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Psicanálise tem eficácia? Psicanálise Baseada em Evidências

A Eficácia da Psicanálise

A psicanálise, fundada por Sigmund Freud no final do século XIX, é uma das abordagens mais antigas e complexas dentro da psicoterapia, inclusive, sendo conhecida como “a mãe de todas as psicoterapias”. Apesar de suas raízes históricas profundas e de uma rica tradição clínica, a psicanálise tem sido alvo de críticas frequentes desde sua fundação, faz mais de 120 anos, mas, particularmente nas últimas décadas, por aqueles que questionam sua eficácia e relevância na era das terapias baseadas em evidências. No entanto, uma vasta gama de pesquisas científicas oferece um contrapeso robusto a essas críticas, demonstrando a eficácia da psicanálise, especialmente em condições complexas e crônicas. Este artigo tem como objetivo defender a psicanálise, destacando as evidências que comprovam sua eficácia e refutando os principais ataques direcionados a essa abordagem terapêutica.

Evidências de Eficácia

A eficácia da psicanálise foi amplamente estudada e comprovada por várias meta-análises e estudos longitudinais. Por exemplo, o estudo conduzido por Shedler (2010), publicado na American Psychologist, é frequentemente citado como um marco na defesa da eficácia da psicoterapia psicodinâmica. Shedler demonstrou que os efeitos da psicanálise não só são substanciais como também se mantêm e até aumentam após o término do tratamento, diferentemente de outras formas de terapia, cujos efeitos tendem a diminuir com o tempo. Ele argumenta que a psicanálise promove mudanças estruturais na personalidade, algo que outras terapias mais superficiais não conseguem alcançar.

Além disso, o estudo de Leichsenring e Rabung (2008) na Journal of the American Medical Association (JAMA), que realizou uma meta-análise de terapias psicodinâmicas de longo prazo, concluiu que essa abordagem é altamente eficaz no tratamento de transtornos mentais complexos, como transtornos de personalidade, depressão resistente e transtornos de ansiedade crônicos. Os resultados demonstraram que a psicanálise é uma opção de tratamento viável e eficaz, especialmente quando comparada com terapias de curta duração.

A eficácia da psicanálise também é evidenciada em estudos que comparam diferentes abordagens terapêuticas. Por exemplo, Stiles et al. (2008) replicaram em uma amostra maior os resultados que mostram que a terapia psicodinâmica, incluindo a psicanálise, é tão eficaz quanto outras terapias empiricamente suportadas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), no contexto de cuidados primários no Reino Unido. Este estudo, publicado no Psychological Medicine, indica que, em um ambiente de prática real, a psicanálise é comparável em eficácia a outras formas de tratamento reconhecidas.

As Críticas à Psicanálise

Entre as principais críticas à psicanálise está a alegação de que sua abordagem é excessivamente longa e cara, sem oferecer benefícios proporcionais ao tempo e aos custos envolvidos. No entanto, essa crítica ignora a profundidade e a durabilidade dos resultados obtidos através da psicanálise. Diferentemente de terapias mais breves, que podem proporcionar alívio sintomático imediato, mas superficial, a psicanálise visa transformações profundas e duradouras na personalidade e no funcionamento psíquico, algo que estudos como o de Leichsenring et al. (2011) demonstram ser particularmente eficaz em casos de transtornos complexos e resistentes ao tratamento.

Outra crítica frequente é a de que a psicanálise carece de suporte empírico comparável a outras formas de psicoterapia. No entanto, como destacado por Shedler (2010) e outros, essa crítica se baseia em uma interpretação limitada e, muitas vezes, enviesada do que constitui “evidência”. A psicanálise, por sua natureza, lida com processos inconscientes e fenômenos difíceis de quantificar através dos métodos tradicionais de pesquisa experimental. Entretanto, isso não significa que ela seja ineficaz ou que careça de evidência. Estudos como os de Abbass et al. (2012) e Fonagy et al. (2015) mostram claramente que, quando adequadamente investigados, os efeitos da psicanálise são substanciais e clinicamente significativos.

terapia de casal

Além disso, a psicanálise é frequentemente criticada por ser uma abordagem teórica desatualizada, baseada em conceitos freudianos considerados obsoletos. No entanto, a psicanálise moderna evoluiu significativamente desde os tempos de Freud, incorporando descobertas contemporâneas da neurociência, da teoria do apego e da psicologia do desenvolvimento. A terapia psicodinâmica contemporânea é uma abordagem integrativa e baseada em evidências, que se beneficia de uma base teórica rica e de uma prática clínica rigorosa. Estudos como o de Clarkin et al. (2006) e Town et al. (2017) destacam como a psicanálise tem se adaptado e se mostrado eficaz em contextos clínicos contemporâneos, como no tratamento de transtornos de personalidade e outras condições complexas.

A Psicanálise é eficaz

A psicanálise, longe de ser uma relíquia do passado, continua sendo uma abordagem terapêutica robusta e eficaz, respaldada por uma extensa base de evidências científicas. Seus efeitos duradouros, particularmente em casos de transtornos complexos e resistentes ao tratamento, são bem documentados em estudos rigorosos e meta-análises. Embora não esteja isenta de críticas, muitas dessas são baseadas em mal-entendidos ou em uma visão limitada do que constitui evidência científica. A psicanálise não só sobreviveu ao teste do tempo, mas também se adaptou e evoluiu, permanecendo uma ferramenta valiosa no arsenal da psicoterapia moderna.

Diante das evidências apresentadas, é inegável que a psicanálise oferece uma contribuição significativa para o tratamento de distúrbios psíquicos, sendo uma abordagem profundamente transformadora para aqueles que a procuram. Como tal, merece ser respeitada e valorizada tanto na teoria quanto na prática clínica.

Aqui está uma lista de artigos científicos que investigam e demonstram a eficácia da psicanálise. Se você gosta de pesquisas, leia os artigos, não tenha preguiça. Isso vai te ajudar a ter uma visão mais completa sobre a Psicanálise.

  1. Leichsenring, F., & Rabung, S. (2011).
    • Título: Long-term psychodynamic psychotherapy in complex mental disorders: Update of a meta-analysis.
    • Revista: British Journal of Psychiatry, 199(1), 15-22.
    • DOI: 10.1192/bjp.bp.110.082776
    • Resumo: Este artigo atualiza uma meta-análise sobre a eficácia da psicoterapia psicodinâmica de longo prazo para transtornos mentais complexos, mostrando efeitos duradouros e significativos.
  2. Shedler, J. (2010).
    • Título: The efficacy of psychodynamic psychotherapy.
    • Revista: American Psychologist, 65(2), 98-109.
    • DOI: 10.1037/a0018378
    • Resumo: Shedler analisa evidências que mostram como a psicoterapia psicodinâmica é eficaz, comparável a outras formas de terapia e com benefícios que aumentam após o término do tratamento.
  3. Fonagy, P., Roth, A., & Higgitt, A. (2005).
    • Título: The outcome of psychodynamic psychotherapy for psychological disorders.
    • Revista: Clinical Neuroscience Research, 4(5-6), 367-377.
    • DOI: 10.1016/j.cnr.2005.04.007
    • Resumo: O artigo revê evidências sobre os resultados da psicoterapia psicodinâmica para diferentes transtornos psicológicos, destacando a eficácia da terapia em diversos contextos clínicos.
  4. Steinert, C., Munder, T., Rabung, S., Hoyer, J., & Leichsenring, F. (2017).
    • Título: Psychodynamic therapy: As efficacious as other empirically supported treatments? A meta-analysis testing equivalence of outcomes.
    • Revista: American Journal of Psychiatry, 174(10), 943-953.
    • DOI: 10.1176/appi.ajp.2017.16080852
    • Resumo: Esta meta-análise mostra que a terapia psicodinâmica é tão eficaz quanto outras terapias baseadas em evidências para o tratamento de uma variedade de transtornos mentais.
  5. Abbass, A., Town, J., & Driessen, E. (2012).
    • Título: Intensive short-term dynamic psychotherapy: A systematic review and meta-analysis of outcome research.
    • Revista: Harvard Review of Psychiatry, 20(2), 97-108.
    • DOI: 10.3109/10673229.2012.677347
    • Resumo: Este artigo revisa sistematicamente e analisa os resultados de pesquisas sobre a terapia dinâmica intensiva de curto prazo, destacando sua eficácia em diversas condições psicológicas.
  6. Fonagy, P., Luyten, P., Bateman, A. W., & Gergely, G. (2015).
    • Título: Psychodynamic theory, research, and practice: Implications for the future of psychotherapy.
    • Revista: Psychotherapy Research, 25(2), 199-212.
    • DOI: 10.1080/10503307.2014.978638
    • Resumo: Este artigo explora as implicações da teoria e pesquisa psicodinâmica para a prática futura da psicoterapia, demonstrando a eficácia e relevância contínua da psicanálise.

Agora, segue uma lista de outros artigos científicos para você pesquisar, incluindo os que eu já mencionei antes. São 50 artigos científicos, mas eu poderia incluir centenas de outros artigos. Bem aí vão os artigos:

50 Artigos Científicos (de muitos) que comprovam a eficácia da Psicanálise

  1. Abbass, A. A., Kisely, S. R., & Kroenke, K. (2009). Short-term psychodynamic psychotherapy for somatic disorders: Systematic review and meta-analysis of clinical trials. Psychotherapy and Psychosomatics, 78(6), 265-274. DOI:10.1159/000235497
  2. Bateman, A. W., & Fonagy, P. (2008). 8-year follow-up of patients treated for borderline personality disorder: Mentalization-based treatment versus treatment as usual. American Journal of Psychiatry, 165(5), 631-638. DOI:10.1176/appi.ajp.2007.07040636
  3. Barber, J. P., Muran, J. C., McCarthy, K. S., & Keefe, R. J. (2013). Research on psychodynamic therapies. In M. J. Lambert (Ed.), Bergin and Garfield’s Handbook of Psychotherapy and Behavior Change (6th ed., pp. 443-494).
  4. Barber, J. P., & Muran, J. C. (2010). The efficacy of psychodynamic and psychoanalytic therapies: A review of empirical evidence. Psychoanalytic Inquiry, 30(3), 288-310. DOI:10.1080/07351690903200198
  5. Bateman, A., & Fonagy, P. (2006). Randomized controlled trial of outpatient mentalization-based treatment versus structured clinical management for borderline personality disorder. American Journal of Psychiatry, 166(12), 1355-1364. DOI:10.1176/appi.ajp.2009.09040539
  6. Berrios, G. E., & Marková, I. S. (2015). The concept of rehabilitation: A conceptual exploration. Journal of Psychiatric Practice, 21(2), 106-115. DOI:10.1097/PRA.0000000000000056
  7. Blatt, S. J., & Shahar, G. (2004). Psychoanalysis with an evidence-based perspective: The interactions of research and clinical practice. Journal of the American Psychoanalytic Association, 52(2), 459-485. DOI:10.1177/00030651040520020501
  8. Busch, F. N., Rudden, M., & Shapiro, T. (2004). Psychodynamic treatment of depression. Psychiatric Clinics of North America, 27(1), 1-17. DOI:10.1016/j.psc.2003.12.004
  9. Cuijpers, P., van Straten, A., Andersson, G., & van Oppen, P. (2008). Psychotherapy for depression in adults: A meta-analysis of comparative outcome studies. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 76(6), 909-922. DOI:10.1037/a0013075
  10. Crits-Christoph, P., Gibbons, M. B., & Mukherjee, D. (2013). Psychodynamic/psychoanalytic psychotherapy for personality disorders. Focus, 11(2), 155-165. DOI:10.1176/appi.focus.11.2.155
  11. Dahl, H. S., Røssberg, J. I., Bøgwald, K. P., Gabbard, G. O., & Høglend, P. A. (2012). Countertransference feelings in one-year individual therapy: An evaluation of the factor structure in the Feeling Word Checklist-58. Psychotherapy Research, 22(1), 12-25. DOI:10.1080/10503307.2011.622313
  12. Diener, M. J., Hilsenroth, M. J., & Weinberger, J. (2007). Therapist affect focus and patient outcomes in psychodynamic psychotherapy: A meta-analysis. American Journal of Psychiatry, 164(6), 936-941. DOI:10.1176/ajp.2007.164.6.936
  13. Fonagy, P., Luyten, P., & Allison, E. (2015). Epistemic petrification and the restoration of epistemic trust: A new conceptualization of borderline personality disorder and its treatment. Journal of Personality Disorders, 29(5), 575-609. DOI:10.1521/pedi.2015.29.5.575
  14. Gerber, A. J., Kocsis, J. H., Milrod, B. L., Roose, S. P., Barber, J. P., Thase, M. E., & Leon, A. C. (2011). A quality-based review of randomized controlled trials of psychodynamic psychotherapy. American Journal of Psychiatry, 168(1), 19-28. DOI:10.1176/appi.ajp.2010.08060843
  15. Hoglend, P. (2014). Exploration of the patient-therapist relationship in psychodynamic psychotherapy: Its aim and empirical foundation. American Journal of Psychotherapy, 68(1), 1-17. DOI:10.1176/appi.psychotherapy.2014.68.1.1
  16. Johansson, R., Ekbladh, S., Hebert, A., Lindqvist, K., Månsson, K. N. T., & Andersson, G. (2012). Psychodynamic guided self-help for adult depression through the internet: A randomised controlled trial. Psychoanalytic Psychotherapy, 26(2), 205-215. DOI:10.1080/02668734.2012.685491
  17. Kivlighan, D. M., Patton, M. J., & Foote, D. (1998). Moderating effects of client attachment on the counselor experience-working alliance relationship. Journal of Counseling Psychology, 45(3), 274-278. DOI:10.1037/0022-0167.45.3.274
  18. Korner, A., Gerull, F., Meares, R., & Stevenson, J. (2006). Borderline personality disorder treated with the conversational model: A replication study. Comprehensive Psychiatry, 47(5), 406-411. DOI:10.1016/j.comppsych.2005.12.003
  19. Leichsenring, F., Hiller, W., Weissberg, M., & Leibing, E. (2006). Cognitive-behavioral therapy and psychodynamic psychotherapy: Techniques, efficacy, and indications. American Journal of Psychotherapy, 60(3), 233-259. DOI:10.1176/appi.psychotherapy.2006.60.3.233
  20. Leichsenring, F., & Rabung, S. (2008). Effectiveness of long-term psychodynamic psychotherapy: A meta-analysis. JAMA, 300(13), 1551-1565. DOI:10.1001/jama.300.13.1551
  21. Leichsenring, F., & Rabung, S. (2011). Long-term psychodynamic psychotherapy in complex mental disorders: Update of a meta-analysis. British Journal of Psychiatry, 199(1), 15-22. DOI:10.1192/bjp.bp.110.082776
  22. Leichsenring, F., Rabung, S., & Leibing, E. (2004). The efficacy of short-term psychodynamic psychotherapy in specific psychiatric disorders: A meta-analysis. Archives of General Psychiatry, 61(12), 1208-1216. DOI:10.1001/archpsyc.61.12.1208
  23. Luyten, P., Blatt, S. J., & Fonagy, P. (2013). The efficacy of psychodynamic psychotherapy for depression: A critical review. Clinical Psychology Review, 33(8), 1010-1023. DOI:10.1016/j.cpr.2013.07.004
  24. Malan, D. H. (1976). The frontier of brief psychotherapy: An example of the convergence of research and clinical practice. American Journal of Psychiatry, 133(7), 719-724. DOI:10.1176/ajp.133.7.719
  25. Messer, S. B., & McWilliams, N. (2007). The efficacy of psychodynamic therapy: A systematic review of recent international and national studies. Australian and New Zealand Journal of Psychiatry, 41(1), 11-19. DOI:10.1080/j.1440-1614.2007.01900.x
  26. Milrod, B., Leon, A. C., Busch, F., Shear, M. K., & Shapiro, T. (2007). A randomized controlled trial of psychoanalytic psychotherapy for panic disorder. American Journal of Psychiatry, 164(2), 265-272. DOI:10.1176/ajp.2007.164.2.265
  27. Miller, R. B., & Wilbourne, P. L. (2002). Comparing alcohol treatment outcomes between male and female clients: A meta-analysis. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 70(6), 1281-1285. DOI:10.1037/0022-006X.70.6.1281
  28. Petersen, S., & Straub, B. (2012). The effectiveness of psychodynamic therapy: An update based on recent meta-analyses. Harvard Review of Psychiatry, 20(3), 128-141. DOI:10.3109/10673229.2012.677347
  29. Reppen, J. (Ed.). (2006). The therapeutic alliance: An evidence-based guide to practice. Journal of Clinical Psychology, 62(2), 165-176. DOI:10.1002/jclp.20116
  30. Shedler, J. (2010). The efficacy of psychodynamic psychotherapy. American Psychologist, 65(2), 98-109. DOI:10.1037/a0018378
  31. Shedler, J., Mayman, M., & Manis, M. (1993). The illusion of mental health. American Psychologist, 48(11), 1117-1131. DOI:10.1037/0003-066X.48.11.1117
  32. Steinert, C., Munder, T., Rabung, S., Hoyer, J., & Leichsenring, F. (2017). Psychodynamic therapy: As efficacious as other empirically supported treatments? A meta-analysis testing equivalence of outcomes. American Journal of Psychiatry, 174(10), 943-953. DOI:10.1176/appi.ajp.2017.17010057
  33. Stiles, W. B., Barkham, M., Mellor-Clark, J., & Connell, J. (2008). Effectiveness of cognitive-behavioural, person-centred, and psychodynamic therapies in UK primary-care routine practice: Replication in a larger sample. Psychological Medicine, 38(5), 677-688. DOI:10.1017/S0033291707001511
  34. Taylor, D., & Barrett, M. (2010). The evidence base for psychodynamic psychotherapy. Psychoanalytic Psychotherapy, 24(3), 214-228. DOI:10.1080/02668734.2010.513285
  35. Thomä, H., & Kächele, H. (1987). Psychoanalytic practice: Vol. 1. Principles. Springer-Verlag.
  36. Town, J. M., Diener, M. J., Abbass, A. A., Leichsenring, F., Driessen, E., Rabung, S., & Keefe, R. J. (2017). A meta-analysis of psychodynamic psychotherapy outcomes: Evaluating the effects of research-specific procedures. Psychotherapy Research, 27(3), 335-348. DOI:10.1080/10503307.2016.1277044
  37. Tremblay, J. M., & Barber, J. P. (2010). Prolonged exposure therapy for posttraumatic stress disorder: A review of evidence and issues. Journal of Traumatic Stress, 23(3), 353-362. DOI:10.1002/jts.20556
  38. Verheul, R., Herbrink, M., & Brink, W. (2009). Psychodynamic treatments for personality disorders. In J. Paris & W. S. Livesley (Eds.), Personality Disorders Over Time (pp. 161-186). Washington, DC: American Psychiatric Press.
  39. Westen, D., Novotny, C. M., & Thompson-Brenner, H. (2004). The empirical status of empirically supported psychotherapies: Assumptions, findings, and reporting in controlled clinical trials. Psychological Bulletin, 130(4), 631-663. DOI:10.1037/0033-2909.130.4.631
  40. Wolff, E., Stiles, T. C., & Reitan, S. K. (2009). Evidence for the effectiveness of psychodynamic therapy: The case for taking action on research findings. Journal of Clinical Psychology, 65(8), 791-802. DOI:10.1002/jclp.20584
  41. Blom, M. B. J., Spinhoven, P., Hoffmann, T., & Schenk, J. J. (2007). Short-term psychodynamic supportive psychotherapy, antidepressants, and their combination in the treatment of major depression: A mega-analysis based on three randomized clinical trials. Journal of Affective Disorders, 102(3), 239-252. DOI:10.1016/j.jad.2006.09.008
  42. Wampold, B. E. (2001). The great psychotherapy debate: Models, methods, and findings. American Psychological Association.
  43. Luyten, P., & Blatt, S. J. (2011). Psychodynamic treatment of depression. Psychoanalytic Inquiry, 31(4), 348-370. [DOI:10.1080/073 51690.2011.580589] (https://doi.org/10.1080/07351690.2011.580589)
  44. Roussow, T., & Fonagy, P. (2012). Mentalization-based treatment for personality disorders in adolescents: A feasibility study. Journal of Personality Disorders, 26(4), 456-472. DOI:10.1521/pedi.2012.26.4.456
  45. Cabaniss, D. L., Cherry, S., Douglas, C. J., & Schwartz, A. R. (2011). Psychodynamic psychotherapy: A clinical manual. Wiley-Blackwell.
  46. Shedler, J., & Westen, D. (2007). The personality diagnosis debate: Sorting out the confusion. Psychiatric Annals, 37(3), 219-227. DOI:10.3928/00485713-20070301-05
  47. Abbass, A. A., Town, J. M., & Driessen, E. (2012). Intensive short-term dynamic psychotherapy: A systematic review and meta-analysis of outcome research. Harvard Review of Psychiatry, 20(2), 97-108. DOI:10.3109/10673229.2012.677347
  48. Clarkin, J. F., Yeomans, F. E., & Kernberg, O. F. (2006). Psychotherapy for borderline personality: Focusing on object relations. American Psychiatric Publishing.
  49. Crits-Christoph, P., & Barber, J. P. (2013). Psychodynamic/psychoanalytic therapy: A guide for evidence-based practice. American Psychological Association.
  50. Town, J. M., Abbass, A., & Stride, C. (2017). A meta-analysis of psychodynamic psychotherapy outcomes: Evaluating the impact of clinical training. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 85(1), 34-47. DOI:10.1037/ccp0000128

Esses artigos fornecem uma base sólida de evidências empíricas sobre a eficácia da psicanálise e das terapias psicodinâmicas. E como diria o Capitão América, “eu poderia continuar fazendo isso o dia todo.”

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Como destruir seu relacionamento amoroso em 5 passos

Destruir relacionamentos?

Se você chegou até aqui, é porque está curioso para descobrir como implodir aquela relação que você, ironicamente, valoriza tanto. Sabemos que ninguém quer mesmo sabotar o próprio relacionamento… ou será que sim? Seja como for, vamos abordar com muito humor (e um toque de sarcasmo) os passos essenciais para garantir que qualquer amor florescente se transforme em cinzas rapidamente. Mas lembre-se, este guia é para aqueles que querem fazer tudo errado—ou, quem sabe, para quem deseja reconhecer os sinais de alerta e salvar a própria felicidade antes que seja tarde demais.

Passo 1: Ignore totalmente seu parceiro

relacionamento amoroso
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Nada como uma boa dose de indiferença para destruir qualquer tipo de afeição! Se quer ver seu relacionamento ruir, certifique-se de ignorar completamente o que seu parceiro diz ou faz. Quem precisa de comunicação, não é? E quando ele ou ela tentar conversar sobre algo importante, responda com monossílabos ou, melhor ainda, com um bom e velho “tanto faz”. Lembre-se: a comunicação é superestimada. Mas se, por acaso, você deseja manter um relacionamento saudável, talvez seja bom repensar essa abordagem e começar a ouvir o outro com mais atenção.

Passo 2: Seja o mais ciumento e controlador possível

pessoa controladora
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A confiança é a base de qualquer relacionamento, mas quem precisa disso? Se quer garantir que sua relação vá por água abaixo, basta desconfiar de cada passo do seu parceiro. Pergunte onde ele está, com quem está, e, claro, exija provas de amor como senhas de redes sociais e rastreamento por GPS. Nada grita mais “eu te amo” do que invadir a privacidade do outro, certo? Agora, se a sua intenção é nutrir um relacionamento de confiança e respeito mútuo, talvez seja hora de dar espaço ao parceiro e confiar um pouco mais.

Passo 3: Nunca admita que está errado

relacionamento amoroso
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Ah, o orgulho… Que maneira maravilhosa de afastar a pessoa amada! Se quer que seu relacionamento entre em colapso, nunca, jamais, sob hipótese alguma, admita um erro. Discussões são uma ótima oportunidade para mostrar que você está sempre certo, e seu parceiro está sempre errado. Faça questão de prolongar cada briga e, claro, guarde rancor. Mas se o seu objetivo é manter um relacionamento saudável, pode ser interessante praticar a humildade e a arte de pedir desculpas de vez em quando.

Passo 4: Priorize tudo e todos, menos seu parceiro

multiracial couple arguing with each other in street
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Quem precisa de atenção? Se quiser que seu relacionamento vá para o brejo, trate seu parceiro como última prioridade. Dê mais atenção ao trabalho, aos amigos, à família, e até ao seu celular. Afinal, quem disse que o tempo de qualidade juntos é importante? Claro, se você valoriza a pessoa ao seu lado e quer que o relacionamento prospere, talvez seja sábio reorganizar suas prioridades e reservar um tempo especial para fortalecer a conexão entre vocês.

Passo 5: Crie expectativas irreais e nunca se contente com menos

man and woman arguing
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Este é um passo crucial! Exija que seu parceiro seja perfeito em todos os aspectos—desde a aparência até o comportamento. Espere que ele ou ela leia seus pensamentos, adivinhe todas as suas necessidades, e esteja sempre disponível para você. Quando, inevitavelmente, o parceiro falhar em atingir essas expectativas absurdas, culpe-o e deixe claro o quanto ele te decepcionou. É uma estratégia infalível para acabar com qualquer relação. Agora, se a ideia é manter um relacionamento saudável, talvez seja hora de alinhar as expectativas com a realidade e praticar um pouco mais de empatia.


A Arte de Não Destruir Seu Relacionamento

Este guia irônico, no fundo, serve para mostrar que as atitudes descritas acima são verdadeiros venenos para qualquer relacionamento. Se você quer que seu amor sobreviva e prospere, é fundamental evitar esses comportamentos. Cultive a comunicação, a confiança, a humildade, a atenção, e expectativas realistas. Relacionamentos duradouros e saudáveis exigem trabalho, dedicação e, acima de tudo, respeito mútuo.

Então, da próxima vez que se pegar caindo em algum desses “passos para a destruição”, talvez seja o momento de parar, refletir, e escolher um caminho diferente—um caminho que leve a um amor mais forte e duradouro. Afinal, quem precisa de um relacionamento tóxico quando pode ter algo verdadeiramente belo?

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Medo de avião: como superar o medo de voar?

Superando o Medo de Voar

Você já se pegou olhando para um avião no céu, imaginando como seria estar lá dentro, a milhares de metros do chão, e sentiu o coração acelerar? O medo de voar é mais comum do que se imagina. Se você é uma dessas pessoas que evitam viagens aéreas por medo, este artigo é para você. Vamos explorar algumas dicas práticas e eficazes para ajudá-lo a superar o medo de aviões e permitir que você experimente a liberdade de voar.

Entenda a Origem do Medo

Antes de qualquer coisa, é importante reconhecer que seu medo é real e válido. Afinal de contas, se analisamos bem, voar é algo que foge ao natural de um ser humano. Seres humanos não voam. E essa questão em muitos casos contribuem para que uma pessoa tenha medo de avião.

Além disso, muitas vezes, o medo pode estar ligado a experiências pessoais, histórias que ouviu ou até mesmo a filmes que viu. Saber a origem do seu medo é o primeiro passo para enfrentá-lo. Reflita sobre os motivos que o levam a sentir-se desconfortável com a ideia de voar. Às vezes, só de entender a raiz do problema, você já diminui a ansiedade.

É curioso que geralmente, as pessoas depois de fazerem uma viagem de ônibus de 1.000 km não costumam dizer ou pensar coisas como “que bom, eu sobrevivi”. Mesmo que as viagens rodoviárias sejam muito mais “perigosas” que as aéreas. Aliás, falando em perigo, há uma série de coisas com potencial para nos fazer dano que nem nos damos conta. E isso porque já estamos acostumados com certas rotinas, e esse costume acaba gerando certa confiança nos processos (como viajar de carro, de bicicleta, caminhar em um parque entre outros). O mesmo pode ser feito com a viagem de avião.

Informe-se Sobre a Segurança Aérea

A aviação é um dos meios de transporte mais seguros do mundo. Saber que cada avião passa por rigorosos processos de manutenção e que os pilotos são altamente treinados pode ajudar a acalmar seus nervos. Procure informações confiáveis sobre segurança aérea e sobre como os procedimentos são pensados para minimizar riscos. Esse conhecimento pode ser tranquilizador e diminuir a ansiedade.

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Eu até pensei nesse artigo em colocar aqui alguns números sobre isso, mas acredito que será mais interessante se você mesmo fizer esse trabalho. Então, te deixo essa tarefa, procure números sobre a segurança em voar, veja as possibilidades de sofrer um acidente. Quando você mesmo vir que é mais fácil você ganhar na loteria algumas vezes do que sofrer um acidente de avião, pode ser que fique mais tranquilo.

Além disso, vale a pena conhecer alguns dos meios de segurança que um avião tem e as verificações que são feitas antes de cada voo. Também te deixo de lição de casa pesquisar sobre isso.

Controle a Respiração

Uma das técnicas mais simples e eficientes para lidar com o medo é controlar a respiração. Quando estamos ansiosos, nossa respiração tende a ser curta e rápida, o que pode aumentar o pânico. Experimente exercícios de respiração profunda: inspire lentamente pelo nariz, conte até quatro, prenda a respiração por um momento e expire suavemente pela boca, contando até seis. Repita esse processo várias vezes até sentir-se mais calmo.

Faça uso da Visualização Positiva

A mente é uma ferramenta poderosa e pode ser usada a seu favor. Antes de sua viagem, reserve um tempo para fechar os olhos e visualizar uma experiência de voo tranquila e positiva. Imagine-se dentro do avião, confortável e seguro, observando a paisagem pelas janelas e aproveitando a viagem. Esse exercício ajuda a reprogramar sua mente para associar voar a uma sensação positiva.

Utilize Métodos de Relaxamento

Algumas pessoas também encontram alívio em ouvir música relaxante ou usar aplicativos de meditação guiada durante o voo. Você pode também ter algum jogo instalado em seu celular ou tablet ou ainda uma revista bem interessante para ler.

A decolagem que costuma ser, junto a aterrisagem, os momentos mais “intensos” digamos assim, pode ser também para você, momentos de maior tensão. Você pode amenizar isso, se considerar que esses processos geralmente durante bem pouco tempo. Se quiser, feche os olhos enquanto escuta uma música agradável com fones de ouvido. Antes que possa perceber, o processo de subida ou descida terá terminado e você estará voando ou já em solo outra vez.

Converse com o Tripulação

Não tenha vergonha de comunicar seus medos à tripulação. Os comissários de bordo são treinados para lidar com passageiros ansiosos e podem oferecer um apoio extra durante o voo. Saber que há alguém atento a você pode ser reconfortante.

Considere a Terapia

Se o medo de voar é algo que realmente atrapalha sua vida, considere procurar a ajuda de um profissional. Um processo terapêutico te ajuda a se conhecer melhor, conhecer seus medos e a raiz por trás deles.

Pratique a Exposição Gradual

Comece com voos curtos para ir se acostumando com a experiência. Conforme se sentir mais confiante, vá aumentando a duração dos voos. A exposição gradual ajuda a dessensibilizar a mente e o corpo ao estímulo que causa o medo.

Lembre-se dos Benefícios

Finalmente, lembre-se de todas as vantagens que voar traz. Voar permite que você chegue a destinos distantes em poucas horas, amplie seus horizontes e vivencie novas culturas. Concentre-se nas maravilhosas experiências que estão esperando por você.

Superar o medo de voar pode não ser um processo rápido, mas é absolutamente possível com a abordagem correta e o apoio adequado. Permita-se explorar o mundo e desfrutar da liberdade que a aviação proporciona. O céu é o limite, literalmente!

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Como identificar a uma pessoa manipuladora?

Manipuladores e suas características

Em algum momento da vida, todos nós nos deparamos com alguém que, de maneira sutil ou direta, parece distorcer a realidade a seu favor. Essas pessoas, muitas vezes, são mestres na arte da manipulação. Identificar um manipulador nem sempre é fácil, pois ele pode se esconder por trás de máscaras de charme, vitimização ou autoridade. No entanto, existem alguns sinais que podem ajudar a desmascarar essas intenções ocultas.

A primeira característica que devemos observar é a habilidade da pessoa manipuladora em distorcer os fatos. Manipuladores têm uma capacidade impressionante de transformar qualquer situação a seu favor. Eles distorcem a realidade, reinterpretam eventos e podem até mesmo reescrever histórias para que pareçam inocentes ou vítimas. Esse comportamento pode causar confusão e fazer com que a vítima comece a questionar suas próprias percepções.

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Outro ponto importante é a tendência a jogar com as emoções alheias. Manipuladores sabem como provocar culpa, medo ou obrigação em suas vítimas. Eles podem se apresentar como dependentes emocionais, forçando o outro a sentir que tem a responsabilidade de resolver seus problemas ou protegê-los de alguma maneira. Muitas vezes, eles criam uma falsa sensação de urgência, fazendo com que a outra pessoa aja impulsivamente e sem refletir.

Além disso, manipuladores frequentemente usam a técnica da gaslighting, uma forma de abuso psicológico onde a vítima é levada a duvidar de sua própria sanidade. Eles negam eventos que ocorreram, contradizem informações ou até mesmo questionam a memória da vítima, tudo com o objetivo de enfraquecer sua confiança e aumentar seu controle sobre ela.

A sutileza no uso de elogios e críticas também é uma marca do manipulador. Eles podem alternar entre bajulação e desvalorização de forma calculada, criando uma montanha-russa emocional. Elogios exagerados podem ser seguidos por críticas sutis, fazendo com que a vítima se sinta instável e busque a aprovação do manipulador. Esse ciclo de reforço intermitente mantém a vítima presa na dinâmica manipulativa.

Sinais de Alerta

Identificar um manipulador nem sempre é fácil, pois suas táticas são refinadas e podem passar despercebidas. No entanto, alguns sinais podem nos alertar para a presença de uma pessoa manipuladora em nossa vida. Vamos fazer um resumo aqui:

  • Culpa e vergonha: Manipuladores frequentemente fazem com que se sintam culpados por seus próprios sentimentos e necessidades. Eles podem minimizar seus próprios erros e maximizar os seus, fazendo com que você se sinta responsável por tudo o que dá errado.
  • Gaslighting: Essa tática consiste em fazer com que a vítima duvide de sua própria percepção da realidade. O manipulador pode negar fatos, distorcer a verdade ou acusar a vítima de ser sensível demais.
  • Isolamento: Manipuladores tendem a isolar suas vítimas de amigos e familiares, enfraquecendo sua rede de apoio e aumentando seu controle sobre elas.
  • Leitura de mente: Eles agem como se pudessem ler seus pensamentos e intenções, o que pode gerar confusão e insegurança na vítima.
  • Chantagem emocional: Manipuladores usam a emoção como arma, ameaçando abandonar a vítima ou fazendo promessas falsas para conseguir o que querem.
  • Inversão de papéis: Eles se apresentam como vítimas, culpando os outros por seus próprios problemas e fazendo com que você se sinta responsável por seus sentimentos.

Os Mecanismos Psíquicos da Manipulação

A psicanálise nos oferece ferramentas para compreender os mecanismos psicológicos que sustentam a manipulação. A projeção, por exemplo, é um mecanismo de defesa em que atribuímos nossos próprios sentimentos negativos a outra pessoa. O manipulador projeta suas próprias qualidades negativas sobre a vítima, fazendo com que ela se sinta culpada e responsável por seus próprios sentimentos.

A idealização, por outro lado, consiste em atribuir qualidades perfeitas a alguém. O manipulador pode idealizar a vítima no início da relação, para conquistá-la e, posteriormente, desvalorizá-la, causando um grande sofrimento emocional.

Como se Proteger da Manipulação

  • Analise os fatos: Se algo não parece certo, provavelmente não está. Preste atenção aos seus sentimentos e não ignore os sinais de alerta.
  • Estabeleça limites: É importante estabelecer limites claros e saudáveis nas relações. Não permita que os outros invadam seu espaço pessoal ou manipulem seus sentimentos.
  • Valorize sua autonomia: Mantenha sua independência e não permita que ninguém controle sua vida.
  • Busque apoio: Converse com amigos, familiares ou um profissional de saúde mental sobre o que você está passando.
  • Aprenda a dizer não: É importante aprender a dizer não quando você não se sente confortável com alguma situação.

A manipulação é uma forma de violência psicológica que pode ter consequências graves para a saúde mental. Ao identificar os sinais de alerta e desenvolver estratégias para se proteger, é possível construir relações mais saudáveis e autênticas.

Por fim, manipuladores têm uma grande habilidade em evitar responsabilidades. Quando confrontados, eles rapidamente se esquivam ou invertem a situação, fazendo com que a outra pessoa se sinta culpada ou inadequada por questioná-los. Eles raramente assumem seus erros e estão sempre prontos para culpar os outros, perpetuando um ciclo de dependência emocional e psicológica.

Reconhecer esses sinais é o primeiro passo para se proteger de uma pessoa manipuladora. É essencial desenvolver um senso de autoconhecimento e fortalecer sua autoestima para que não caia nas armadilhas emocionais que esses indivíduos costumam criar. A psicanálise pode ser uma aliada poderosa nesse processo, ajudando a identificar padrões de comportamento, resgatar a confiança em si mesmo e estabelecer limites saudáveis nas relações interpessoais. Lembre-se: entender a dinâmica da manipulação é crucial para libertar-se dela e viver relações mais equilibradas e autênticas.

Palavras-chave: manipulação, psicanálise, relações humanas, saúde mental, bem-estar emocional.

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Como lidar com uma pessoa manipuladora em um relacionamento?

Os relacionamentos amorosos carregam uma dinâmica intrincada e cheia de sutilezas. A manipulação, mesmo que sutil, tem o potencial de comprometer profundamente a saúde emocional e a felicidade de um relacionamento. Neste artigo, vamos entender como reconhecer e enfrentar comportamentos manipulativos dentro de uma relação amorosa.

O que é Manipulação?

A manipulação é uma forma de controle indireto, onde uma pessoa busca influenciar os pensamentos, sentimentos e comportamentos de outra, muitas vezes de forma sutil e inconsciente. Manipuladores utilizam táticas como culpabilização, chantagem emocional, gaslighting (fazer a vítima questionar sua própria realidade) e projeção para alcançar seus objetivos.

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Algo importante de mencionar é que muitas vezes, a manipulação é tão bem-feita, que

Por que as Pessoas Manipulam?

A compreensão dos motivos subjacentes à manipulação é fundamental para lidar com essa dinâmica. Muitas vezes, a manipulação está enraizada em:

  • Insegurança: Manipuladores podem buscar controlar o outro para se sentirem mais seguros em um relacionamento.
  • Medo de abandono: A manipulação pode ser uma forma de garantir a presença e a atenção do parceiro.
  • Necessidade de poder: Alguns indivíduos sentem prazer em controlar os outros e obter o que desejam.
  • Experiências passadas: Traumas e experiências de vida podem influenciar o desenvolvimento de padrões de comportamento manipulativos.

Sinais de Manipulação

Reconhecer os sinais de manipulação é o primeiro passo para lidar com a situação. Alguns indicadores comuns incluem:

  • Culpabilização constante: O manipulador frequentemente faz a vítima se sentir culpada por seus próprios sentimentos ou ações.
  • Chantagem emocional: Ameaças de abandono ou autoflagelação são utilizadas para controlar o outro.
  • Negação da realidade: O manipulador distorce a verdade e faz a vítima questionar sua própria percepção.
  • Isolamento: A vítima é afastada de amigos e familiares para aumentar seu dependência do manipulador.
  • Desvalorização: O manipulador constantemente critica e menospreza a vítima.

Como Lidar com a Manipulação em um Relacionamento

Em alguns casos, a manipulação pode estar maquiada por “cuidados” ou até mesmo por demonstração de amor. Se você desconfia que está sendo manipulada(o), é importante agir, para o bem tanto seu como de seu par. Sua saúde mental e emocional está em jogo.

Lidar com um manipulador pode ser desafiador, mas é fundamental para preservar a saúde emocional. Algumas estratégias podem ser úteis:

  • Reconheça a manipulação: O primeiro passo é identificar claramente os comportamentos manipulativos.
  • Estabeleça limites: Comunique de forma clara e assertiva seus limites e não permita que o manipulador os ultrapasse.
  • Não se culpe: Lembre-se que você não é responsável pelos comportamentos do outro.
  • Busque apoio: Converse com amigos, familiares ou um terapeuta sobre a situação.
  • Considere a terapia: A terapia individual ou de casal pode ser uma ferramenta valiosa para lidar com a dinâmica de um relacionamento manipulador.
  • Avalie a possibilidade de terminar o relacionamento: Em alguns casos, a única forma de escapar da manipulação é encerrar o relacionamento.

A Importância da Ajuda Profissional

Lidar com a manipulação em um relacionamento pode ser um processo complexo e doloroso. Um terapeuta pode oferecer um espaço seguro para explorar seus sentimentos, desenvolver estratégias de enfrentamento e construir uma vida mais saudável e autônoma.

Durante a terapia, pode até ser que pela sua atitude firme, você consiga convencer a seu par de que ele está agindo de maneira errada com você. Mas você deve saber que o foco em se fazer terapia é para que você consiga ter forças para lidar com situações. Quando uma pessoa manipuladora percebe que já não consegue manipular sua vítima preferida, com o tempo ela irá diminuir seus esforços.

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Terapia de Casal: como ser um bom par no relacionamento?

Como fazer sua parte para a felicidade do seu relacionamento?

A jornada de um casal, repleta de alegrias e desafios, exige dedicação, compreensão e, acima de tudo, a construção de uma relação sólida. Mas nem sempre um relacionamento se mantém saudável. Às vezes, sentimentos não resolvidos, diferenças culturais e de criação ou outros aspectos fazem com que o relacionamento de um casal enfrente crises durante sua existência. A terapia de casais surge como um porto seguro nesse trajeto, oferecendo ferramentas valiosas para fortalecer o vínculo e superar obstáculos.

Ser um bom par não se resume a um conjunto de regras, mas sim ao cultivo de um amor genuíno e à construção de uma parceria duradoura. Através da terapia, casais podem aprimorar suas habilidades de comunicação, resolver conflitos de maneira eficaz e fortalecer a confiança mútua.

As dicas que você vai ler em seguida não devem ser vistas como uma receita pronta para o sucesso em uma relação, mas certamente contribuem, quando colocadas em uso, para um bom relacionamento a dois.

terapia de casal

Neste guia prático, exploraremos algumas dicas essenciais para se tornar um bom par:

1. Comunicação: a chave para o entendimento

  • Diálogo aberto e honesto: Quer ser um bom namorado ou namorada? Conversem abertamente sobre seus sentimentos, necessidades e expectativas. Escutem com atenção um ao outro, sem julgamentos ou interrupções. Quando nós nos sentimos ouvidos, sentimos que a outra pessoa realmente se importa com nossas opiniões. E se importar é uma forma de amar.
  • Linguagem corporal: A comunicação não verbal também é crucial. Mantenham contato visual, demonstrem interesse genuíno e pratiquem a escuta ativa. Linguagem corporal também tem a ver com a forma em que transmitimos expressões com nosso corpo. Mostrar carinho, atenção, cuidado e amor podem ser feitos com gestos também.
  • Empatia e validação: Esforcem-se para compreender a perspectiva do outro, mesmo que discordem. Validem as emoções um do outro, criando um ambiente seguro para a expressão livre. Esse é um detalhe importante. Nem sempre vocês dois irão estar de acordo em tudo, mas quando houver uma diferença entre vocês, pensar no que o outro sente e dar valor a isso faz muita diferença. E evita brigas também.

2. Resolução de conflitos: construindo pontes em vez de muros

  • Abordagem construtiva: Evitem ataques pessoais e o uso de linguagem acusatória. Foquem no problema em questão e busquem soluções em conjunto. Muitas vezes, os casais tentam ver “quem tem razão” em uma discussão. Mas encontrar o “ganhador” ou ganhadora de uma briga é absolutamente inútil, você não vai ganhar um troféu por isso nem vai resolver o problema, ao contrário, pode acabar piorando-o. Em lugar disso, pense na sua parte de responsabilidade em resolver a questão de uma maneira respeitosa. Assim, os dois ganham.
  • Negociação e compromisso: Estejam dispostos a negociar e encontrar um terreno comum. Façam concessões e busquem soluções que beneficiem a ambos.
  • Perdão e reconciliação: Reconheçam seus erros e peçam desculpas sinceramente. Perdoem um ao outro e sigam em frente, aprendendo com a experiência. Acredite no poder do perdão!

3. Confiança: a base de um relacionamento sólido

  • Honestidade e transparência: Sejam honestos um com o outro, mesmo quando for difícil. Evitem mentiras e segredos que possam abalar a confiança.
  • Compromisso e fidelidade: Cumpram seus compromissos e demonstrem fidelidade um ao outro. Respeitem os limites da relação e evitem situações que possam colocar a confiança em risco.
  • Apoio mútuo: Estejam presentes um para o outro nos momentos bons e ruins. Celebrem as conquistas um do outro e ofereçam apoio emocional em momentos de dificuldade. E isso pode ser apenas palavras em um texto se não forem colocadas em prática. Se aconteceu algo bom para seu par, celebre! Convide ele ou ela para algo, ofereça uma noite especial, use sua criatividade. Aconteceu algo triste? Ofereça seu consolo, que deve ser sincero, afinal você ama seu par. Por isso, pense em maneiras de oferecer esse consolo, para dar conforto para a outra pessoa.

4. Intimidade no casamento: conectando-se em um nível mais profundo

  • Tempo de qualidade: Reservem tempo para se conectarem como casal, sem distrações. Façam atividades que ambos apreciam e conversem sobre seus sonhos e aspirações. Isso não conta o tempo em que estão vendo algum filme ou série, a menos que os dois façam uma pausa de boa duração para conversar tranquilamente e depois, continuar assistindo o que viam antes. Se você tiver dificuldades nesse sentido, programe esses momentos, vão a um parque ou comer um lanche e simplesmente conversem, sem preocupações em quê coisas conversar, apenas conversem livremente. Com o tempo, isso vai se tornar um hábito, muito saudável, de vocês dois.
  • Carinho e afeto: Demonstrem seu amor e carinho um pelo outro através de gestos simples, como abraços, beijos e palavras de afeto. E apesar que isso pareça até lógico, infelizmente, muitas pessoas têm dificuldade para expressar o que sentem, seja pela forma em que cresceram, seja pela personalidade ou outros fatores. E é verdade que o amor se demonstra de muitas maneiras, mas os gestos de carinho são parte desse pacote. Se você não tem o costume de beijar e abraçar, comece devagar. Tente pequenos carinhos e quando se acostumar, evolua para outros carinhos, mais expressivos.
  • Intimidade física: Explorem sua sexualidade de maneira prazerosa e consensual. Respeitem os desejos e limites um do outro e comuniquem-se abertamente sobre suas necessidades. Novamente, esse assunto é grandemente influenciado pela cultura, forma em que cresceram (influência familiar), religiosidade, personalidade entre outros fatores. Quero frisar aqui que, dentro de quatro paredes, um casal deve decidir entre os dois o que será respeitoso e apropriado. Por isso é tão importante que o casal converse de maneira franca sobre sexo. Saber as preferências, desejos e fantasias um do outro é essencial para que tenham uma vida sexual agradável.

5. Crescimento individual e mútuo:

  • Persigan seus sonhos: Apoiem o crescimento individual um do outro. Incentivem seus hobbies, metas e paixões. Realizar juntos sonhos tanto do casal como de cada um, ajuda a unir os dois. Quais são os desejos de seu par? Quais os seus desejos? Trabalhem para realizar esses desejos juntos!
  • Aprendam juntos: Estejam abertos a novas experiências e aprendam juntos. Cresçam como indivíduos e como casal. Esse “aprender juntos” pode envolver conhecer atividades em que os dois possam participar, como algum jogo ou esporte, alguma atividade ao ar livre (ou não), uma habilidade manual, artesanato, cozinha…Usem a imaginação!
  • Adaptabilidade e flexibilidade: Sejam flexíveis e adaptem-se às mudanças da vida. Enfrentem os desafios juntos e busquem soluções criativas. Em alguns momentos na vida de um casal, eles irão enfrentar situações que irão mudar suas circunstâncias, várias vezes. Pode ser uma mudança de casa, cidade ou país, pode ser uma mudança de trabalho de algum dos dois, uma doença, a vinda de um familiar para morar na mesma casa do casal, um filho ou filha…E aí o casal deve se adaptar a essa situação, fazer novos planos e seguir em frente. Não é fácil fazer isso, mas vale um relacionamento fazer.

Lembre-se: Se vocês como casal estiverem passando por um momento difícil, a terapia de casais pode ser um guia valioso em sua jornada. Um terapeuta experiente pode oferecer um espaço seguro e imparcial para que vocês explorem seus desafios, fortaleçam seus pontos fortes e construam um relacionamento mais feliz e saudável.

Investir em seu relacionamento é um investimento em sua felicidade e bem-estar. Ao seguirem estas dicas e buscarem ajuda profissional quando necessário, casais podem construir uma relação duradoura, repleta de amor, respeito e cumplicidade.

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Ela/Ele me traiu, e agora? Entendendo a traição nos relacionamentos amorosos

Traição nos Relacionamentos: Entendendo as Razões por Trás do Ato

Olá, meus amigos! Hoje vamos abordar um assunto delicado, mas extremamente importante: a traição nos relacionamentos amorosos. Essa é uma questão que afeta muitos casais e pode causar dor, desconfiança e até mesmo o fim de um relacionamento. No entanto, é fundamental entendermos os motivos por trás desse ato, para que possamos lidar com ele de forma mais saudável e construtiva.

Motivos que Podem Levar à Traição

Como psicanalista, posso comentar que existem diversos fatores que podem contribuir para a ocorrência da traição em um relacionamento. Quero deixar claro que estou apenas comentando alguns motivos e não justificando uma traição. Alguns deles são:

  1. Insegurança e Baixa Autoestima: Quando uma pessoa se sente insegura em relação a si mesma ou ao seu valor dentro do relacionamento, ela pode buscar validação e atenção em outras pessoas, levando-a a trair seu parceiro. Isso acontece geralmente quando a pessoa ao mesmo tempo em que sente baixa autoestima, de repente recebe a atenção que sempre sonhou por parte de outra pessoa. Essa pessoa pode transmitir a sensação de compensar os sentimentos de insegurança e baixa autoestima, estimulando que aconteça a traição.
  2. Necessidade de Novidade e Excitação: O relacionamento pode se tornar rotineiro e faltar a emoção e a adrenalina que a pessoa buscava no início. A traição pode ser uma forma de preencher essa lacuna. Se o relacionamento for muito previsível e essa característica não agradar a uma das partes, uma traição pode acontecer.
  3. Problemas de Comunicação e Intimidade: Quando os parceiros não conseguem se comunicar de forma efetiva, expressar seus sentimentos e necessidades, a traição pode surgir como uma válvula de escape. Uma das partes (ou as duas) podem sentir que o casamento, o relacionamento deles está perdendo o sentido, pois eles não se falam como deveriam. E novamente, entra em cena uma nova pessoa que essa sim escuta com atenção e se comunica bem.
  4. Vingança e Ressentimento: Em alguns casos, a traição pode ser uma forma de se vingar de um parceiro que tenha cometido alguma ofensa ou de se livrar de um ressentimento acumulado. Isso é muito comum. Em alguns casos, a parte infiel nem mesmo sente tanta atração pela pessoa com a qual irá trair, mas comete a traição alimentado(a) pelo desejo de vingança. Isso acontece muito quando existe um histórico de traição nesse relacionamento, e a parte inocente decidiu que vai trarir também.
  5. Necessidade de Poder e Controle: Algumas pessoas podem ver a traição como uma forma de exercer poder e controle sobre seu parceiro, demonstrando sua capacidade de seduzir outras pessoas. Isso pode acontecer em pessoas com fortes características narcisistas. O fato de se sentirem com poder sobre outros (mesmo sendo poder de sedução) as anima a quererem sempre conquistar pessoas, uma forma de se sentir com certo poder. Inclusive, essas pessoas, quando são descobertas, costumam dizer que se a outra parte não o perdoar, ela terá muitas opções pela frente, enquanto a outra parte, a inocente, ficaria “sozinha” (o que claro, é uma mentira).

Perceba que em muitos casos, em conjunto com uma crise no relacionamento, está a aparição de alguém que aparentemente satisfaz as necessidades de uma das partes. Em outros casos, a própria pessoa decide trair e até procura uma pessoa para cometer a traição.

A Psicanálise e a Compreensão da Traição

A psicanálise oferece uma perspectiva valiosa para entendermos a traição em um relacionamento. Ela nos ajuda a explorar as motivações inconscientes e os conflitos internos que podem levar uma pessoa a trair seu parceiro. É importante comentar que durante terapia, o objetivo é que você se conheça melhor

Em muitos casos, a traição pode estar relacionada a questões de apego e confiança, que se originam em experiências da infância. Pessoas que tiveram dificuldades em estabelecer vínculos saudáveis em suas relações familiares podem ter mais tendência a se envolver em comportamentos de traição.

Além disso, é importante destacar a importância da comunicação e da resolução de conflitos de forma construtiva. Quando os parceiros não conseguem lidar com suas diferenças e necessidades de forma adequada, a traição pode surgir como uma forma de escape. Um escape incorreto, mas é um escape.

E isso me faz lembrar de um ponto importante: deixar brigas sem resolução é uma péssima ideia. Sempre que um casal tiver um problema, esse problema deve ser resolvido, o mais breve possível. “Deixar para lá” o motivo de uma discussão nem sempre é a melhor saída. O problema irá continuar, sem resolução e poderá com o tempo crescer e evoluir para algo ainda mais complicado.

Portanto, é essencial que casais busquem entender as raízes psicológicas da traição, para que possam trabalhar em suas questões de forma mais profunda e eficaz. Apenas assim será possível construir relacionamentos mais saudáveis, baseados na confiança, no respeito e na comunicação aberta.

Lembre-se, meus amigos, que a traição não é uma sentença de morte para um relacionamento. Com compreensão, empatia e esforço de ambas as partes, é possível superar esse desafio e fortalecer ainda mais os laços que unem um casal.

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O Papel da Empatia na Psicoterapia

A empatia desempenha um papel crucial na prática da psicoterapia. Nós, como psicanalistas, reconhecemos que a habilidade de nos colocarmos na posição do outro e entender suas emoções e pontos de vista é vital para criar um vínculo terapêutico que seja tanto saudável quanto efetivo.

A empatia, habilidade fundamental na psicoterapia, consiste na capacidade de compreender e partilhar dos sentimentos e experiências do outro, mesmo sem vivenciá-los diretamente. No contexto terapêutico, o terapeuta empático busca entrar no mundo interior do cliente, captando suas perspectivas, emoções e motivações.

A Importância da Empatia na Psicoterapia

A empatia permite que o terapeuta crie um ambiente seguro e acolhedor, no qual o paciente se sinta compreendido e confortável para explorar suas emoções e experiências mais profundas. Quando o paciente percebe que seu terapeuta está realmente ouvindo e entendendo seu sofrimento, ele se sente mais disposto a se abrir e a confiar no processo terapêutico.

Além disso, a empatia ajuda o terapeuta a identificar padrões de pensamento e comportamento do paciente, permitindo uma compreensão mais profunda de suas dinâmicas psicológicas. Essa compreensão empática é fundamental para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas eficazes, que possam realmente atender às necessidades únicas de cada indivíduo.

Cultivando a Empatia na Prática Clínica

Como psicanalistas, entendemos que a empatia não é apenas uma habilidade, mas também uma atitude fundamental que deve ser constantemente cultivada e refinada. Isso envolve:

  1. Escuta Ativa: Estar plenamente presente e atento às palavras, emoções e nuances do paciente, sem julgamentos ou distrações.
  2. Curiosidade Genuína: Manter uma atitude de interesse e fascínio pelas experiências do paciente, buscando compreendê-las em profundidade.
  3. Suspensão de Julgamentos: Evitar fazer suposições ou tirar conclusões precipitadas, mantendo uma mente aberta e receptiva.
  4. Reflexão e Autoconhecimento: Estar atento aos próprios sentimentos, preconceitos e limitações, de modo a evitar que eles interfiram na compreensão empática do paciente.

A empatia é um pilar fundamental da psicoterapia psicanalítica. Ao nos colocarmos no lugar do outro, compreendendo seus sentimentos e perspectivas, podemos estabelecer uma relação terapêutica saudável e eficaz, que permita ao paciente explorar suas emoções e experiências de forma segura e acolhedora. Cultivar a empatia é, portanto, uma tarefa essencial para todo psicanalista comprometido com o bem-estar e o desenvolvimento de seus pacientes.

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Parceiro(a) Controlador: entendendo comportamentos controladres em um relacionamento

Parceiro controlador, conjuge controlador. Apesar de que em um relacionamento amoroso sempre há um certo sentido de pertencimento, alguns casais têm problemas por causa de comportamentos controladores de um dos dois, ou até mesmo dos dois. Falta de confiaça, medo de traição, medo do fim do relacionamento…Há muitos fatores que podem contribuir para um comportamento controlador.

Este artigo vai comentar um pouco sobre alguns fatores que contribuem para que uma pessoa se torne controladora em seus relacionamentos amorosos e analisa a origem desse comportamento.

Compreendendo as Raízes do Controle

Diversos estudos apontam para uma multiplicidade de fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de atitudes controladoras em relacionamentos amorosos. Segundo Baumeister & Vohs, (2007) a busca por segurança e previsibilidade pode ser um motivador central. Indivíduos com baixa autoestima ou que sofreram traumas no passado podem se sentir ameaçados pela incerteza e buscar controlar o parceiro como forma de minimizar a ansiedade e a sensação de vulnerabilidade.

O fator autoestima baixa é importante nesse sentido. Uma pessoa pode se sentir inferior ou talvez “não merecedora” de estar com aquela pessoa que é seu par romântico. E por isso, teme que o relacionamento, se não for controlado, pode acabar.

O medo de abandono também pode ser um fator determinante. De acordo com Bowlby (1988), a teoria do apego, indivíduos que experimentaram vínculos inseguros na infância podem desenvolver um padrão de comportamento hipervigilante e possessivo nos relacionamentos adultos. A crença de que apenas através do controle se pode garantir o amor e a permanência do parceiro os leva a agir de forma sufocante e manipuladora.

Para uma pessoa manipuladora, pensar que tem controle sobre o relacionamento e, por extensão, controle sobre seu parceiro, lhe dá uma sensação de que ela pode controlar as coisas caso alguma situação se apresente que possa de alguma forma, por em risco o relacionamento.

Esse “controle” é imaginário, já que muitas vezes, o simples fato de estar vigilando o que o parceiro faz ou deixa de fazer, quais mensagens recebe no celular ou redes sociais, não significa que há algum tipo de controle. Afinal, não há como impedir que a outra pessoa se comporte bem ou mal.

Fatores Sociais e Culturais

É importante ressaltar que o contexto social e cultural também exerce um papel importante na manifestação de atitudes controladoras. Em sociedades com forte ênfase em papéis de gênero tradicionais, por exemplo, a expectativa de que o homem seja dominante e a mulher submissa pode alimentar comportamentos controladores. Além disso, normas sociais que romantizam o ciúme e a possessividade podem mascarar comportamentos abusivos e dificultar a identificação do problema. Alguns grupos chamam esse hábito de “pessoas que amam demais”. Definem como uma expressão do amor que sentem pelo outro.

As Consequências do Controle

As consequências de atitudes controladoras em relacionamentos amorosos são devastadoras para ambos os parceiros. A pessoa controlada experimenta perda de autonomia, autoestima e liberdade, além de viver em constante estado de tensão e medo, afinal, ela tem a impressão de que qualquer movimento que faça poderá ser encarado de uma maneira negativa pelo parceiro. O parceiro controlador, por sua vez, perpetua um ciclo de frustração, ressentimento e culpa, afastando-se cada vez mais daquilo que buscava: um relacionamento genuíno e saudável.

Rompendo o Ciclo: Caminhos para a Cura

Lidar com atitudes controladoras em relacionamentos amorosos exige um esforço conjunto de ambos os parceiros. A comunicação honesta e aberta é fundamental para que o parceiro controlador tome consciência do impacto negativo de suas ações. Buscar ajuda profissional de um terapeuta especializado em relacionamentos pode ser crucial para o desenvolvimento de ferramentas saudáveis de comunicação e resolução de conflitos.

No caso da pessoa controlada, estabelecer limites claros e aprender a dizer “não” de forma assertiva é essencial para retomar o controle de sua vida. Buscar apoio social de amigos, familiares ou grupos de apoio também pode ser um importante passo na jornada de recuperação da autoestima e da autonomia.

Atitudes controladoras em relacionamentos amorosos representam um desafio complexo com raízes profundas na psicologia individual e no contexto social. Através da compreensão das motivações por trás desse comportamento e da busca por ajuda profissional, é possível romper o ciclo de sofrimento e construir relacionamentos mais saudáveis e gratificantes.

Referências Bibliográficas

photo of woman using game controller

Jogar videogame faz mal para a saúde mental?

O Impacto dos Videogames na Saúde Mental

Jogar videogame faz mal?

A discussão acerca dos impactos dos videogames na saúde mental é longa e complexa, com estudos mostrando evidências variadas. Por um lado, muitos afirmam que jogar jogos eletrônicos é positivo, estimula o raciocínio e até mesmo os reflexos. Outras pessoas, críticas, afirmam que a prática pode trazer vários problemas a quem joga, como limitação social, criação de sentimentos violentos entre outros problemas. Pensando nisso, este artigo faz uma revisão da literatura científica vigente, investigando os possíveis benefícios e perigos dos jogos eletrônicos. Mediante uma análise criteriosa de pesquisas importantes, procura-se elucidar a dúvida: os videogames prejudicam a saúde mental?

A indústria de videogames se expandiu exponencialmente nas últimas décadas, tornando-se uma forma de entretenimento popular entre pessoas de todas as idades. No entanto, a crescente popularidade dos jogos eletrônicos também gerou preocupações sobre seus possíveis impactos na saúde mental. Alguns estudiosos argumentam que os videogames podem ser viciantes e levar a comportamentos agressivos, enquanto outros defendem seus benefícios cognitivos e sociais.

Benefícios Potenciais dos Videogames

Diversos estudos demonstram que os videogames podem oferecer diversos benefícios para a saúde mental. Um estudo publicado na revista Frontiers in Psychology [1] sugere que jogar videogames pode melhorar a função cognitiva, incluindo atenção, memória e habilidades de resolução de problemas. Outro estudo, publicado na revista Nature [2], que inclusive é uma das publicações mais prestigiadas no mundo científico, encontrou que jogos de estratégia em tempo real podem aprimorar o desempenho em tarefas que exigem flexibilidade cognitiva e planejamento. Se você joga videogames, talvez nesse momento está se lembrando de alguma missão em algum jogo em que todas suas habilidades foram colocadas à prova.

Além disso, os videogames podem oferecer oportunidades de socialização e interação, ao contrário do que muitos críticos afirmam. Jogos multijogador online permitem que os jogadores se conectem com amigos e outras pessoas ao redor do mundo, promovendo um senso de comunidade e pertencimento. Atualmente, o ato de se socializar é algo cada vez mais fluído. Um grupo pode se conhecer jogando e daí criar uma comunidade que pode inclusive se reunir presencialmente. Um estudo publicado na revista PLOS One [3] descobriu que os jogadores de videogames online relatam níveis mais altos de bem-estar social e autoestima do que os não jogadores.

Riscos Potenciais dos Videogames

Apesar dos benefícios potenciais, os videogames também podem apresentar riscos para a saúde mental, especialmente quando jogados em excesso. Um estudo publicado na revista Addiction [4] identificou uma associação entre o uso excessivo de videogames e sintomas de depressão e ansiedade. Outro estudo, publicado na revista Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking [5], encontrou que jogos violentos podem aumentar a agressividade em jogadores suscetíveis. O estudo original analisa a relação entre videogames violentos, pensamentos agressivos e um traço de personalidade chamado agressividade latente. A pesquisa sugere que pessoas com alta agressividade latente (mais propensas a comportamentos agressivos) podem ser mais afetadas por videogames violentos, aumentando seus pensamentos agressivos após o jogo.

Esse é um ponto importante a se comentar. Assim como uma pessoa que é bom jogador de “Monopoly” não será automaticamente um milionário na vida real, uma pessoa que em um game dispara em alienígenas vai sair por aí disparando na vida real. Por outro lado, se essa mesma pessoa tiver tendências ou “agressividade latente”, um jogo violento pode sim, influenciar a que ela queira repetir algo que viu no game.

Mas, fica claro que para que exista esse risco, é necessário que a pessoa já tenha alguma tendência violenta. Quando se analisa os casos de jovens que cometeram crimes e que, supostamente, eram fãs de algum game, vemos que além de o jovem ser fã do tal game, ele já tinha problemas psicológicos. Ele não foi transformado em criminoso pelo game, mas sim pela situação psicológica dele.

É importante ressaltar que a relação entre videogames e saúde mental é complexa e multifacetada. Diversos fatores, como gênero, idade, tipo de jogo e tempo de jogo, podem influenciar os efeitos dos videogames na saúde mental.

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Equilíbrio é a chave

Como praticamente tudo na vida, o segredo é o equilíbrio. O abuso dos games pode, assim como qualquer outro abuso, trazer problemas. Quem sente que precisa jogar todos os dias, certo número de horas, pode estar em uma relação obessiva com os games. Se você sente que:

  • TEM que jogar todos os dias, senão se sente mal de alguma forma.
  • O tempo que usa para jogar está começando a interferir em compromissos, seja de trabalho ou sociais.
  • Membros de sua familia, pais, conjuge, filhos, reclamam que você quase não interage com eles, por estar sempre jogando.
  • Você tem levado a sério demais as jogatinas, a ponto de que uma pequena discordância relacionada a algum game com outras pessoas pode se transformar em discurssões violentas.
  • Durante grande parte do dia, você fica planejando como vai jogar naquele dia, que estratégias vai usar, etc.

Se você perceber que tem um dos hábitos acima, talvez devesse se perguntar se para você, jogar videogame está ou já se tornou um vício que está te prejudicando.

A resposta à pergunta “jogar videogame faz mal para a saúde mental?” não é simples. Os videogames podem oferecer diversos benefícios cognitivos e sociais, mas também podem apresentar riscos quando jogados em excesso ou por indivíduos suscetíveis. É fundamental ter um consumo moderado e equilibrado de videogames, combinando-o com outras atividades saudáveis, como exercícios físicos, interação social e contato com a natureza.

Referências

[1] Green, C. S., & Bavelier, D. (2006). Action video games improve spatial attention. Proceedings of the National Academy of Sciences, 103(51), 19310-19315. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2896828/

[2] Li, R., Baines, S., & Madden, T. D. (2016). Real-time strategy game training improves cognitive flexibility in older adults. Nature Human Behaviour, 1(1), 1-6. https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0070350

[3] Przybylski, K., Rigby, C., & Ryan, R. M. (2014). The motivational psychology of online gaming. In Handbook of internet psychology (pp. 455-474). Academic Press. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0747563216302175

[4] Ferguson, D. A. (2009). The good, the bad and the ugly: A review of research on the relationship between video games and youth. Aggressive Behavior, 35(3), 246-257. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17914672/

[5] Greitemeyer, T., & Nestler, S. (2010). Playing violent video games and aggressive thoughts: The moderating role of trait aggressiveness