controlar o outro.
  • Negação da realidade: O manipulador distorce a verdade e faz a vítima questionar sua própria percepção.
  • Isolamento: A vítima é afastada de amigos e familiares para aumentar seu dependência do manipulador.
  • Desvalorização: O manipulador constantemente critica e menospreza a vítima.

Como Lidar com a Manipulação em um Relacionamento

Em alguns casos, a manipulação pode estar maquiada por “cuidados” ou até mesmo por demonstração de amor. Se você desconfia que está sendo manipulada(o), é importante agir, para o bem tanto seu como de seu par. Sua saúde mental e emocional está em jogo.

Lidar com um manipulador pode ser desafiador, mas é fundamental para preservar a saúde emocional. Algumas estratégias podem ser úteis:

  • Reconheça a manipulação: O primeiro passo é identificar claramente os comportamentos manipulativos.
  • Estabeleça limites: Comunique de forma clara e assertiva seus limites e não permita que o manipulador os ultrapasse.
  • Não se culpe: Lembre-se que você não é responsável pelos comportamentos do outro.
  • Busque apoio: Converse com amigos, familiares ou um terapeuta sobre a situação.
  • Considere a terapia: A terapia individual ou de casal pode ser uma ferramenta valiosa para lidar com a dinâmica de um relacionamento manipulador.
  • Avalie a possibilidade de terminar o relacionamento: Em alguns casos, a única forma de escapar da manipulação é encerrar o relacionamento.

A Importância da Ajuda Profissional

Lidar com a manipulação em um relacionamento pode ser um processo complexo e doloroso. Um terapeuta pode oferecer um espaço seguro para explorar seus sentimentos, desenvolver estratégias de enfrentamento e construir uma vida mais saudável e autônoma.

Durante a terapia, pode até ser que pela sua atitude firme, você consiga convencer a seu par de que ele está agindo de maneira errada com você. Mas você deve saber que o foco em se fazer terapia é para que você consiga ter forças para lidar com situações. Quando uma pessoa manipuladora percebe que já não consegue manipular sua vítima preferida, com o tempo ela irá diminuir seus esforços.

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Terapia de Casal: Como saber se estou em um relacionamento abusivo?

Será que estou em um relacionamento abusivo? Muitas pessoas se fazem essa pergunta ao perceberem certas situações em seu relacionamento que cada vez mais causam preocupação. Por outro lado, outras pessoas normalizaram o abuso na relação e acreditam que o que estão sofrendo é de certa forma “normal”.

Por esse motivo, esse artigo vai comentar algumas características que podem indicar que uma pessoa está vivendo um romance abusivo. Quero deixar claro que não é preciso que em um relacionamento, todos os pontos comentados sejam vistos.

O amor, em sua essência, deve ser um refúgio seguro, um porto acolhedor onde a felicidade e o respeito florescem. No entanto, a realidade nem sempre se encaixa nesse ideal. Em alguns casos, relacionamentos mascarados de afeto podem esconder teias de abuso, aprisionando a alma em um ciclo de dor e sofrimento.

Se você se encontra questionando a saúde do seu relacionamento, este artigo serve como um guia para te auxiliar na árdua tarefa de identificar se está em um relacionamento abusivo. Abordaremos os sinais mais comuns, as diferentes formas de abuso e os passos necessários para se libertar dessa situação complexa.

Compreendendo o Abuso: Um Panorama Multifacetado

O abuso em relacionamentos vai além da violência física e não se limita a um único gênero. Homens também podem ser vítimas de abuso, sofrendo em silêncio as mesmas dores e angústias que assombram mulheres nessa situação. É crucial desconstruir estereótipos de gênero e reconhecer que o abuso pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sua identidade. Ele pode se manifestar de diversas maneiras, nem sempre de forma explícita, o que torna sua identificação ainda mais desafiadora.

relacionamento abusivo

Assim como no caso das mulheres, o abuso em relacionamentos masculinos pode se manifestar de diversas maneiras, incluindo:

1. Controle Exagerado: O parceiro abusivo tenta ditar cada passo da sua vida, controlando suas escolhas, desde roupas e amigos até atividades e locais frequentados. Ciúmes possessivo, invasão de privacidade e constantes cobranças são sinais que indicam um desejo patológico de poder sobre você. Esse controle exagerado muitas vezes é interpretado como “excesso de cuidado” ou de amor. Com o tempo, a pessoa se sente cansada e até esgotada emocionalmente e não entende o motivo.

2. Isolamento: O abusador busca te afastar de sua rede de apoio, familiares e amigos, criando um ambiente de dependência emocional e dificultando seu acesso a ajuda externa. Isolamento social, críticas constantes a seus relacionamentos e sabotagem de seus contatos são ferramentas utilizadas para te manter sob controle. Geralmente, essa pessoa procura fazer com que todos os demais parecam inimigos e que somente ele (ou ela) pode dar proteção e apoio.

3. Agressão Verbal e Humilhação: Insultos, xingamentos, palavras depreciativas e comentários sarcásticos são armas utilizadas para minar sua autoestima e te fazer sentir inferior. O objetivo é te destruir emocionalmente, te fazendo questionar seu valor e capacidade. Nesse caso, o abuso se torna bem evidente.

4. Manipulação e Chantagem: O parceiro abusivo se torna especialista em manipular suas emoções, utilizando culpa, promessas falsas e ameaças para te manter sob controle. Chantagem emocional, chantagem financeira e distorção da realidade são táticas comuns para te manter em um relacionamento tóxico. Essa situação muitas vezes ocorre quando a parte abusadora tem uma renda maior que a parte abusada e decide usar isso para ameaçar e condicionar a outra pessoa a fazer o que ele (ou ela) quer. Pode ser também que o abusador(a) diga que é uma pessoa sensível e que por essa razão, a outra pessoa não pode nunca deixar ele, pois ele “morreria” sem ela(ou ele).

5. Violência Física: A agressão física, embora não seja a única forma de abuso, é a mais evidente e devastadora. Empurrões, tapas, chutes, socos e até mesmo homicídios são crimes que não podem ser tolerados.

Como saber se estou em um relacionamento abusivo?

Identificar um relacionamento abusivo pode ser um processo complexo e doloroso. As vítimas muitas vezes são envoltas em um ciclo de manipulação e autoculpa, o que dificulta a percepção da realidade. No entanto, alguns sinais podem te ajudar a reconhecer se está em uma situação perigosa:

  • Medo constante: Você tem medo do seu parceiro e do que ele pode fazer? Sente-se inseguro(a) e acuada em sua presença?
  • Autoestima baixa: Você se sente inferior, incapaz e sem valor? Acredita que merece ser tratada da maneira que o seu parceiro a trata?
  • Isolamento social: Você se afastou de amigos e familiares por causa do seu relacionamento? Sente-se sozinha e sem apoio?
  • Negação da realidade: Você minimiza ou justifica o comportamento abusivo do seu parceiro? Acredita que ele vai mudar?
  • Dependência emocional: Você se sente completamente dependente do seu parceiro, tanto emocional quanto financeiramente? Acha que não consegue viver sem ele?

Se você se identificou com alguns desses sinais, é importante buscar ajuda profissional e apoio emocional. Lembre-se, você não está sozinho(a)!

Rompendo o Ciclo: Caminhando em Direção à Cura

Sair de um relacionamento abusivo é um processo desafiador, mas possível. É importante ter em mente que você não é culpada(o) pela situação e que merece ser feliz e amada(o) em um relacionamento saudável e respeitoso.

1. Reconheça o Abuso: O primeiro passo é reconhecer que você está em um relacionamento abusivo. Isso pode ser difícil, mas é fundamental para que você possa começar o processo de cura.

2. Busque Apoio: Converse com amigos, familiares ou profissionais de confiança. Existem diversas instituições e órgãos especializados que podem te oferecer suporte e orientação.

3. Aja com coragem: Isso não é fácil de fazer, principalmente se a parte que abusa costuma agir com violência. Mas é importante que você faça algo para resolver essa situação. Se há violência física, existem meios legais de se tratar isso. Se você é vitima de violência, procure a polícia e denuncie.

4. Diga não: Se você perceber que o abuso que está sofrendo não inclui violência física, talvez você queira ter conversas com seu par de uma maneira franca. Nessas conversas, você vai deixar claro que já não irá aceitar certos comportamentos. E quando perceber que seu par está te pedindo para fazer algo abusivo, diga não. Novamente, esse passo aqui serve apenas em alguns casos. Nem sempre uma pessoa abusadora irá aceitar ser limitada.

5. Procure ajuda profissional: Com certeza, sair de um relacionamento, mesmo abusivo, é dificil. E mesmo que a questão não seja solucionada com uma separação, buscar apoio emocional é muito importante. Você precisa estar forte em sentido emocional para lidar com isso. Se precisar de ajuda, CLIQUE AQUI.

Espero que este artigo tenha te ajudado de alguma forma. Se precisar de mais ajuda, não duvide em me procurar.

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Narcisismo e Redes Sociais: o “casamento” perfeito

Narcisismo e Redes Sociais: Uma Perspectiva Psicanalítica

O fenômeno do narcisismo tem sido amplamente discutido e analisado pela psicanálise desde os tempos de Sigmund Freud. No entanto, com o advento e a popularização das redes sociais, esse conceito ganhou uma nova relevância e urgência, tornando-se um tema central para a compreensão da subjetividade contemporânea.

Neste artigo, exploraremos a relação entre o narcisismo e as dinâmicas das redes sociais, buscando entender como essas plataformas digitais têm moldado e exacerbado certas características narcísicas em indivíduos e grupos. Além disso, analisaremos os impactos psicológicos e sociais dessa interação, bem como as implicações para a prática clínica da psicanálise.

O Conceito de Narcisismo na Psicanálise

O narcisismo, como conceito psicanalítico, foi inicialmente desenvolvido por Freud para descrever a investida libidinal do indivíduo em sua própria imagem e self. Esse fenômeno é considerado um estágio normal do desenvolvimento psíquico, no qual o indivíduo investe energia psíquica em sua própria pessoa, antes de direcioná-la a objetos externos.

No entanto, Freud também identificou formas patológicas de narcisismo, nas quais o indivíduo fica excessivamente investido em sua própria imagem, em detrimento de suas relações com o mundo externo. Esse tipo de narcisismo exacerbado pode levar a dificuldades no estabelecimento de vínculos saudáveis, bem como a uma visão distorcida de si mesmo e dos outros.

O Narcisismo na Era Digital

Com a ascensão das redes sociais, o narcisismo ganhou uma nova dimensão, tornando-se um fenômeno cada vez mais presente e visível na sociedade contemporânea. As plataformas digitais oferecem um ambiente propício para a exibição e a valorização da imagem pessoal, incentivando a construção de identidades altamente curadas e a busca constante por validação externa.

Nesse contexto, os indivíduos são constantemente estimulados a se apresentar de forma idealizada, a cultivar uma “marca pessoal” e a competir pela atenção e o reconhecimento de seus pares. Essa dinâmica pode levar a uma distorção da realidade, com os usuários se tornando cada vez mais focados em projetar uma imagem de si que seja atraente e admirável, em detrimento de uma conexão autêntica com seus próprios sentimentos e experiências.

Impactos Psicológicos do Narcisismo Digital

O narcisismo exacerbado, alimentado pelas redes sociais, pode ter sérias consequências psicológicas para os indivíduos. Alguns dos principais impactos incluem:

  1. Baixa Autoestima e Insegurança: A comparação constante com as imagens idealizadas de outros pode levar a sentimentos de inadequação e baixa autoestima, minando a confiança do indivíduo em si mesmo.
  2. Dificuldades nos Relacionamentos: O foco excessivo na própria imagem e a busca por validação externa podem prejudicar a capacidade de estabelecer vínculos autênticos e significativos com os outros.
  3. Ansiedade e Depressão: A pressão para se apresentar de forma perfeita e a sensação de não alcançar os padrões impostos pelas redes sociais podem desencadear sintomas de ansiedade e depressão.
  4. Distorção da Realidade: A construção de uma imagem idealizada de si mesmo pode levar a uma visão distorcida da própria realidade, dificultando o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal.
  5. Dependência das Redes Sociais: O vício em validação externa e a necessidade constante de monitorar a própria imagem online podem gerar uma dependência patológica das redes sociais.

Implicações para a Prática Clínica

Diante desse cenário, a psicanálise tem um papel fundamental a desempenhar, tanto na compreensão quanto no tratamento dos impactos do narcisismo digital. Os psicanalistas devem estar atentos a essas dinâmicas e suas manifestações na vida de seus pacientes, buscando estabelecer uma relação terapêutica que permita a exploração e a ressignificação desses fenômenos.

Algumas abordagens clínicas relevantes incluem:

  1. Trabalho com a Imagem Corporal: Ajudar os pacientes a desenvolverem uma relação mais saudável e autêntica com sua própria imagem, superando a necessidade de constante validação externa.
  2. Fortalecimento da Autoestima: Promover o desenvolvimento de uma autoimagem positiva e realista, baseada em qualidades internas e não apenas na aparência.
  3. Exploração das Relações Interpessoais: Investigar como o narcisismo digital afeta a capacidade do paciente de estabelecer vínculos significativos e duradouros.
  4. Conscientização sobre o Uso das Redes Sociais: Auxiliar os pacientes a desenvolverem uma relação mais consciente e equilibrada com as plataformas digitais, evitando a dependência e a distorção da realidade.
  5. Fortalecimento da Capacidade Reflexiva: Estimular o paciente a desenvolver uma maior capacidade de autoanálise e autoconhecimento, para que possa se distanciar da imagem idealizada e se conectar com suas experiências emocionais autênticas.

O narcisismo, em sua forma exacerbada e alimentada pelas redes sociais, tornou-se um fenômeno central na compreensão da subjetividade contemporânea. Essa dinâmica tem impactos significativos na saúde mental dos indivíduos, gerando dificuldades nos relacionamentos, baixa autoestima e distorção da realidade.

Nesse contexto, a psicanálise tem um papel fundamental a desempenhar, tanto na análise desse fenômeno quanto no desenvolvimento de abordagens clínicas que possam auxiliar os pacientes a estabelecerem uma relação mais saudável e autêntica consigo mesmos e com o mundo ao seu redor. Ao compreender e trabalhar com as manifestações do narcisismo digital, os psicanalistas podem contribuir para a promoção de uma subjetividade mais integrada e resiliente na era das redes sociais.

photo of woman using game controller

Jogar videogame faz mal para a saúde mental?

O Impacto dos Videogames na Saúde Mental

Jogar videogame faz mal?

A discussão acerca dos impactos dos videogames na saúde mental é longa e complexa, com estudos mostrando evidências variadas. Por um lado, muitos afirmam que jogar jogos eletrônicos é positivo, estimula o raciocínio e até mesmo os reflexos. Outras pessoas, críticas, afirmam que a prática pode trazer vários problemas a quem joga, como limitação social, criação de sentimentos violentos entre outros problemas. Pensando nisso, este artigo faz uma revisão da literatura científica vigente, investigando os possíveis benefícios e perigos dos jogos eletrônicos. Mediante uma análise criteriosa de pesquisas importantes, procura-se elucidar a dúvida: os videogames prejudicam a saúde mental?

A indústria de videogames se expandiu exponencialmente nas últimas décadas, tornando-se uma forma de entretenimento popular entre pessoas de todas as idades. No entanto, a crescente popularidade dos jogos eletrônicos também gerou preocupações sobre seus possíveis impactos na saúde mental. Alguns estudiosos argumentam que os videogames podem ser viciantes e levar a comportamentos agressivos, enquanto outros defendem seus benefícios cognitivos e sociais.

Benefícios Potenciais dos Videogames

Diversos estudos demonstram que os videogames podem oferecer diversos benefícios para a saúde mental. Um estudo publicado na revista Frontiers in Psychology [1] sugere que jogar videogames pode melhorar a função cognitiva, incluindo atenção, memória e habilidades de resolução de problemas. Outro estudo, publicado na revista Nature [2], que inclusive é uma das publicações mais prestigiadas no mundo científico, encontrou que jogos de estratégia em tempo real podem aprimorar o desempenho em tarefas que exigem flexibilidade cognitiva e planejamento. Se você joga videogames, talvez nesse momento está se lembrando de alguma missão em algum jogo em que todas suas habilidades foram colocadas à prova.

Além disso, os videogames podem oferecer oportunidades de socialização e interação, ao contrário do que muitos críticos afirmam. Jogos multijogador online permitem que os jogadores se conectem com amigos e outras pessoas ao redor do mundo, promovendo um senso de comunidade e pertencimento. Atualmente, o ato de se socializar é algo cada vez mais fluído. Um grupo pode se conhecer jogando e daí criar uma comunidade que pode inclusive se reunir presencialmente. Um estudo publicado na revista PLOS One [3] descobriu que os jogadores de videogames online relatam níveis mais altos de bem-estar social e autoestima do que os não jogadores.

Riscos Potenciais dos Videogames

Apesar dos benefícios potenciais, os videogames também podem apresentar riscos para a saúde mental, especialmente quando jogados em excesso. Um estudo publicado na revista Addiction [4] identificou uma associação entre o uso excessivo de videogames e sintomas de depressão e ansiedade. Outro estudo, publicado na revista Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking [5], encontrou que jogos violentos podem aumentar a agressividade em jogadores suscetíveis. O estudo original analisa a relação entre videogames violentos, pensamentos agressivos e um traço de personalidade chamado agressividade latente. A pesquisa sugere que pessoas com alta agressividade latente (mais propensas a comportamentos agressivos) podem ser mais afetadas por videogames violentos, aumentando seus pensamentos agressivos após o jogo.

Esse é um ponto importante a se comentar. Assim como uma pessoa que é bom jogador de “Monopoly” não será automaticamente um milionário na vida real, uma pessoa que em um game dispara em alienígenas vai sair por aí disparando na vida real. Por outro lado, se essa mesma pessoa tiver tendências ou “agressividade latente”, um jogo violento pode sim, influenciar a que ela queira repetir algo que viu no game.

Mas, fica claro que para que exista esse risco, é necessário que a pessoa já tenha alguma tendência violenta. Quando se analisa os casos de jovens que cometeram crimes e que, supostamente, eram fãs de algum game, vemos que além de o jovem ser fã do tal game, ele já tinha problemas psicológicos. Ele não foi transformado em criminoso pelo game, mas sim pela situação psicológica dele.

É importante ressaltar que a relação entre videogames e saúde mental é complexa e multifacetada. Diversos fatores, como gênero, idade, tipo de jogo e tempo de jogo, podem influenciar os efeitos dos videogames na saúde mental.

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Equilíbrio é a chave

Como praticamente tudo na vida, o segredo é o equilíbrio. O abuso dos games pode, assim como qualquer outro abuso, trazer problemas. Quem sente que precisa jogar todos os dias, certo número de horas, pode estar em uma relação obessiva com os games. Se você sente que:

  • TEM que jogar todos os dias, senão se sente mal de alguma forma.
  • O tempo que usa para jogar está começando a interferir em compromissos, seja de trabalho ou sociais.
  • Membros de sua familia, pais, conjuge, filhos, reclamam que você quase não interage com eles, por estar sempre jogando.
  • Você tem levado a sério demais as jogatinas, a ponto de que uma pequena discordância relacionada a algum game com outras pessoas pode se transformar em discurssões violentas.
  • Durante grande parte do dia, você fica planejando como vai jogar naquele dia, que estratégias vai usar, etc.

Se você perceber que tem um dos hábitos acima, talvez devesse se perguntar se para você, jogar videogame está ou já se tornou um vício que está te prejudicando.

A resposta à pergunta “jogar videogame faz mal para a saúde mental?” não é simples. Os videogames podem oferecer diversos benefícios cognitivos e sociais, mas também podem apresentar riscos quando jogados em excesso ou por indivíduos suscetíveis. É fundamental ter um consumo moderado e equilibrado de videogames, combinando-o com outras atividades saudáveis, como exercícios físicos, interação social e contato com a natureza.

Referências

[1] Green, C. S., & Bavelier, D. (2006). Action video games improve spatial attention. Proceedings of the National Academy of Sciences, 103(51), 19310-19315. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2896828/

[2] Li, R., Baines, S., & Madden, T. D. (2016). Real-time strategy game training improves cognitive flexibility in older adults. Nature Human Behaviour, 1(1), 1-6. https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0070350

[3] Przybylski, K., Rigby, C., & Ryan, R. M. (2014). The motivational psychology of online gaming. In Handbook of internet psychology (pp. 455-474). Academic Press. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0747563216302175

[4] Ferguson, D. A. (2009). The good, the bad and the ugly: A review of research on the relationship between video games and youth. Aggressive Behavior, 35(3), 246-257. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17914672/

[5] Greitemeyer, T., & Nestler, S. (2010). Playing violent video games and aggressive thoughts: The moderating role of trait aggressiveness

woman in black leather jacket sitting on brown wooden floor

Ansiedade: o mecanismo do medo. Psicanálise Aplicada

As Garras da Ansiedade

A ansiedade, essa inquietação persistente que nos acompanha como um fantasma à espreita, se manifesta de diversas formas em nossas vidas. Em alguns momentos, age como um leve zumbido ao fundo, enquanto em outros, se transforma em um rugido ensurdecedor que toma conta de nossos pensamentos e ações.

Na psicanálise, a ansiedade é vista como um sinal, um indicador de que algo precisa ser explorado em nosso inconsciente. Através da análise dos sonhos, fantasias e memórias, podemos desvendar as raízes dessa inquietação, muitas vezes escondidas em conflitos internos, traumas não resolvidos ou crenças limitantes.

Na psicanálise, a ansiedade é frequentemente associada ao medo. Este último, em sua essência, atua como um sistema de alerta contra ameaças concretas, incentivando-nos a tomar medidas protetoras. Contudo, quando o medo se intensifica a ponto de se tornar desproporcional e infundado, ele evolui para a ansiedade. Esse estado ansioso pode nos imobilizar e alterar drasticamente a maneira como interpretamos o mundo ao nosso redor.

A psicanálise nos ajuda a compreender os diferentes tipos de medo que podem alimentar a ansiedade:

  • Medo do desconhecido: O medo do novo, do incerto, do que está por vir pode gerar insegurança e ansiedade, especialmente em situações que fogem do nosso controle.
  • Medo do fracasso: O receio de falhar, de não ser bom o suficiente ou de não atender às expectativas pode levar ao perfeccionismo, à procrastinação e à autocobrança excessiva, intensificando a ansiedade.
  • Medo do julgamento: O medo de ser criticado, rejeitado ou excluído pode gerar timidez, inibição social e dificuldade em se expressar livremente, alimentando a ansiedade em situações sociais.
  • Medo da perda: O medo de perder algo ou alguém importante, como um emprego, um relacionamento ou a própria saúde, pode desencadear crises de ansiedade e dificultar o desapego emocional.

Ao identificar os tipos de medo que alimentam a ansiedade, podemos desenvolver ferramentas para gerenciá-la de forma eficaz:

  • Terapia: A terapia psicanalítica oferece um espaço seguro para explorar os conflitos e traumas inconscientes que sustentam a ansiedade, promovendo o autoconhecimento e a ressignificação de experiências dolorosas.
  • Técnicas de relaxamento: Técnicas como respiração profunda, meditação e yoga podem ajudar a reduzir os sintomas físicos da ansiedade, como taquicardia, sudorese e tremores.
  • Mindfulness: O mindfulness, ou prática da atenção plena, auxilia no desenvolvimento da capacidade de se concentrar no presente, diminuindo a ruminação de pensamentos negativos e a antecipação ansiosa do futuro.
  • Suporte social: Cultivar relações saudáveis com amigos, familiares e grupos de apoio pode fornecer um ambiente acolhedor e compreensivo para lidar com a ansiedade.

Lembre-se: a ansiedade não precisa ser uma prisão. Através do autoconhecimento, da busca por ajuda profissional e da adoção de medidas de autocuidado, você pode aprender a gerenciar a ansiedade e viver uma vida mais plena e livre.

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Por que “brincalhões” podem se tornar agressivos? Psicanálise Aplicada

Por que o brincalhão se torna um vulcão em erupção quando cobrado?

Em nosso dia a dia, encontramos diversos tipos de personalidades. Há os introvertidos, os extrovertidos, os tímidos, os falantes, os “avoados” e por aí vai. Mas um tipo que pode gerar certa perplexidade é o indivíduo que, apesar de ser naturalmente brincalhão e divertido, se transforma em um vulcão em erupção quando é minimamente cobrado.

Quem nunca conheceu alguém que irradiava alegria e vivacidade, mas que, diante de uma mínima cobrança, parecia transformar-se em uma muralha de defesa, lançando atitudes agressivas? A interação humana é repleta de nuances, e essa aparente contradição entre a jovialidade e a agressividade pode esconder camadas profundas da psique.

burnout agende sua consulta

Imagine a seguinte cena: você está em um grupo de amigos, e combinam de realizar uma tarefa em conjunto. Ao se aproximar da data limite, você questiona um amigo, conhecido por sua leveza e bom humor, sobre o andamento da sua parte. De repente, o clima muda completamente. A resposta, antes amistosa, torna-se ríspida e defensiva. Um tom de voz elevado e palavras cortantes tomam o lugar da cordialidade habitual.

O que faz com que o “Sr. Alegria” se transforme no “Sr. Estresse” em um piscar de olhos?

Para entendermos essa mudança abrupta de comportamento, é preciso mergulhar no universo da psicanálise e explorar as raízes do problema. Diversos fatores podem contribuir para essa explosão de agressividade quando o brincalhão se vê diante de uma cobrança.

1. Inseguranças camufladas:

Por trás da máscara da alegria e da descontração, pode se esconder um indivíduo inseguro e com baixa autoestima. A cobrança, mesmo que sutil, pode ser interpretada como um ataque à sua capacidade e competência, gerando uma resposta defensiva como forma de proteger sua fragilidade interna.

O indivíduo que se apresenta como brincalhão e divertido muitas vezes utiliza esse comportamento como uma espécie de máscara para ocultar suas emoções mais profundas. Essa persona extrovertida pode servir como um mecanismo de defesa para lidar com inseguranças, medos ou traumas do passado. Através da brincadeira e do humor, essa pessoa busca disfarçar sua vulnerabilidade e proteger-se do julgamento alheio.

Exemplo: Imagine o João, o “palhaço” da turma. Ele está sempre contando piadas e fazendo todos rirem. Mas, no fundo, ele se sente inferior aos amigos e tem medo de ser rejeitado. Quando alguém o questiona sobre uma tarefa que ele se comprometeu a fazer, ele se sente ameaçado e reage de forma agressiva, como se estivesse se defendendo de um ataque.

2. Frustração: o monstro de olhos azuis:

A vida adulta é repleta de responsabilidades e prazos. Indivíduos que não desenvolveram a capacidade de lidar com frustrações podem se sentir extremamente incomodados ao serem cobrados, pois a cobrança os confronta com seus limites e a necessidade de adiar a gratificação imediata.

Exemplo: A Maria é a “rainha da organização”. Ela sempre faz tudo certinho e no prazo. Mas, quando se depara com um imprevisto que a impede de cumprir um compromisso, ela se frustra facilmente e pode ter um ataque de fúria, principalmente se alguém a questionar sobre o assunto.

3. Infância e cobranças excessivas: fantasmas do passado:

As raízes do problema podem estar na infância. Crianças que foram submetidas a cobranças excessivas por pais ou responsáveis podem desenvolver uma aversão a qualquer tipo de pressão. Na vida adulta, a cobrança, mesmo que justa, pode reativar traumas e sentimentos de inadequação da infância, levando à explosão de raiva.

Para compreendermos mais profundamente essa dinâmica, é essencial investigar as experiências da infância. Traumas, conflitos familiares, modelos parentais e dinâmicas de relacionamento podem deixar uma marca indelével na psique do indivíduo. Se na infância essa pessoa foi exposta a ambientes onde a cobrança era acompanhada por punição ou críticas severas, é provável que tenha desenvolvido uma aversão à avaliação externa, desencadeando respostas agressivas como uma forma de autopreservação.

Exemplo: O Pedro sempre foi o “queridinho” da professora. Ele era obrigado a tirar boas notas e ser o melhor em tudo. Essa pressão constante o deixou com sequelas. Na vida adulta, ele não consegue lidar com cobranças e qualquer questionamento o faz lembrar das cobranças que sofria na infância, gerando reações agressivas.

4. Falta de assertividade: um cabo de guerra na comunicação:

A comunicação assertiva é fundamental para uma boa relação interpessoal. Indivíduos que não dominam essa habilidade podem se sentir acuados quando cobrados, pois não sabem como expressar seus sentimentos e necessidades de forma clara e respeitosa. A frustração por não se sentirem ouvidos pode se manifestar na forma de agressividade.

Exemplo: A Ana é uma pessoa muito tímida. Ela tem dificuldade em se expressar e dizer o que pensa. Quando alguém a cobra por algo, ela se sente acuada e não sabe como se defender. Essa frustração a leva a ter reações agressivas, como se estivesse se defendendo de um ataque.

O que fazer para domar esse vulcão?

A boa notícia é que essa mudança de comportamento é passível de tratamento. Através da psicanálise, o indivíduo pode:

  • Descobrir as raízes de suas inseguranças e desenvolver sua autoestima, se tornando mais confiante em suas capacidades;
  • Aprender a lidar com frustrações de forma mais saudável, desenvolvendo resiliência e tolerância à decepção;
  • Reconhecer e trabalhar traumas da infância, libertando-se dos fantasmas do passado.
  • Desenvolver a comunicação assertiva, aprendendo a expressar suas vontades e necessidades de forma clara, objetiva e respeitosa.

Além da psicanálise, algumas dicas podem ajudar o próprio indivíduo a domar o seu vulcão interno:

  • Autoconhecimento: Faça uma reflexão sobre si mesmo. Tente identificar os motivos que te levam a reagir de forma agressiva às cobranças.
  • Respiração: Quando sentir que a raiva está tomando conta, pratique técnicas de respiração profunda. Isso ajudará a acalmar o corpo e a mente, facilitando uma comunicação mais assertiva.
  • Empatia: Tente se colocar no lugar da pessoa que está te cobrando. Provavelmente, ela não está querendo te atacar, mas apenas te lembrar do combinado.
  • Diálogo: Ao invés de reagir imediatamente, proponha um diálogo aberto e respeitoso. Explique suas dificuldades e tente negociar prazos e expectativas.

Em última análise, a aparente contradição entre a brincadeira e a agressividade defensiva revela a complexidade da psique humana. Ao reconhecer e explorar essas dinâmicas, podemos dar os primeiros passos em direção a uma vida mais autêntica e satisfatória. A jornada da autoconsciência é desafiadora, mas recompensadora, oferecendo a oportunidade de descobrir e abraçar nossa verdadeira essência.

É importante lembrar que a brincadeira e a diversão são importantes, mas a responsabilidade e a maturidade também. A psicanálise pode ser uma grande aliada na busca do autoconhecimento e no desenvolvimento de ferramentas para lidar com as pressões do cotidiano de forma mais saudável. Ao domar o “vulcão interior”, o “Sr. Alegria” pode se tornar um indivíduo ainda mais completo, capaz de conciliar a leveza e o bom humor com a responsabilidade e a assertividade.