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Psicanálise Aplicada: O que é triangulação e como ela se manifesta na dinâmica familiar?

A dinâmica familiar é uma parte essencial da nossa vida, e quando as relações dentro da família são harmoniosas, pode haver uma sensação de segurança e estabilidade. No entanto, nem sempre é o caso. Às vezes, as relações dentro da família são complicadas, e isso pode levar a um processo chamado triangulação.

A triangulação é um processo em que um membro da família é usado como intermediário entre dois outros membros da família. Geralmente, esse processo ocorre quando um dos pais não quer se comunicar diretamente com o outro pai ou se sente muito desconfortável para lidar com questões emocionais. O membro da família que é usado como intermediário é geralmente uma criança, mas também pode ser um adolescente ou um adulto jovem.

Quando um membro da família é usado como intermediário, isso pode levar a uma série de problemas. Em primeiro lugar, pode levar a um aumento da ansiedade, tanto para o membro da família que é usado como intermediário quanto para os pais envolvidos. A pessoa que é usada como intermediário pode sentir-se sobrecarregada pela responsabilidade de lidar com as questões emocionais de seus pais, e isso pode levar a sentimentos de culpa ou inadequação. Além disso, a pessoa que é usada como intermediário pode se sentir presa entre os pais e não sabe como ajudar a resolver a situação.

Além disso, a triangulação pode levar a dificuldades de comunicação. Quando um membro da família é usado como intermediário, pode haver uma falta de comunicação direta entre os pais. Isso pode levar a uma diminuição da intimidade e à perda de confiança. Os pais podem começar a se sentir distantes um do outro e isso pode afetar negativamente o relacionamento.

É importante identificar se uma família está passando por um processo de triangulação. Alguns sinais incluem um membro da família sendo usado como intermediário em questões emocionais entre dois outros membros da família, problemas de comunicação entre os pais, o envolvimento excessivo de um membro da família na vida dos pais ou a sensação de que uma criança é responsável por manter a harmonia entre os pais.

A triangulação pode ter várias causas diferentes. Algumas causas incluem um dos pais ser emocionalmente imaturo, um dos pais ter dificuldades de comunicação ou um evento estressante na vida da família. Independentemente da causa, é importante lidar com a triangulação para melhorar a dinâmica familiar.

Existem várias estratégias psicológicas que podem ser usadas para ajudar uma família a lidar com a triangulação. Em primeiro lugar, é importante que os pais se comuniquem diretamente uns com os outros. Se eles não conseguem fazer isso sozinhos, um terapeuta familiar pode ajudá-los a melhorar sua comunicação. Em segundo lugar, é importante que os pais assumam a responsabilidade por suas próprias questões emocionais. Isso pode ajudar a aliviar a pressão sobre a criança ou adolescente que está sendo usado como intermediário.

Finalmente, a terapia familiar pode ser uma opção útil para ajudar uma família a lidar com a triangulação. O terapeuta pode ajudar a identificar as causas da triangulação e trabalhar com a família para desenvolver habilidades de comunicação mais saudáveis e construtivas. Além disso, o terapeuta pode ajudar a pessoa que está sendo usada como intermediário a entender seus próprios sentimentos e a lidar com o estresse emocional que pode resultar dessa situação.

A terapia familiar pode ser uma experiência desafiadora, mas também pode ser uma oportunidade para a família crescer e fortalecer seus relacionamentos. É importante lembrar que a triangulação não é culpa de uma pessoa em particular, mas é uma dinâmica que se desenvolve ao longo do tempo. Com ajuda, uma família pode superar essa dinâmica e criar relações mais saudáveis e construtivas.

A triangulação na dinâmica familiar pode ser prejudicial para a saúde emocional dos membros da família. É importante identificar os sinais de triangulação e trabalhar com um terapeuta familiar para desenvolver habilidades de comunicação mais saudáveis e construtivas. A terapia familiar pode ser uma oportunidade para a família crescer e fortalecer seus relacionamentos. Com ajuda, uma família pode superar a triangulação e criar relações mais saudáveis e construtivas.

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Você sempre se interessa por pessoas tóxicas? Psicanálise Aplicada

Existem várias razões pelas quais uma pessoa pode se sentir atraída por alguém que é tóxico para ela. Algumas dessas razões incluem:

  1. Trauma emocional prévio: Pessoas que tiveram experiências traumáticas em relacionamentos anteriores podem acabar sendo atraídas por pessoas tóxicas. Isso pode acontecer porque elas se sentem mais confortáveis em ambientes familiares, mesmo que esses ambientes sejam prejudiciais.
  2. Baixa autoestima: Pessoas com baixa autoestima podem sentir que não merecem um relacionamento saudável e acabam se envolvendo com pessoas tóxicas que as fazem sentir valorizadas ou desejadas. Eles podem sentir que não conseguem atrair um parceiro mais adequado ou que essa é a única opção disponível para eles.
  3. Padrões de relacionamento aprendidos: Algumas pessoas crescem em ambientes onde relacionamentos tóxicos são a norma. Como resultado, elas podem achar que isso é normal e até mesmo desejável em um relacionamento. Elas podem procurar pessoas que se encaixam nesse padrão sem perceber que há opções melhores disponíveis.
  4. Carência emocional: Alguém que está passando por um momento difícil em sua vida pode buscar o conforto e a atenção de uma pessoa tóxica. Esse tipo de pessoa pode ser manipuladora e controladora, mas também pode oferecer um senso de apoio que a pessoa carente sente falta.
  5. Atração pela intensidade: Algumas pessoas são atraídas por relacionamentos intensos e turbulentos. Elas podem sentir que a dinâmica emocional é mais emocionante do que um relacionamento estável e previsível. Isso pode levá-las a buscar pessoas que criam esse tipo de ambiente emocional.
  6. Medo do abandono: Pessoas que têm medo de serem abandonadas podem acabar se apegando a pessoas tóxicas, porque sentem que não têm muitas opções. Elas podem tolerar comportamentos abusivos ou prejudiciais, pois têm medo de perder a pessoa tóxica.

Essas são apenas algumas das razões pelas quais uma pessoa pode se sentir atraída por alguém que é tóxico para ela. É importante lembrar que cada pessoa é única e que há muitos fatores diferentes que podem contribuir para essa dinâmica em um relacionamento. Se você está enfrentando essa situação, é importante buscar ajuda profissional para entender melhor suas necessidades emocionais e tomar decisões mais saudáveis em seus relacionamentos.

Visão da Psicanálise sobre isso

A psicanálise oferece uma visão interessante sobre as razões pelas quais algumas pessoas podem ser atraídas por outras que são tóxicas para elas. De acordo com a teoria psicanalítica, nossas experiências emocionais anteriores e a forma como lidamos com elas podem ter um grande impacto em nossos comportamentos e escolhas em relacionamentos.

Por exemplo, uma pessoa que tenha passado por traumas emocionais em relacionamentos anteriores pode acabar se envolvendo com pessoas tóxicas como uma forma de lidar com esses traumas. A psicanálise nos ensina que essas escolhas podem ser motivadas por uma tentativa de repetir ou recriar situações emocionais passadas para poder superá-las ou dominá-las de alguma forma.

Além disso, a baixa autoestima pode ser um fator importante que leva uma pessoa a se envolver com alguém tóxico. A teoria psicanalítica nos mostra que a autoimagem e autoestima de uma pessoa são influenciadas por seus primeiros relacionamentos com seus cuidadores, e isso pode moldar sua percepção de si mesma e sua capacidade de se relacionar com outras pessoas.

Os padrões de relacionamento que aprendemos também podem influenciar nossas escolhas de parceiros. Se crescemos em um ambiente onde relacionamentos tóxicos são comuns, podemos acabar repetindo esses padrões em nossas próprias vidas, mesmo que não tenhamos consciência disso.

A psicanálise também nos ensina que a carência emocional pode ser um fator importante que leva uma pessoa a se envolver com alguém tóxico. Isso ocorre porque, quando estamos emocionalmente carentes, podemos nos tornar mais vulneráveis a buscar conforto e apoio de qualquer pessoa que possa oferecê-lo, mesmo que essa pessoa seja tóxica para nós.

Por fim, a psicanálise destaca o papel do inconsciente em nossas escolhas de relacionamento. Às vezes, podemos ser atraídos por alguém tóxico sem saber por quê. Isso pode ser motivado por desejos inconscientes que estamos tentando realizar por meio do relacionamento, mesmo que esses desejos sejam contraproducentes ou prejudiciais.

A psicanálise nos mostra que nossos relacionamentos são influenciados por uma ampla variedade de fatores emocionais e psicológicos, e que esses fatores podem afetar nossas escolhas de parceiros de maneiras complexas e sutis. Se você está lutando com relacionamentos tóxicos, pode ser útil buscar ajuda profissional para explorar esses fatores mais profundamente e encontrar maneiras de criar relacionamentos mais saudáveis e gratificantes.

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Quando devo procurar terapia de casal? Psicanálise aplicada

Escolher o momento certo para iniciar a terapia e mais na terapia de casal é de vital importância, já que o sucesso da terapia de casal está intimamente relacionado ao momento em que um casal decide pedir ajuda.

Como regra geral, o momento ideal é quando um dos dois membros do casal sente que algo está mudando, começa a sentir distância e desconforto emocional.

São momentos em que, por exemplo, preferimos chegar atrasados em casa do trabalho, e há um distanciamento íntimo e sexual, “pulamos” para algo que temos consciência de que não foi tanto, mas não podemos evitar.

Os casais costumam fazer terapia quando o desconforto é muito alto em um dos dois membros. Essa circunstância torna a intervenção mais complicada, o ideal seria prevenir, cuidar do casal, pedir ajuda antes de ter a sensação de “isso não tem conserto”.

Quais são os sintomas que um casal pode precisar para fazer terapia?

Um sinal de que um casal precisa fazer terapia seria qualquer pessoa que crie desconforto para um ou ambos os parceiros e esteja afetando a dinâmica do casal ou da família.

Em geral, os mais comuns são os seguintes:

  1. Problemas de comunicação. Seria quando conversamos e deixamos de nos entender, ouvimos mas não ouvimos. Há uma dissonância entre o que penso, o que disse e o que o outro entendeu.
  2. Dificuldades na intimidade e/ou sexualidade. Sempre pareceu essencial diferenciar intimidade e sexualidade. Não são os mesmos casais que têm dificuldades na sexualidade devido a algum problema orgânico ou emocional, do que casais que têm distância na intimidade, em ficar sozinhos sem saber o que fazer, o que falar.
  3. Projeto vital. O casal está em constante movimento, o que valia no início não precisa valer anos depois. Atualizar o projeto vital de como o casal cresce é essencial para promover a união do casal.
  4. Dificuldades com crianças. A educação dos filhos é muitas vezes um ponto de discórdia dentro de um casal. Sabemos como queremos educar? Como reagimos a determinadas situações?
  5. Discussões. Os casais têm que perder o medo de discutir, desde que não pulem as linhas vermelhas do desrespeito. No entanto, você tem que saber argumentar, você tem que saber levantar a discordância e focar na questão que estamos discutindo. (Se estamos falando da educação das crianças, a conversa não pode levar a outros tópicos.)
  6. Infidelidade. Trabalhar uma infidelidade costuma ser difícil e doloroso. É preciso entender o que aconteceu, trabalhar para reconstruir a confiança e reparar os danos causados.
Primeiro realiza-se uma sessão conjunta e depois individualmente.

Qual o objetivo da terapia de casal?

O objetivo principal seria nos entendermos e uma vez que conseguimos entender, modificar ou aceitar os comportamentos que estão corroendo o casal. Pessoas e casais têm a falsa crença de que o objetivo da terapia de casal é que o casal acabe junto, não importa o que aconteça, algo que nem sempre é possível.

O objetivo final da terapia de casal é alcançar o bem-estar juntos ou separados. Às vezes, o objetivo da terapia de casal é mediar uma boa separação em que ambos deixem o mínimo de mágoa possível.

Tudo isso deve ser levantado na terapia de acordo com um plano terapêutico estabelecido em uma boa avaliação e nas primeiras sessões de intervenção.

Quais áreas são tratadas durante a terapia de casal?

Durante a terapia de casal com abordagem psicanalítica, o foco é geralmente nos padrões de comportamento, pensamento e emoção dos indivíduos dentro do relacionamento, bem como nas dinâmicas e interações que ocorrem entre eles.

Algumas das áreas comuns que podem ser tratadas durante a terapia de casal com abordagem psicanalítica incluem:

  1. Comunicação: trabalhar na comunicação entre o casal, incluindo a expressão de sentimentos e necessidades.
  2. Conflitos: explorar e trabalhar através de conflitos e desentendimentos no relacionamento.
  3. Intimidade: ajudar o casal a se conectar emocionalmente e fisicamente, bem como a desenvolver uma compreensão mais profunda um do outro.
  4. História de vida: examinar a história de vida e as experiências de cada indivíduo, incluindo como essas experiências podem estar afetando o relacionamento.
  5. Papéis de gênero: explorar e trabalhar através de questões relacionadas aos papéis de gênero e expectativas dentro do relacionamento.
  6. Sexualidade: ajudar o casal a lidar com problemas sexuais e a desenvolver uma vida sexual satisfatória.
  7. Trauma: trabalhar com casais que foram afetados por traumas pessoais ou de relacionamento e ajudá-los a superar os efeitos desses traumas.

Esses são apenas alguns exemplos de áreas que podem ser tratadas durante a terapia de casal com abordagem psicanalítica. O terapeuta personaliza o tratamento de acordo com as necessidades e metas específicas do casal.

Como é a dinâmica da terapia de casais?

Depende, embora exista um protocolo de intervenção mais ou menos estabelecido, na terapia de casal nem todos os casais são iguais.

Primeiro, é realizada uma primeira sessão conjunta com ambos os membros do casal e, em seguida, uma sessão individual com cada membro do casal para realizar a avaliação. A partir daqui as sessões são sempre conjuntas, seria a fase de intervenção terapêutica.

A terapia de casal é como uma roupa feita sob medida que deve ser feita para cada casal, aquele terno que deve ser feito estamos “desenhando” na primeira sessão de avaliação. Então, aqui cabe o velho clichê: cada caso é um caso.

Quanto tempo dura a terapia de casal?

Em qualquer terapia é muito difícil falar em prazos, há casais que chegam à consulta por algo que parece relativamente simples e à medida que a terapia progride surgem dificuldades que foram latentes alongando-a e, vice-versa.

A duração da terapia de casal com abordagem psicanalítica pode variar dependendo das necessidades e objetivos específicos do casal, bem como da gravidade dos problemas que estão enfrentando. Geralmente, a terapia de casal com abordagem psicanalítica é um processo que pode levar alguns meses a vários anos, dependendo da complexidade do relacionamento.

O terapeuta pode recomendar uma programação semanal ou quinzenal de sessões para o casal. Durante essas sessões, o terapeuta trabalhará para ajudar o casal a identificar e explorar os padrões de comportamento, pensamento e emoção que estão afetando seu relacionamento. O objetivo é ajudar o casal a desenvolver uma compreensão mais profunda um do outro e a aprender a se comunicar de forma mais eficaz.

Ao longo do tempo, o terapeuta de casal com abordagem psicanalítica trabalhará com o casal para desenvolver habilidades de resolução de conflitos, fortalecer a intimidade emocional e física e melhorar a qualidade do relacionamento. O objetivo final é ajudar o casal a superar seus problemas e a criar um relacionamento mais saudável e satisfatório.

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Como o ciúme funciona na prática? Conto psicanalítico

Quero contar a você uma estória, um conto, que ilustra um pouco sobre como funciona a vida de uma pessoa que tem ciúme delirante, perigosamente intenso. Obviamente, é algo ilustrativo, na vida real com certeza o personagem da estória teve outras influências para seu comportamento. Vejamos.

A história de Pedro, o ciumento

Pedro era um menino feliz. Tinha uma família que o cuidava bem.

Até que um dia, o pai de Pedro decidiu abandonar a família, foi viver com outra pessoa e compôs outra família com ela.

Nesse meio tempo, a família de Pedro sofreu muito, tanto emocionalmente, pela falta do amor do pai, como também economicamente, já que o pai era quem sustentava financeiramente a casa, mas por um tempo, a família de Pedro teve dificuldades econômicas também, precisando eventualmente, de contar com ajuda de outros familiares e amigos.

Esse abandono do pai deixou marcas fortes em Pedro. Ele desenvolveu um medo terrível de ser abandonado. Na escola, quando ele fazia amigos, não queria que esses amigos se relacionassem com outras crianças, pois ele temia perder essas amizades.

Quando Pedro cresceu, ele conheceu Clara. Os dois se apaixonaram e se tornaram namorados. Mas esse relacionamento não era fácil. Pedro constantemente ligava para Clara perguntando onde ela estava e o que estava fazendo. Ele fazia isso diariamente. Clara também notava que Pedro não gostava que ela tivesse amigos do sexo masculino. Mas até aí, Clara pensava que era apenas “porque ele a amava muito”.

Pedro e Clara se casam. E as coisas só pioraram.

Agora, Pedro exige ter acesso, com login e senha, de todas as redes sociais de Clara. Além disso o celular dela é “inspecionado” diariamente, para verificar se “está tudo bem”. Além disso, sempre que alguém do sexo oposto manda uma mensagem ou faz um comentário nas redes sociais de Clara, Pedro desconfia que algo pode estar errado. Ele pergunta a Clara “o que significa” tal mensagem, muitas vezes eram mensagens felicitando Clara por alguma foto em que ela compartilhou uma mensagem de ânimo.

Um dia, trabalhando, Clara dá uma explicação a um companheiro de trabalho por meio e-mail. Esse colega de trabalho fica agradecido e envia um e-mail agradecendo. No final da mensagem ele diz: “você salvou meu dia! (termina com um emoji de coração)”.

Pronto! Pedro ao ver esse e-mail (ele fiscaliza tudo), tem a “certeza” de que tem uma prova de sua esposa está lhe traindo. Afinal, que absurdo, mandar um coração para alguém casado!

Pedro então faz um serviço de investigação, digno da série CSI, por fim encontra o colega de trabalho de sua esposa nas redes sociais e percebe que ele também é casado e tem filhos. Na cabeça de Pedro, ele cria uma realidade em que sua esposa e esse colega de trabalho dela têm um romance secreto, que provavelmente é comunicado com algum tipo de código, nas redes sociais.

Aí ele confronta Clara: ela diz que ela tem que confessar sua traição, ou ele irá conversar com a esposa do colega de trabalho dela e dizer “toda a verdade”. Naturalmente, se Pedro fizer isso, ele pode estar destruindo um casamento alheio. Mas a ameaça dele parece bem real para Clara, que se desespera.

O desespero de Clara fortalece na mente de Pedro a certeza da traição. Ele começa a ameaçar a Clara de que irá se divorciar e ela jamais voltará a ver seus filhos, pois ele irá conseguir a guarda deles. Esse episódio termina com o passar dos dias, em que Pedro aparentemente, deixou o assunto de lado.

Com o passar do tempo, Clara começa a deixar de contar a Pedro pequenos detalhes de sua vida. Visitas de profissionais à sua casa, como encanadores, carteiros por exemplo, não são mencionadas. Clara também sai com suas amigas secretamente, durante alguma viagem de trabalho de Pedro, sem nunca mencionar esses passeios. Ela teme que qualquer coisa dessas que ela comente com ele, poderá se transformar em um ataque de ciúmes descontrolado.

Por fim, Clara começa a temer por sua integridade física. Ela tem medo de que Pedro em algum ataque de ciúmes queira agredi-la fisicamente. Ela já sofre emocionalmente faz tempo e para ela, a agressão física era o passo seguinte de Pedro.

Clara decide então se afastar de Pedro, vai com os filhos para uma outra casa. Pedro ao ver sua esposa saindo de casa, tem claro em sua mente que finalmente, ele tem uma prova cabal de que era traído todo esse tempo, pois com certeza, segundo ele, sua esposa agora estava indo morar com o amante.

Pedro termina sozinho, sem amigos próximos, deitado em sua cama. Ele morre, tendo a certeza de que durante TODA sua vida, ele foi abandonado e traído pelas pessoas que deveriam amá-lo.

Essa estória é ficção, mas acredite, há muitos “Pedros” e “Claras” por aí. O excesso de ciúme não é “amar demais” nem tampouco é algo saudável para um relacionamento. Pessoas com ciúme delirante sofrem e fazem outros sofrerem. Se você é vítima de alguém ciumento ou se você se der conta de que precisa de ajuda para lidar com seu ciúme, CLIQUE AQUI. Quero ouvir você! Marque uma consulta!

Benefícios da Terapia de Casais – Psicanálise aplicada

É difícil pensar nos benefícios da terapia de casais quando ela geralmente está associada a acreditar que é o último recurso para salvar um relacionamento diante da separação ou do divórcio, mas a verdade é que ir a um profissional tem múltiplas vantagens tanto como casal quanto individualmente.

É por isso que, se os casais conseguirem ir à terapia quando os problemas ou dificuldades começarem, eles podem ganhar um amplo espectro de habilidades e ferramentas que poderiam salvar seu relacionamento, bem como melhorar seu bem-estar psicológico e emocional.

O que é terapia de casais?

A terapia de casais baseia-se no uso de estratégias psicológicas para ensinar os casais a melhorar seu nível de satisfação conjugal. Seu principal objetivo é melhorar a qualidade do relacionamento e o nível de satisfação.

Diante dos problemas conjugais, quando surge o conflito, há uma tendência a culpar o outro pela situação, por isso é feito ou não interpretando que isso se deve aos seus problemas psicológicos, à sua maldade ou à sua incompetência pessoal. Então, a partir da psicoterapia, tentamos modificar a maneira de pensar e agir.

A maioria das queixas tem a ver com a má gestão de incompatibilidades sobre as inevitáveis semelhanças e diferenças entre os dois. Como as diferenças são inevitáveis, o perigo é que um padrão destrutivo de interação possa ser gerado.

Por que não podemos parar de discutir?

O que constrói um problema e o mantém são as tentativas de soluções que não funcionam. Quando você repetidamente complica um problema através de um círculo vicioso de interação disfuncional característica (de cada casal), você perpetua o que deve ser mudado.

Repetidas tentativas disfuncionais podem ser porque:

  • Tentativas herdadas de solução, aprendidas inconscientemente e vicariamente (maltratando o filho de um abusador) são usadas.
  • São estratégias que foram bem-sucedidas no passado (uma birra).
  • Diante da dificuldade, em vez de repensar o problema e sermos criativos, nos protegemos sendo mais rígidos e inflexíveis e pensamos que “se eu parasse de agir como agi, teria sido ainda pior”.

Da mesma forma, um fator-chave na ancoragem patológica das relações de casal é a interpretação como intencional de comportamentos desagradáveis por parte do cônjuge. Isso pode ser causado por:

  • A tendência de simplificar a origem dos problemas conjugais para o comportamento ou atitude do outro e, assim, não perceber outras causas.
  • A tendência de fazer atribuições globais inespecíficas que levam a generalizações excessivas e a um sentimento de impotência.
  • Expectativas extremas e irrealistas sobre como os casais devem funcionar (preconceitos culturais).
  • A tendência de atribuir a origem dos problemas a características estáveis e imutáveis do outro.

Não consigo falar com o meu parceiro

A falta de habilidades para comunicar (emitir ou receber) informações sobre ideias, opiniões e emoções é outro dos problemas mais comuns e importantes nos casais.

Quando um relacionamento se torna conflituoso e/ou o equilíbrio emocional é alterado, ele sempre leva a uma comunicação disfuncional e problemática que surge como a origem do remetente enviando uma mensagem:

  • Com incompatibilidades entre forma e conteúdo.
  • É excessivamente sutil e interpretável.
  • Contém ironia ou duplo sentido.
  • Ocorre em horários ou locais inapropriados.

Um dos objetivos prioritários da terapia de casais é ser capaz de fazer com que ambos os membros admitam as opiniões do outro como válidas. Consequentemente, isso ajuda o cônjuge a se sentir mais à vontade para expressar sua percepção do problema, defendendo suas necessidades ou ideias (certas ou erradas) e confessando suas emoções. 

Características dos casais satisfeitos

  • Ambos os cônjuges assumem a sua quota-parte de corresponsabilidade em situações aversivas e adoptam uma atitude de cooperação na sua resolução.
  • Trocas de comportamentos gratificantes são mantidas e variadas.
  • Cognições positivas associadas à relação e percepção dos benefícios que ela lhes traz.
  • Comunicação aberta, franca e respeitosa, num ambiente de aceitação incondicional de diferenças de opinião que promovam o interesse e a intimidade.
  • Eles posicionam os problemas como algo externo ao relacionamento contra o qual eles têm que unir forças para resolvê-los.

Benefícios da Terapia de Casais

  1. Sinais claros de reconhecimento, confiança e respeito, que favorecem a nossa estabilidade e autoestima.
  2. Espaço de segurança, estabilidade emocional e ajuda mútua, o que facilita a assunção de objetivos individuais num espaço de segurança.
  3. Satisfação social, afetiva, sexual, reprodutiva, etc.
  4. Equilíbrio entre independência e empresa e identidade social: somos independentes, mas também membros de um projeto comum.
  5. Vínculo de intimidade, comunicação autêntica e apego.
  6. Ferramentas para resolver obstáculos e conflitos atuais ou futuros: levantar e resolver problemas.
  7. Promover a proatividade e a escuta ativa.

Conclusão

O esforço terapêutico é direcionado para focar no aqui e agora, identificando que tipo de solução está sendo utilizada, bloqueando-a e mudando-a para uma mais funcional. Os casais são diferentes e têm necessidades diferentes, mas só negociando e cooperando é que se pode chegar a um acordo satisfatório para ambas as partes.

O objetivo da terapia de casais é ser capaz de se conectar, reconectar ou curar o relacionamento. Quando os cônjuges se sentirem corresponsáveis pela situação atual, acredite que ela pode ser mudada e direcione sua energia para poder fazê-lo.

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Como melhorar a comunicação de um casal – Dicas do Psicanalista

A comunicação é uma das chaves para um relacionamento saudável e feliz. No entanto, muitos casais enfrentam dificuldades em se comunicar efetivamente, o que pode levar a mal-entendidos, conflitos e ressentimentos. Felizmente, existem várias maneiras de melhorar a comunicação em um relacionamento e um psicanalista pode ajudar nesse processo.

Abaixo, discutiremos algumas estratégias para melhorar a comunicação em um relacionamento e os benefícios de buscar terapia de casais.

  1. Aprenda a ouvir

Ouvir é uma habilidade importante na comunicação. Quando um parceiro fala, preste atenção ao que ele está dizendo, sem interrompê-lo ou julgá-lo. Faça perguntas para esclarecer pontos que você não entende e repita o que foi dito para confirmar que você entendeu corretamente. Dessa forma, você pode mostrar ao seu parceiro que você está interessado em entender o ponto de vista dele.

  1. Fale de forma clara e respeitosa

Ao falar com seu parceiro, seja claro e direto sobre seus pensamentos e sentimentos. Use “eu” em vez de “você” para evitar acusações e julgamentos. Fale de forma respeitosa e evite usar palavras ou tom de voz que possam ser interpretados como hostis ou agressivos.

  1. Aprenda a lidar com conflitos

Conflitos são inevitáveis em qualquer relacionamento. No entanto, é importante aprender a lidar com eles de maneira construtiva. Em vez de tentar vencer uma discussão, trabalhe em conjunto para encontrar uma solução que satisfaça ambos os lados. Tente não ficar preso ao passado e evite trazer questões antigas para a discussão atual.

  1. Seja aberto e vulnerável

Compartilhar pensamentos e sentimentos pode ser difícil, mas é importante ser aberto e vulnerável com seu parceiro. Se você está preocupado com algo, compartilhe isso com seu parceiro. Dessa forma, você pode trabalhar juntos para encontrar uma solução.

  1. Busque terapia de casais

Se você está tendo dificuldades para se comunicar com seu parceiro, buscar terapia de casais pode ser uma ótima opção. Um psicanalista pode ajudar a identificar problemas na comunicação e fornecer ferramentas e estratégias para melhorar o relacionamento.

Benefícios da terapia de casais

  • Melhora a comunicação
  • Ajuda a lidar com conflitos
  • Fortalece o relacionamento
  • Ajuda a reconstruir a confiança
  • Ajuda a identificar e lidar com problemas subjacentes

A terapia de casais pode ser uma ferramenta poderosa para melhorar a comunicação e fortalecer um relacionamento. Se você está tendo dificuldades para se comunicar com seu parceiro, considere buscar ajuda profissional. Lembre-se de que a comunicação é a chave para um relacionamento saudável e feliz.

Além disso, é importante lembrar que cada casal é único e tem suas próprias dinâmicas e desafios. A terapia de casais pode ajudar a identificar e abordar esses problemas de maneira personalizada, para que você possa trabalhar juntos em direção a um relacionamento mais saudável e satisfatório.

Durante a terapia, o psicanalista pode ajudar a identificar padrões de comunicação negativos e fornecer ferramentas e estratégias para substituí-los por formas mais eficazes de se comunicar. Além disso, a terapia pode ajudar a identificar problemas subjacentes, como traumas passados ou problemas de confiança, que podem estar afetando a comunicação e o relacionamento como um todo.

Um benefício adicional da terapia de casais é que ela pode ajudar a fortalecer o vínculo emocional entre você e seu parceiro. Ao trabalhar juntos para resolver problemas e se comunicar de forma mais eficaz, você pode desenvolver uma conexão mais profunda e significativa com seu parceiro.

Em resumo, melhorar a comunicação em um relacionamento é essencial para um relacionamento saudável e feliz. Se você está tendo dificuldades para se comunicar com seu parceiro, buscar ajuda profissional pode ser uma ótima opção. A terapia de casais pode ajudar a identificar e abordar problemas de comunicação e fortalecer o relacionamento como um todo.

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Como funciona a terapia de casais na Psicanálise?

Como funciona com… Casais?

Importância da Terapia de casal

As terapias psicanalíticas para casais estabeleceram-se como uma alternativa terapêutica e constituem uma ferramenta comumente usada. Para que servem, como você trabalha nelas, quais são seus principais referenciais teóricos?

Talvez, antes de entrar no assunto, seja conveniente esclarecer o que se entende por terapia de casal “psicanalítica”, uma vez que existem muitos tipos de terapia de casais. A terapia psicanalítica, para alcançar a mudança psíquica, utiliza como ferramenta o conhecimento da própria realidade psíquica e das funções psíquicas do parceiro e se apoia, do ponto de vista teórico, no conjunto de desenvolvimentos teóricos e clínicos que compõem a psicanálise; não é diretiva nem propõe que o casal se adapte a qualquer “modelo” de operação. É útil quando o vínculo é basicamente erótico, mas não é se o ódio predomina no vínculo; nestes casos, surgem questões muito específicas, às quais este artigo não se refere. Por exemplo, quando se trata de comportamentos perversos, uma abordagem psicanalítica dificilmente será apropriada.

Como é a consulta na terapia de casal?

Quando um casal solicita uma consulta, o mais comum é que haja uma crise, entendendo por tal situação está gerando cada vez mais sofrimentos aos dois. As razões manifestas para a consulta podem ser muitas: nascimento de filhos, “ninho vazio”, problemas de “comunicação”, dificuldades de desapego da endogamia (quando se casam ou se juntam pessoas de diferentes etnias, culturas e assim por diante) etc., etc. O analista realizará um diagnóstico no qual localizará as funções individuais e vinculais em jogo e, fundamentalmente, localizará o elemento intersubjetivo envolvido na crise. Assim, percorre-se um caminho que vai desde o motivo da consulta até a formulação psicodinâmica da crise e que permitirá escolher os nós para trabalhar para enfrentar a situação clínica.

Em que situações clínicas os tratamentos para casais são especialmente úteis? Um tratamento terapêutico de casal é especialmente útil quando nos conflitos que determinam a crise predominam funções intersubjetivas, ou seja, aquelas em que o que um membro do vínculo faz é fortemente influenciado, consciente e inconscientemente pela resposta do outro, em uma espécie de feedback circular. Isso significa que essas são funções armadas pelos dois, um “entre dois” que é diferente de outras funções que são predominantemente armadas na singularidade de um sujeito. Para dar um exemplo: fundamentalmente, os sintomas de uma neurose obsessiva são definidos na singularidade de um sujeito, enquanto os conflitos que os casais chamam de “comunicação”, geralmente se baseiam na participação de ambos os polos do vínculo.

A sessão de casal permite uma abordagem vívida e focada para o funcionamento intersubjetivo do casal. Esta é a vantagem que oferece: se o trabalho sobre a dinâmica intersubjetiva não é central para a estratégia terapêutica, o dispositivo parceiro pode não ser o mais conveniente.

Os melhores resultados

Quais casais são os melhores para aproveitar um tratamento como a terapia de casal? Aqueles que, além dos conflitos, mantêm o entusiasmo pelo outro. O melhor resultado – e os resultados podem ser excelentes – é obtido com casais que mantêm o entusiasmo recíproco e dizem “queremos nos matar embora nos amemos”, “queremos estar juntos, mas não podemos falar, precisamos de um tradutor”, “não sabemos o motivo, mas brigamos muito”. O desejo de estar juntos e tornar um relacionamento difícil mais agradável é o grande motor da terapia de casais.

São companheiros que, de alguma forma, são “prisioneiros” do amor pelo parceiro. O desejo de estar juntos não os impede de serem dominados por agressões, mal-entendidos e confusões. Em um número elevado, eles realizaram ou realizam terapias individuais que, por várias razões, não levaram à melhoria dos conflitos de casal. Uma explicação que muitas vezes é válida é que, no quadro individual, o funcionamento intersubjetivo entre os parceiros não pode ser ajustado em toda a sua complexidade e apenas a presença do outro e a implantação de trocas que não aparecem na sessão individual permitem uma elaboração dos conflitos que os vinculam.

De acordo com o exposto acima, não são objetivos de uma terapia psicanalítica de casais simplesmente manter um casamento ou evitar uma separação. O objetivo é trabalhar sobre o que está acontecendo com eles e ajudá-los a pensar e decidir sobre isso.

Lembre-se que o psicanalista não toma decisões por seus clientes, ele apenas orienta e os ajuda a eles mesmos tomarem suas decisões.

A clínica de casais

Nos tratamentos de casais, o processo de mudança psíquica segue caminhos diferentes do habitual nos tratamentos individuais. Nestes, a intervenção toma como principal referência a livre associação e suas determinações inconscientes. A situação é diferente em um tratamento de casal: a proposta explícita é analisar o vínculo e aos parceiros são propostos neste trabalho focado. O discurso conjunto permite focalizar o trabalho clínico no esclarecimento das reações de um sujeito às influências do parceiro, ao modo como as funções psíquicas veem do “entre dois”. Intervenções comparáveis às realizadas em tratamentos individuais também são realizadas, mas não constituem o foco do trabalho clínico.

O tratamento analítico dos casais não aspira a eliminar qualquer desconforto entre os parceiros, mas sim aqueles que produzem sofrimento e, como já dito, é útil em casais unidos basicamente por um vínculo erótico. Assim, ele foca suas lentes nas transferências entre o casal. As transferências que são trabalhadas em sessão são aquelas que produzem desconforto, uma vez que muitas outras constituem a base do casal inclusive, com momentos agradáveis.

É importante ter em mente a natureza focada da terapia de casais. Elas se concentram especialmente na ligação entre trocas de ligação e posições subjetivas. Ele, por exemplo, pode ficar furioso com a forma como ela trata a ele ou a uma criança e sustentar essa queixa manifesta em uma posição regressiva subjetiva em que se sente filho dela. A abordagem clínica nesses casos será diferente no tratamento de um casal do que em um tratamento individual. No caso de uma abordagem de casal, o analista deve se concentrar no feedback entre a posição subjetiva de um, o que o outro promove e as causas da crise no vínculo. Assim, o trabalho clínico em um dispositivo de casal baseia-se fundamentalmente em intervenções de ligação, que diferem em seu formato da interpretação descrita por Freud. Enquanto a interpretação freudiana visa decifrar as coordenadas de um desejo singular, a intervenção de ligação ou vincular, de casal, visa mostrar como um influencia o outro, consciente e inconscientemente, como cada um estimula ou desliga certas funções no outro, como um funcionamento é construído entre os dois.

João e Maria discutem em sessão

Maria: Estou cansada de limpar o barro que eles sujam a casa quando voltam do jardim. Eu me sinto a empregada dele e dos meninos, e ele nem lhes diz nada. Pelo menos eu poderia dizer algo aos meninos. As meninas são muito mais companheiras.

João: (falando de maneira provocante): Olha só, eu geralmente presto atenção sim, quando entro em casa. Isso que você está falando aconteceu uma vez, no último fim de semana. Além disso, você não vai morrer para limpar o chão um dia. Trabalho quinze horas por dia, seis dias por semana, e não reclamo. O resto da semana eu fiz de tudo para não sujar o chão e pedi para os meninos terem cuidado. Você mesmo na sexta-feira reconheceu que eu estava tentando mudar. É a verdade (João muda e começa a falar mais suavemente) é que eu estou melhorando, e você também… Estamos muito melhores (olhando para o analista).

Maria: (com uma voz estridente e penetrante) Você não reclama??!! Por favor!!!

Analista: Eu não sei se vocês percebem como um irrita e provoca o outro. Não sei, João, se você percebe a arrogância com que se aproxima do corpo de Maria: sem que você fale, apenas se aproximando dela assim, temos uma luta garantida. E eu não sei, Maria, se você percebe o tom mandão e autoritário com que você fala. Parece que este é o disco riscado que dizem que se repete na casa de vocês. (Em outras sessões já discutiram o tom de voz da mãe de Maria e a violência silenciosa de João.)

O trabalho sobre a interdeterminação, definido como o que, no nível consciente e inconsciente, um sujeito estimula e provoca no outro é o aspecto fundamental da intervenção vinculativa. Os parceiros geralmente chegam ao tratamento separando o que é “meu” e o que é “seu” em muitos casos artificialmente e a intervenção de ligação ou de vínculo, tende a mostrar, quando apropriado, como o “meu” configura “o seu”. O trabalho clínico percorre um caminho que vai da interdeterminação à estrutura de alianças inconscientes. Estes podem ser definidos como articulações inconscientes estáveis que nas trocas entre os parceiros garantem as respectivas homeostases narcísicas. No caso de João e Maria, alianças inconscientes se tornaram desequilibradas desde a morte da mãe de Maria. Até aquele momento, o vínculo se organizava de forma à distância, sem guerra, de tal forma que ela mantinha sua troca libidinal fundamental com a mãe e ele se fechava em seu trabalho.

Quando se utilizam intervenções de vínculo, o trabalho elaborativo – em sua dupla dimensão de conhecimento e construção de representações – abrange os temas universais usuais nas terapias, embora, como dito, o foco esteja nas funções intersubjetivas. Trata-se de que os parceiros tomem consciência do trabalho psíquico envolvido na troca intersubjetiva, de como ela colapsa ou promove o singular em cada um. A particularidade fundamental é que trabalhamos em um processo defensivo em que tanto o sujeito quanto a resposta do parceiro participam.

Possíveis desenvolvimentos

As rotas dos tratamentos de casais são variáveis. Quando o trabalho terapêutico alcança um registro da subjetividade do parceiro e da outra parte, bem como das trocas que circulam no vínculo e de sua singularidade cada parte compreende mais os significados do outro, o que não significa aceitá-los ou compartilhá-los; assume-se que a visão que se tem das coisas não é absoluta; que os significados que predominam em um são sempre singulares e peculiares e as emoções diferentes daquelas que predominam no outro; muitas discussões deixam de ocorrer. É vivida de uma forma mais direta e vívida do que a outra, tanto quanto uma, é opaca, desconhecida e imprevisível, uma experiência que geralmente é especialmente negada ou negada no casal, dada a sua origem na paixão pelo amor.

Em suma, o tratamento psicanalítico dos casais é uma ajuda em um campo em que, desde que o mundo é mundo, as coisas sempre foram complexas e, nesse sentido, a primeira atitude na clínica deve ser exploratória: trata-se de explorar com cada casal, em um número limitado de entrevistas, se um tratamento pode dar-lhes alguma ajuda e lembrar, em relação a outras alternativas terapêuticas, que o dispositivo de casal é especialmente útil para a abordagem das funções que chamamos de intersubjetivas ou de ligação.

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Como é a terapia para casais, com a ótica psicanalítica

Com o aumento das demandas da vida moderna, a terapia de casal tornou-se cada vez mais comum. A terapia de casal é um processo que ajuda os casais a lidar com problemas em seu relacionamento, como comunicação deficiente, falta de intimidade, infidelidade e questões financeiras. Neste artigo, vamos explorar como funciona uma sessão de terapia de casal.

Antes de começar a sessão, o terapeuta de casal geralmente realiza uma avaliação inicial com o casal para entender suas preocupações e necessidades. Durante a sessão, o terapeuta trabalha com o casal para identificar as áreas problemáticas em seu relacionamento e desenvolver estratégias para superar esses problemas.

O terapeuta de casal ajuda o casal a entender a dinâmica de seu relacionamento, explorando os padrões de comunicação, comportamento e emoções que podem estar causando tensão. Através da terapia, o casal pode começar a se comunicar de maneira mais eficaz e a desenvolver um entendimento mais profundo um do outro.

O terapeuta também pode ajudar o casal a identificar suas necessidades e expectativas em seu relacionamento e trabalhar juntos para encontrar soluções para problemas específicos. Por exemplo, se o casal está enfrentando problemas de intimidade, o terapeuta pode ajudá-los a desenvolver estratégias para melhorar a comunicação e a conexão emocional.

A terapia de casal psicanalítica é baseada na teoria psicanalítica, que se concentra em explorar o inconsciente para entender os problemas emocionais. Durante uma sessão de terapia de casal psicanalítica, o terapeuta ajuda o casal a explorar seus sentimentos, pensamentos e comportamentos inconscientes, que podem estar afetando negativamente seu relacionamento.

O terapeuta de casal psicanalítico ajuda o casal a se comunicar abertamente e honestamente um com o outro, criando um ambiente seguro para que ambos possam expressar seus sentimentos e pensamentos. O terapeuta então trabalha com o casal para explorar os padrões de comunicação e comportamento que podem estar contribuindo para os problemas em seu relacionamento.

Ao explorar o inconsciente, a terapia de casal psicanalítica ajuda o casal a entender seus sentimentos e emoções mais profundamente. O terapeuta ajuda o casal a identificar seus medos e inseguranças, bem como seus desejos e necessidades mais profundos. Ao entender melhor esses aspectos do relacionamento, o casal pode começar a se comunicar de maneira mais eficaz e a desenvolver um entendimento mais profundo um do outro.

É importante ressaltar que a terapia de casal psicanalítica requer um compromisso de ambos os parceiros em trabalhar juntos para superar os problemas em seu relacionamento. A terapia pode ser desafiadora, mas também pode ser altamente gratificante, ajudando o casal a desenvolver uma conexão emocional mais profunda e significativa.

Se você e seu parceiro estão enfrentando problemas em seu relacionamento, a terapia de casal psicanalítica pode ser uma abordagem eficaz para ajudá-los a superar esses problemas e a fortalecer sua conexão emocional. Entre em contato conosco para saber mais sobre como a terapia de casal psicanalítica pode ajudá-lo e para agendar uma sessão de terapia. Nossa equipe de terapeutas qualificados e experientes está aqui para ajudá-lo a trabalhar em conjunto com seu parceiro e a desenvolver um relacionamento mais saudável e satisfatório.

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Fontes:

  • American Psychological Association. (2017). What is couples therapy, and does it work?
  • Gottman Institute. (n.d.). What is couples therapy?
  • “Terapia de Casal Psicanalítica: Uma Abordagem de Trabalho com o Casal”, de Olga Zavadskaia e Svetlana Kossak
  • “Terapia de Casal: Uma Abordagem Psicanalítica”, de David E. Scharff e Jill Savege Scharff
  • “Terapia de Casal Psicanalítica: Teoria e Prática”, de David E. Scharff e Jill Savege Scharff

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Compreendendo as razões por trás do ciúme excessivo

O ciúme é uma emoção natural que muitas pessoas experimentam em algum momento de suas vidas. No entanto, algumas pessoas podem se tornar excessivamente ciumentas, o que pode afetar seus relacionamentos interpessoais e sua qualidade de vida. Existem várias razões pelas quais alguém pode se tornar ciumento, e neste artigo, discutiremos algumas delas.

  1. Insegurança emocional: As pessoas que sofrem de insegurança emocional podem se tornar ciumentas com facilidade. Elas podem acreditar que seus parceiros ou amigos estão constantemente procurando por algo melhor e, por isso, sentem a necessidade de controlar seus comportamentos. Isso pode levar a um ciúme irracional que pode prejudicar o relacionamento.
  2. Experiências passadas: Pessoas que passaram por experiências traumáticas em relacionamentos anteriores podem se tornar mais propensas a sentir ciúmes. Elas podem ter sofrido traição ou abuso emocional em um relacionamento anterior, e isso pode levar a uma desconfiança geral em relação aos outros.
  3. Insegurança financeira: As pessoas que enfrentam dificuldades financeiras também podem se tornar ciumentas. Elas podem sentir que seus parceiros ou amigos têm mais dinheiro e, por isso, podem ficar com medo de serem abandonadas. Isso pode levar a um comportamento ciumento e controlador.
  4. Problemas de autoestima: Pessoas com baixa autoestima podem sentir ciúmes de outras pessoas que consideram mais atraentes ou bem-sucedidas. Elas podem se comparar com essas pessoas e sentir que não são boas o suficiente. Isso pode levar a um comportamento ciumento e destrutivo.
  5. Falta de comunicação: A falta de comunicação em um relacionamento pode levar ao ciúme. Se um parceiro não se comunica com o outro, a pessoa pode começar a imaginar que há algo errado e pode começar a sentir ciúmes.
  6. Dependência emocional: Pessoas que são emocionalmente dependentes de seus parceiros ou amigos podem sentir ciúmes com facilidade. Elas podem sentir que precisam do outro para se sentir completas e, por isso, podem ficar com medo de perder essa pessoa.

Em conclusão, existem várias razões pelas quais alguém pode se tornar ciumento. No entanto, é importante lembrar que o ciúme excessivo pode prejudicar relacionamentos interpessoais e deve ser abordado com cuidado. Se você acredita que está enfrentando um problema com ciúmes, é importante buscar ajuda profissional para lidar com suas emoções e comportamentos de forma saudável.

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Quanto tempo dura uma sessão de terapia na Psicanálise?

Muitas pessoas se perguntam quanto tempo deve durar uma sessão de Psicanálise. Geralmente, quem está pensando em fazer esse tipo de terapia pela primeira vez, com certeza deve ter essa dúvida. E para ser sincero, não existe uma resposta única para essa questão.

Antes de comentar esse ponto, quero comentar tudo o que está envolvido em uma sessão de terapia psicanalítica.

O que acontece em uma sessão de terapia psicanalítica?

Bem, na primeira ou até nas primeiras sessões, se faz o que é conhecido como “sessões preliminares” que são as sessões em que você irá comentar com seu analista detalhes sobre seu perfil e as angústias que o trouxeram até ele (ou ela).

Na primeira sessão, o analista irá pegar alguns dados básicos com você. Isso é chamado de “ficha anamnésica”. Apesar desse nome feio, trata-se de uma ficha em que o analista irá colocar seus dados pessoais e familiares, vai perguntar se você já fez algum tipo de terapia, se toma algum medicamento, sobre estado civil, filhos entre outras coisas. Cada analista tem seus critérios quanto ao que irá pedir de informação.

Essas informações servem para que o analista tenha uma base para ir construindo sua análise. As já mencionadas “sessões preliminares” servem como uma introdução da sua história de vida e de seu caso específico. Alguns analistas utilizam apenas as primeiras sessões como sendo preliminares, enquanto outros podem extender essa fase por mais tempo. Tudo vai depender do que o analista considerar importante para cuidar de você da melhor forma possível.

O objetivo principal de cada sessão é acessar seu inconsciente, uma parte de sua mente que muitas vezes é difícil de acessar. O principal recurso usado nas sessões é chamado de associação livre, que basicamente é um processo em que você irá falar de maneira aberta e sem nenhum tipo de censura sobre o que estiver em sua mente, durante as sessões. Eventualmente, o analista irá fazer alguma pergunta pontual, para esclarecer algo que você tenha dito. E, aos poucos, partes de sua mente vai liberando pequenas frações do inconsciente, que são percebidas pelo analista.

Tá, mas então, quanto dura uma sessão de terapia psicanalítica?

Como você viu, o processo de acessar ideias e pensamentos inconscientes não é tão simples assim. E obviamente é preciso um tempo razoável para se fazer um bom trabalho.

Nesse sentido, apesar do argumento anterior, existem digamos, pontos de vista divergentes na Psicanálise sobre a duração.

Uma sessão de Psicanálise “clássica” digamos assim, dura entre 45, 50 minutos a 1 hora. A maioria dos terapeutas atualmente trabalha com 50 minutos de sessão. Mas, Lacan, um famoso psicanalista francês promoveu um tempo de sessão não constante e ganhou muitos seguidores.

Segundo Lacan, o tempo de duração de uma sessão não necessariamente precisa estar fixo. Ele pregava o uso de “tempo lógico” em lugar de um tempo cronológico, que é o mais comum. Dessa forma, quando um cliente dele em análise mencionasse algo que, digamos, fosse considerado estratégico ou que fosse uma informação intrigante o suficiente para que o cliente quisesse continuar o assunto numa próxima sessão. Assim, uma sessão “lacaniana” pode durar os 50 minutos, mas também pode durar 15 minutos, uma hora e meia…Isso vai depender da estratégia do psicanalista. Essa técnica é utilizada em alguns casos para que certa declaração do cliente fique “no ar” e possa ser material de meditação por parte dele, que pode querer voltar ao assunto numa sessão seguinte. Há outros argumentos a favor dessa técnica que não irei abordar nesse artigo.

Mas creio que você já percebeu que uma sessão de terapia varia bastante, de psicanalista para psicanalista. Como saber a duração de sua sessão? Muito fácil, pergunte a ele ou ela. Veja qual é o tipo de técnica que ele gosta de utilizar. Isso tudo você pode perguntar na sua primeira sessão. Aliás, use sua primeira sessão para perguntar tudo o que sua curiosidade tem vontade de saber!

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