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Terapia de Casal: como ser um bom par no relacionamento?

Como fazer sua parte para a felicidade do seu relacionamento?

A jornada de um casal, repleta de alegrias e desafios, exige dedicação, compreensão e, acima de tudo, a construção de uma relação sólida. Mas nem sempre um relacionamento se mantém saudável. Às vezes, sentimentos não resolvidos, diferenças culturais e de criação ou outros aspectos fazem com que o relacionamento de um casal enfrente crises durante sua existência. A terapia de casais surge como um porto seguro nesse trajeto, oferecendo ferramentas valiosas para fortalecer o vínculo e superar obstáculos.

Ser um bom par não se resume a um conjunto de regras, mas sim ao cultivo de um amor genuíno e à construção de uma parceria duradoura. Através da terapia, casais podem aprimorar suas habilidades de comunicação, resolver conflitos de maneira eficaz e fortalecer a confiança mútua.

As dicas que você vai ler em seguida não devem ser vistas como uma receita pronta para o sucesso em uma relação, mas certamente contribuem, quando colocadas em uso, para um bom relacionamento a dois.

terapia de casal

Neste guia prático, exploraremos algumas dicas essenciais para se tornar um bom par:

1. Comunicação: a chave para o entendimento

  • Diálogo aberto e honesto: Quer ser um bom namorado ou namorada? Conversem abertamente sobre seus sentimentos, necessidades e expectativas. Escutem com atenção um ao outro, sem julgamentos ou interrupções. Quando nós nos sentimos ouvidos, sentimos que a outra pessoa realmente se importa com nossas opiniões. E se importar é uma forma de amar.
  • Linguagem corporal: A comunicação não verbal também é crucial. Mantenham contato visual, demonstrem interesse genuíno e pratiquem a escuta ativa. Linguagem corporal também tem a ver com a forma em que transmitimos expressões com nosso corpo. Mostrar carinho, atenção, cuidado e amor podem ser feitos com gestos também.
  • Empatia e validação: Esforcem-se para compreender a perspectiva do outro, mesmo que discordem. Validem as emoções um do outro, criando um ambiente seguro para a expressão livre. Esse é um detalhe importante. Nem sempre vocês dois irão estar de acordo em tudo, mas quando houver uma diferença entre vocês, pensar no que o outro sente e dar valor a isso faz muita diferença. E evita brigas também.

2. Resolução de conflitos: construindo pontes em vez de muros

  • Abordagem construtiva: Evitem ataques pessoais e o uso de linguagem acusatória. Foquem no problema em questão e busquem soluções em conjunto. Muitas vezes, os casais tentam ver “quem tem razão” em uma discussão. Mas encontrar o “ganhador” ou ganhadora de uma briga é absolutamente inútil, você não vai ganhar um troféu por isso nem vai resolver o problema, ao contrário, pode acabar piorando-o. Em lugar disso, pense na sua parte de responsabilidade em resolver a questão de uma maneira respeitosa. Assim, os dois ganham.
  • Negociação e compromisso: Estejam dispostos a negociar e encontrar um terreno comum. Façam concessões e busquem soluções que beneficiem a ambos.
  • Perdão e reconciliação: Reconheçam seus erros e peçam desculpas sinceramente. Perdoem um ao outro e sigam em frente, aprendendo com a experiência. Acredite no poder do perdão!

3. Confiança: a base de um relacionamento sólido

  • Honestidade e transparência: Sejam honestos um com o outro, mesmo quando for difícil. Evitem mentiras e segredos que possam abalar a confiança.
  • Compromisso e fidelidade: Cumpram seus compromissos e demonstrem fidelidade um ao outro. Respeitem os limites da relação e evitem situações que possam colocar a confiança em risco.
  • Apoio mútuo: Estejam presentes um para o outro nos momentos bons e ruins. Celebrem as conquistas um do outro e ofereçam apoio emocional em momentos de dificuldade. E isso pode ser apenas palavras em um texto se não forem colocadas em prática. Se aconteceu algo bom para seu par, celebre! Convide ele ou ela para algo, ofereça uma noite especial, use sua criatividade. Aconteceu algo triste? Ofereça seu consolo, que deve ser sincero, afinal você ama seu par. Por isso, pense em maneiras de oferecer esse consolo, para dar conforto para a outra pessoa.

4. Intimidade no casamento: conectando-se em um nível mais profundo

  • Tempo de qualidade: Reservem tempo para se conectarem como casal, sem distrações. Façam atividades que ambos apreciam e conversem sobre seus sonhos e aspirações. Isso não conta o tempo em que estão vendo algum filme ou série, a menos que os dois façam uma pausa de boa duração para conversar tranquilamente e depois, continuar assistindo o que viam antes. Se você tiver dificuldades nesse sentido, programe esses momentos, vão a um parque ou comer um lanche e simplesmente conversem, sem preocupações em quê coisas conversar, apenas conversem livremente. Com o tempo, isso vai se tornar um hábito, muito saudável, de vocês dois.
  • Carinho e afeto: Demonstrem seu amor e carinho um pelo outro através de gestos simples, como abraços, beijos e palavras de afeto. E apesar que isso pareça até lógico, infelizmente, muitas pessoas têm dificuldade para expressar o que sentem, seja pela forma em que cresceram, seja pela personalidade ou outros fatores. E é verdade que o amor se demonstra de muitas maneiras, mas os gestos de carinho são parte desse pacote. Se você não tem o costume de beijar e abraçar, comece devagar. Tente pequenos carinhos e quando se acostumar, evolua para outros carinhos, mais expressivos.
  • Intimidade física: Explorem sua sexualidade de maneira prazerosa e consensual. Respeitem os desejos e limites um do outro e comuniquem-se abertamente sobre suas necessidades. Novamente, esse assunto é grandemente influenciado pela cultura, forma em que cresceram (influência familiar), religiosidade, personalidade entre outros fatores. Quero frisar aqui que, dentro de quatro paredes, um casal deve decidir entre os dois o que será respeitoso e apropriado. Por isso é tão importante que o casal converse de maneira franca sobre sexo. Saber as preferências, desejos e fantasias um do outro é essencial para que tenham uma vida sexual agradável.

5. Crescimento individual e mútuo:

  • Persigan seus sonhos: Apoiem o crescimento individual um do outro. Incentivem seus hobbies, metas e paixões. Realizar juntos sonhos tanto do casal como de cada um, ajuda a unir os dois. Quais são os desejos de seu par? Quais os seus desejos? Trabalhem para realizar esses desejos juntos!
  • Aprendam juntos: Estejam abertos a novas experiências e aprendam juntos. Cresçam como indivíduos e como casal. Esse “aprender juntos” pode envolver conhecer atividades em que os dois possam participar, como algum jogo ou esporte, alguma atividade ao ar livre (ou não), uma habilidade manual, artesanato, cozinha…Usem a imaginação!
  • Adaptabilidade e flexibilidade: Sejam flexíveis e adaptem-se às mudanças da vida. Enfrentem os desafios juntos e busquem soluções criativas. Em alguns momentos na vida de um casal, eles irão enfrentar situações que irão mudar suas circunstâncias, várias vezes. Pode ser uma mudança de casa, cidade ou país, pode ser uma mudança de trabalho de algum dos dois, uma doença, a vinda de um familiar para morar na mesma casa do casal, um filho ou filha…E aí o casal deve se adaptar a essa situação, fazer novos planos e seguir em frente. Não é fácil fazer isso, mas vale um relacionamento fazer.

Lembre-se: Se vocês como casal estiverem passando por um momento difícil, a terapia de casais pode ser um guia valioso em sua jornada. Um terapeuta experiente pode oferecer um espaço seguro e imparcial para que vocês explorem seus desafios, fortaleçam seus pontos fortes e construam um relacionamento mais feliz e saudável.

Investir em seu relacionamento é um investimento em sua felicidade e bem-estar. Ao seguirem estas dicas e buscarem ajuda profissional quando necessário, casais podem construir uma relação duradoura, repleta de amor, respeito e cumplicidade.

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Ela/Ele me traiu, e agora? Entendendo a traição nos relacionamentos amorosos

Traição nos Relacionamentos: Entendendo as Razões por Trás do Ato

Olá, meus amigos! Hoje vamos abordar um assunto delicado, mas extremamente importante: a traição nos relacionamentos amorosos. Essa é uma questão que afeta muitos casais e pode causar dor, desconfiança e até mesmo o fim de um relacionamento. No entanto, é fundamental entendermos os motivos por trás desse ato, para que possamos lidar com ele de forma mais saudável e construtiva.

Motivos que Podem Levar à Traição

Como psicanalista, posso comentar que existem diversos fatores que podem contribuir para a ocorrência da traição em um relacionamento. Quero deixar claro que estou apenas comentando alguns motivos e não justificando uma traição. Alguns deles são:

  1. Insegurança e Baixa Autoestima: Quando uma pessoa se sente insegura em relação a si mesma ou ao seu valor dentro do relacionamento, ela pode buscar validação e atenção em outras pessoas, levando-a a trair seu parceiro. Isso acontece geralmente quando a pessoa ao mesmo tempo em que sente baixa autoestima, de repente recebe a atenção que sempre sonhou por parte de outra pessoa. Essa pessoa pode transmitir a sensação de compensar os sentimentos de insegurança e baixa autoestima, estimulando que aconteça a traição.
  2. Necessidade de Novidade e Excitação: O relacionamento pode se tornar rotineiro e faltar a emoção e a adrenalina que a pessoa buscava no início. A traição pode ser uma forma de preencher essa lacuna. Se o relacionamento for muito previsível e essa característica não agradar a uma das partes, uma traição pode acontecer.
  3. Problemas de Comunicação e Intimidade: Quando os parceiros não conseguem se comunicar de forma efetiva, expressar seus sentimentos e necessidades, a traição pode surgir como uma válvula de escape. Uma das partes (ou as duas) podem sentir que o casamento, o relacionamento deles está perdendo o sentido, pois eles não se falam como deveriam. E novamente, entra em cena uma nova pessoa que essa sim escuta com atenção e se comunica bem.
  4. Vingança e Ressentimento: Em alguns casos, a traição pode ser uma forma de se vingar de um parceiro que tenha cometido alguma ofensa ou de se livrar de um ressentimento acumulado. Isso é muito comum. Em alguns casos, a parte infiel nem mesmo sente tanta atração pela pessoa com a qual irá trair, mas comete a traição alimentado(a) pelo desejo de vingança. Isso acontece muito quando existe um histórico de traição nesse relacionamento, e a parte inocente decidiu que vai trarir também.
  5. Necessidade de Poder e Controle: Algumas pessoas podem ver a traição como uma forma de exercer poder e controle sobre seu parceiro, demonstrando sua capacidade de seduzir outras pessoas. Isso pode acontecer em pessoas com fortes características narcisistas. O fato de se sentirem com poder sobre outros (mesmo sendo poder de sedução) as anima a quererem sempre conquistar pessoas, uma forma de se sentir com certo poder. Inclusive, essas pessoas, quando são descobertas, costumam dizer que se a outra parte não o perdoar, ela terá muitas opções pela frente, enquanto a outra parte, a inocente, ficaria “sozinha” (o que claro, é uma mentira).

Perceba que em muitos casos, em conjunto com uma crise no relacionamento, está a aparição de alguém que aparentemente satisfaz as necessidades de uma das partes. Em outros casos, a própria pessoa decide trair e até procura uma pessoa para cometer a traição.

A Psicanálise e a Compreensão da Traição

A psicanálise oferece uma perspectiva valiosa para entendermos a traição em um relacionamento. Ela nos ajuda a explorar as motivações inconscientes e os conflitos internos que podem levar uma pessoa a trair seu parceiro. É importante comentar que durante terapia, o objetivo é que você se conheça melhor

Em muitos casos, a traição pode estar relacionada a questões de apego e confiança, que se originam em experiências da infância. Pessoas que tiveram dificuldades em estabelecer vínculos saudáveis em suas relações familiares podem ter mais tendência a se envolver em comportamentos de traição.

Além disso, é importante destacar a importância da comunicação e da resolução de conflitos de forma construtiva. Quando os parceiros não conseguem lidar com suas diferenças e necessidades de forma adequada, a traição pode surgir como uma forma de escape. Um escape incorreto, mas é um escape.

E isso me faz lembrar de um ponto importante: deixar brigas sem resolução é uma péssima ideia. Sempre que um casal tiver um problema, esse problema deve ser resolvido, o mais breve possível. “Deixar para lá” o motivo de uma discussão nem sempre é a melhor saída. O problema irá continuar, sem resolução e poderá com o tempo crescer e evoluir para algo ainda mais complicado.

Portanto, é essencial que casais busquem entender as raízes psicológicas da traição, para que possam trabalhar em suas questões de forma mais profunda e eficaz. Apenas assim será possível construir relacionamentos mais saudáveis, baseados na confiança, no respeito e na comunicação aberta.

Lembre-se, meus amigos, que a traição não é uma sentença de morte para um relacionamento. Com compreensão, empatia e esforço de ambas as partes, é possível superar esse desafio e fortalecer ainda mais os laços que unem um casal.

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Parceiro(a) Controlador: entendendo comportamentos controladres em um relacionamento

Parceiro controlador, conjuge controlador. Apesar de que em um relacionamento amoroso sempre há um certo sentido de pertencimento, alguns casais têm problemas por causa de comportamentos controladores de um dos dois, ou até mesmo dos dois. Falta de confiaça, medo de traição, medo do fim do relacionamento…Há muitos fatores que podem contribuir para um comportamento controlador.

Este artigo vai comentar um pouco sobre alguns fatores que contribuem para que uma pessoa se torne controladora em seus relacionamentos amorosos e analisa a origem desse comportamento.

Compreendendo as Raízes do Controle

Diversos estudos apontam para uma multiplicidade de fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de atitudes controladoras em relacionamentos amorosos. Segundo Baumeister & Vohs, (2007) a busca por segurança e previsibilidade pode ser um motivador central. Indivíduos com baixa autoestima ou que sofreram traumas no passado podem se sentir ameaçados pela incerteza e buscar controlar o parceiro como forma de minimizar a ansiedade e a sensação de vulnerabilidade.

O fator autoestima baixa é importante nesse sentido. Uma pessoa pode se sentir inferior ou talvez “não merecedora” de estar com aquela pessoa que é seu par romântico. E por isso, teme que o relacionamento, se não for controlado, pode acabar.

O medo de abandono também pode ser um fator determinante. De acordo com Bowlby (1988), a teoria do apego, indivíduos que experimentaram vínculos inseguros na infância podem desenvolver um padrão de comportamento hipervigilante e possessivo nos relacionamentos adultos. A crença de que apenas através do controle se pode garantir o amor e a permanência do parceiro os leva a agir de forma sufocante e manipuladora.

Para uma pessoa manipuladora, pensar que tem controle sobre o relacionamento e, por extensão, controle sobre seu parceiro, lhe dá uma sensação de que ela pode controlar as coisas caso alguma situação se apresente que possa de alguma forma, por em risco o relacionamento.

Esse “controle” é imaginário, já que muitas vezes, o simples fato de estar vigilando o que o parceiro faz ou deixa de fazer, quais mensagens recebe no celular ou redes sociais, não significa que há algum tipo de controle. Afinal, não há como impedir que a outra pessoa se comporte bem ou mal.

Fatores Sociais e Culturais

É importante ressaltar que o contexto social e cultural também exerce um papel importante na manifestação de atitudes controladoras. Em sociedades com forte ênfase em papéis de gênero tradicionais, por exemplo, a expectativa de que o homem seja dominante e a mulher submissa pode alimentar comportamentos controladores. Além disso, normas sociais que romantizam o ciúme e a possessividade podem mascarar comportamentos abusivos e dificultar a identificação do problema. Alguns grupos chamam esse hábito de “pessoas que amam demais”. Definem como uma expressão do amor que sentem pelo outro.

As Consequências do Controle

As consequências de atitudes controladoras em relacionamentos amorosos são devastadoras para ambos os parceiros. A pessoa controlada experimenta perda de autonomia, autoestima e liberdade, além de viver em constante estado de tensão e medo, afinal, ela tem a impressão de que qualquer movimento que faça poderá ser encarado de uma maneira negativa pelo parceiro. O parceiro controlador, por sua vez, perpetua um ciclo de frustração, ressentimento e culpa, afastando-se cada vez mais daquilo que buscava: um relacionamento genuíno e saudável.

Rompendo o Ciclo: Caminhos para a Cura

Lidar com atitudes controladoras em relacionamentos amorosos exige um esforço conjunto de ambos os parceiros. A comunicação honesta e aberta é fundamental para que o parceiro controlador tome consciência do impacto negativo de suas ações. Buscar ajuda profissional de um terapeuta especializado em relacionamentos pode ser crucial para o desenvolvimento de ferramentas saudáveis de comunicação e resolução de conflitos.

No caso da pessoa controlada, estabelecer limites claros e aprender a dizer “não” de forma assertiva é essencial para retomar o controle de sua vida. Buscar apoio social de amigos, familiares ou grupos de apoio também pode ser um importante passo na jornada de recuperação da autoestima e da autonomia.

Atitudes controladoras em relacionamentos amorosos representam um desafio complexo com raízes profundas na psicologia individual e no contexto social. Através da compreensão das motivações por trás desse comportamento e da busca por ajuda profissional, é possível romper o ciclo de sofrimento e construir relacionamentos mais saudáveis e gratificantes.

Referências Bibliográficas

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Ansiedade: o mecanismo do medo. Psicanálise Aplicada

As Garras da Ansiedade

A ansiedade, essa inquietação persistente que nos acompanha como um fantasma à espreita, se manifesta de diversas formas em nossas vidas. Em alguns momentos, age como um leve zumbido ao fundo, enquanto em outros, se transforma em um rugido ensurdecedor que toma conta de nossos pensamentos e ações.

Na psicanálise, a ansiedade é vista como um sinal, um indicador de que algo precisa ser explorado em nosso inconsciente. Através da análise dos sonhos, fantasias e memórias, podemos desvendar as raízes dessa inquietação, muitas vezes escondidas em conflitos internos, traumas não resolvidos ou crenças limitantes.

Na psicanálise, a ansiedade é frequentemente associada ao medo. Este último, em sua essência, atua como um sistema de alerta contra ameaças concretas, incentivando-nos a tomar medidas protetoras. Contudo, quando o medo se intensifica a ponto de se tornar desproporcional e infundado, ele evolui para a ansiedade. Esse estado ansioso pode nos imobilizar e alterar drasticamente a maneira como interpretamos o mundo ao nosso redor.

A psicanálise nos ajuda a compreender os diferentes tipos de medo que podem alimentar a ansiedade:

  • Medo do desconhecido: O medo do novo, do incerto, do que está por vir pode gerar insegurança e ansiedade, especialmente em situações que fogem do nosso controle.
  • Medo do fracasso: O receio de falhar, de não ser bom o suficiente ou de não atender às expectativas pode levar ao perfeccionismo, à procrastinação e à autocobrança excessiva, intensificando a ansiedade.
  • Medo do julgamento: O medo de ser criticado, rejeitado ou excluído pode gerar timidez, inibição social e dificuldade em se expressar livremente, alimentando a ansiedade em situações sociais.
  • Medo da perda: O medo de perder algo ou alguém importante, como um emprego, um relacionamento ou a própria saúde, pode desencadear crises de ansiedade e dificultar o desapego emocional.

Ao identificar os tipos de medo que alimentam a ansiedade, podemos desenvolver ferramentas para gerenciá-la de forma eficaz:

  • Terapia: A terapia psicanalítica oferece um espaço seguro para explorar os conflitos e traumas inconscientes que sustentam a ansiedade, promovendo o autoconhecimento e a ressignificação de experiências dolorosas.
  • Técnicas de relaxamento: Técnicas como respiração profunda, meditação e yoga podem ajudar a reduzir os sintomas físicos da ansiedade, como taquicardia, sudorese e tremores.
  • Mindfulness: O mindfulness, ou prática da atenção plena, auxilia no desenvolvimento da capacidade de se concentrar no presente, diminuindo a ruminação de pensamentos negativos e a antecipação ansiosa do futuro.
  • Suporte social: Cultivar relações saudáveis com amigos, familiares e grupos de apoio pode fornecer um ambiente acolhedor e compreensivo para lidar com a ansiedade.

Lembre-se: a ansiedade não precisa ser uma prisão. Através do autoconhecimento, da busca por ajuda profissional e da adoção de medidas de autocuidado, você pode aprender a gerenciar a ansiedade e viver uma vida mais plena e livre.

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Ansiedade no trabalho: o que fazer? Psicanálise Aplicada

Ansiedade no trabalho: uma rotina comum

No caos do ambiente corporativo, a ansiedade aparece frequentemente como um espectro, atormentando o cotidiano de inúmeros profissionais. Prazos rigorosos, objetivos ambiciosos, pressões intensas e a perene impressão de estar sempre em evidência podem desencadear crises que afetam não só a eficiência no trabalho, mas também a saúde mental e a qualidade de vida.

A psicanálise, nesse cenário, oferece lentes valiosas para desvendar as raízes da ansiedade no trabalho e traçar um caminho para gerenciá-la de forma eficaz. Através da exploração do inconsciente, podemos identificar conflitos internos, padrões repetitivos de comportamento e crenças limitantes que alimentam a ansiedade, muitas vezes disfarçada sob a forma de medo, insegurança e perfeccionismo.

Ao embarcar em um processo psicanalítico, o indivíduo se depara com a oportunidade de:

  • Descobrir as origens da ansiedade: Através da análise de sonhos, fantasias e memórias, é possível identificar as experiências que moldaram a relação do indivíduo com o trabalho e consigo mesmo, revelando as bases inconscientes da ansiedade.
  • Compreender os mecanismos de defesa: A psicanálise ajuda a identificar os mecanismos de defesa utilizados pelo indivíduo para lidar com a angústia no trabalho, como procrastinação, negação ou projeção. Ao reconhecê-los, é possível desenvolver ferramentas mais saudáveis para gerenciar o estresse.
  • Ressignificar crenças limitantes: Muitas vezes, a ansiedade é alimentada por crenças negativas sobre si mesmo ou sobre o ambiente de trabalho. A psicanálise auxilia na reavaliação dessas crenças, permitindo a construção de uma perspectiva mais positiva e realista.
  • Fortalecer o autoconhecimento: Através do autoconhecimento, o indivíduo desenvolve uma maior compreensão de seus valores, necessidades e limites, o que o torna mais apto a lidar com as demandas do trabalho de forma equilibrada.
  • Aprimorar as relações interpessoais: A psicanálise também contribui para a melhora das relações interpessoais no trabalho, promovendo a comunicação assertiva, a empatia e a resolução de conflitos de forma saudável.

Dicas para gerenciar a ansiedade no trabalho:

  • Identifique seus gatilhos: Preste atenção às situações, pessoas ou tarefas que desencadeiam a ansiedade. Essa percepção é fundamental para desenvolver estratégias de enfrentamento.
  • Estabeleça limites claros: Separe o trabalho da vida pessoal. Evite levar trabalho para casa ou checar e-mails fora do horário de expediente.
  • Organize-se e planeje suas tarefas: A organização e o planejamento podem reduzir a sensação de sobrecarga e controle sobre as demandas do trabalho.
  • Faça pausas regulares: Levante-se, caminhe, alongue-se ou faça uma breve meditação para aliviar a tensão física e mental.
  • Pratique técnicas de relaxamento: A respiração profunda, a yoga e a meditação podem ser ferramentas eficazes para controlar a ansiedade.
  • Busque apoio social: Converse com amigos, familiares ou colegas de trabalho sobre suas dificuldades. Compartilhar suas experiências pode ser reconfortante e trazer novas perspectivas.
  • Procure ajuda profissional: Se a ansiedade estiver interferindo significativamente em sua vida profissional ou pessoal, um psicólogo ou psicanalista pode te auxiliar a desenvolver um plano de tratamento individualizado.

Lembre-se: a ansiedade no trabalho não precisa ser uma sentença. Ao buscar ajuda profissional e se dedicar ao autoconhecimento, você poderá navegar pelos desafios do mundo corporativo com mais leveza, confiança e plenitude.

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Pessoas manipuladoras: saiba o que é a prática do “breadcrumbing.”

Há uma música do Cazuza que diz em parte: “raspas e restos me interessam.” Neste artigo, vamos falar um pouco sobre pessoas que gostam de nos oferecer essas “raspas e restos”. Na era digital, as pessoas têm acesso a uma ampla gama de plataformas e aplicativos de namoro online que lhes permitem se conectar com outras pessoas de forma rápida e conveniente. No entanto, essa facilidade de conexão também levou a comportamentos manipuladores e dissimulados nos relacionamentos.

Além disso, nossa maneira de nos comunicar mudou, hoje é muito mais fácil mandar mensagens rápidas por meio de aplicativos como o WhatsApp por exemplo. Você pode estar totalmente sem ânimo ou vontade de conversar, mas graças aos emojis e figurinhas, você pode transmitir um interesse intenso pela outra pessoa, sem que isso seja exatamente o que você sente.

Uma das formas em que pessoas são manipuladas em relacionamentos é o fenômeno conhecido como “breadcrumbing”. Neste artigo, vamos explorar o que é o breadcrumbing, como ele afeta as pessoas envolvidas e como lidar com essa situação.

O que é breadcrumbing?

Breadcrumbing é um termo usado para descrever o comportamento manipulativo em relacionamentos, no qual uma pessoa envia sinais de interesse ou afeto sem ter uma verdadeira intenção de se comprometer. É como se estivessem jogando migalhas de pão para manter a outra pessoa interessada, mas sem oferecer um relacionamento real.

O termo “migalha de pão” vem da conhecida história de Hansel e Gretel (que no Brasil são chamados de “João e Maria”), em que os personagens deixam migalhas de pão para marcar o caminho de volta para casa. Da mesma forma, no contexto dos relacionamentos, esse comportamento tóxico envolve deixar pistas ou sinais de interesse para manter a outra pessoa emocionalmente engajada, mas sem ter a intenção de estabelecer um relacionamento comprometido.Ezoico

Em outras palavras, a pessoa joga com os sentimentos da vítima.

Como são os praticantes de breadcrumbing

Pessoas que praticam o breadcrumbing, conhecidas como breadcrumbers, geralmente têm personalidades narcisistas. Afinal, o narcisista precisa se sentir adorado o tempo todo, precisa de ter pessoas que enalteçam seus grandes feitos ou sua pessoa. E, ao deixar falsas pistas de interesse sentimental por outras pessoas, eles mantêm uma ou até algumas pessoas em constante interesse por ele (ou ela). Dessa forma, eles podem se sentir sempre em evidência.

Além disso essas pessoas podem ter autoestima ou problemas emocionais, e precisam atrair e prender a atenção dos outros para aumentar sua autoestima. Esse comportamento de monitoramento e atenção também foi observado em outros comportamentos semelhantes, como o ghosting (basicamente quando uma pessoa abandona um relacionamento, simplesmente desaparecendo e ignorando a outra parte).

Os “migalhas de pão” desfrutam da atenção e do poder que recebem ao manter a outra pessoa interessada sem ter que se comprometer emocionalmente. Eles gostam de manter suas vítimas em um estado de incerteza e dependência emocional, o que lhes dá uma sensação de controle e poder sobre o relacionamento.

El modus operandi del breadcrumber

O breadcrumber intencionalmente deixa um rastro de migalhas de pão ao longo do caminho para um encontro que nunca acontecerá. Esse comportamento está associado à comunicação esporádica e descompromissada para manter viva a esperança e o interesse em um relacionamento. Os migalhas de pão não querem se comprometer com ninguém, mas gostam de atenção e manter suas vítimas interessadas, gerando uma dependência de se sentirem interessantes e atraentes no mundo do namoro. Importante mencionar que esse comportamento, apesar de ser facilitado pelas redes sociais, pode acontecer também fora da internet, quando uma pessoa dá pequenos sinais de interesse em alguém, sem permitir que um relacionamento realmente aconteça.

O rapaz pode enviar mensagens, fazer ligações ocasionais ou interagir nas redes sociais de forma intermitente para manter a outra pessoa emocionalmente engajada. No entanto, evita ter conversas sérias sobre o futuro do relacionamento ou assumir um compromisso real. O principal objetivo do breadcrumber é manter a outra pessoa interessada sem ter que assumir qualquer responsabilidade emocional.

Os perigos do breadcrumbing

A prática do breadcrumbing pode ter consequências negativas para as pessoas que o vivenciam. Pode levar a sentimentos de culpa, ansiedade e luto nas vítimas. A incerteza constante e a falta de compromisso podem causar um grande estresse emocional e atrapalhar o processo de cura e crescimento pessoal após o término do relacionamento (que sempre foi suposto, nunca real).

As vítimas de breadcrumbing sentem-se muitas vezes confusas e desvalorizadas. Eles podem questionar seu próprio valor e autoestima, pois o comportamento do breadcrumber os faz acreditar que eles não são importantes o suficiente ou dignos de um relacionamento comprometido. Além disso, o contato intermitente e manipulador pode dificultar a superação do relacionamento e seguir em frente.

Quem foi vítima desse tipo de comportamento pode simplesmente achar que não tem valor como pessoa e que não é “boa o suficiente” para se relacionar com ninguém, inclusive, pode pensar que o mais indicado é que ela permaneça sem ter relacionamentos, porque “estraga tudo” em algum momento.

Como lidar com o breadcrumbing

Se você se encontra em uma situação parecida com o que está sendo descrita nesse artigo, é importante reconhecê-la e tomar medidas para se proteger emocionalmente. Veja algumas dicas para lidar com esse tipo de comportamento tóxico:

1. Reconheça os sinais

Eduque-se sobre os sinais de breadcrumbing e reconheça quando você está sendo submetido a esse comportamento. Preste atenção na falta de engajamento e comunicações esporádicas. Se você notar um padrão de mensagens intermitentes e evasivas sobre o futuro do relacionamento, você pode ser vítima de breadcrumbing.

Se a pessoa que você acredita que está demonstrando interesse em você sempre desconversa quando você dá a entender que gostaria de ter um relacionamento formal com ele ou ela, ou sempre cria motivos para dizer que “ainda não é o melhor momento” ou te diz algo sobre “preparar o caminho” melhor para assumir um algo a mais, essa pessoa pode estar simplesmente fugindo de um relacionamento de verdade.

2. Estabeleça limites

Não deixe que alguém o mantenha em um estado de incerteza e confusão. Estabeleça limites claros e comunique suas expectativas de um relacionamento comprometido e sincero. Se a outra pessoa não está disposta a se comprometer ou não demonstra um interesse genuíno em você, considere se afastar desse relacionamento. Lembre-se que você merece um relacionamento saudável e respeitoso.

Pode ser realmente complicado fazer isso, principalmente se você já está nutrindo fantasias românticas com essa pessoa, pensando por exemplo, que ela realmente tem interesse em você, mas que lhe falta algo para que esse relacionamento evolua para algo mais sério. Não caia nessa armadilha!

Afinal, se essa pessoa realmente tem interese em você, por que está tão relutante? O que supostamente a faz duvidar de entrar nesse relacionamento?

3. Valorize seu bem-estar

Lembre-se que você merece um relacionamento saudável e respeitoso. Não se contente com migalhas de atenção e carinho. Priorize seu próprio bem-estar emocional e busque relacionamentos que lhe tragam realização e felicidade. Não menospreze a si mesmo ou se contente com menos do que merece.

Pode ser que uma pessoa esteja interessada em ter um relacionamento com você, mas talvez esteja relutante por motivos justos. Por exemplo, essa pessoa pode ter dúvidas se existe um interesse verdadeiro de sua parte, pode ser que seja um possível primeiro relacionamento e essa pessoa se sinta realmente insegura para iniciar ou outro motivo justo.

E por isso é muito importante que você tenha uma conversa franca e aberta com essa pessoa, diga a ela exatamente quais são seus interesses com ela. Faça essa pessoa saber que você tem interesse em iniciar um relacionamento e que você viu que aparentemente ela também tem esse interesse. Se nesse momento ela der respostas evasivas, respostas pouco diretas ou peça para que o relacionamento atual entre vocês continue como está, ligue o alerta de breadcrumbing.

4. Comunique suas necessidades

Expresse seus sentimentos e necessidades de forma clara e direta. Se a outra pessoa não está disposta a se comprometer ou não demonstra um interesse genuíno em você, é importante comunicar isso. Não tenha medo de expressar suas expectativas e buscar um relacionamento que seja mutuamente satisfatório.

Novamente, é preciso dizer: certamente é difícil dar um corte a um relacionamento em que supomos que existe interesse romântico. Mas veja algo positivo: se a outra pessoa realmente tiver interesse verdadeiro em você e ver que você realmente quer algo sério e não vai continuar nesse jogo de receber migalhas de atenção, pode ser que essa pessoa mude de atitude e entre de vez no relacionamento sério que você quer.

5. Busque ajuda

Se você se sente preso(a) numa situação de breadcrumbing, procure ajuda e apoio de amigos e familiares que se importam com você. Você pode precisar do consolo e apoio da parte deles. Além disso, caso esse relacionamento abusivo te tenha afetado emocionalmente de uma maneira em que você sente que te está afetando mais do que pensava, não hesite em procurar ajuda profissional.

A terapia pode te ajudar a colocar seus sentimentos no lugar, te ajudar com sua autoestima e te ajuda a entender o que houve e como se fortalecer emocionalmente para, num futuro e se você quiser, encontrar a pessoa certa para você.

Abuso emocional está “na moda”

O breadcrumbing é um fenômeno que pode causar danos emocionais e confusão nos relacionamentos. Infelizmente, está muito “na moda” comportamentos abusivos nas relações românticas. É importante reconhecer os sinais e tomar medidas para se proteger emocionalmente. Ninguém merece ser tratado como opção ou receber migalhas de atenção e carinho. Todos merecem um relacionamento comprometido, sincero, onde se sintam valorizados e respeitados.

Você deve priorizar seu próprio bem-estar e buscar relacionamentos saudáveis e satisfatórios. Não tenha medo de estabelecer limites e comunicar suas necessidades. Valorize-se e busque um relacionamento que lhe traga felicidade e realização.

Preguntas frecuentes

1. Como saber se alguém está fazendo breadcumbing comigo?

Alguns sinais incluem comunicação esporádica (porém constante), falta de compromisso e evitar conversas sérias sobre o relacionamento. Ao mesmo tempo que a pessoa te dá alguns sinais de interesse, quem sabe por sempre estar elogiando algo em sua aparência ou falar de alguma qualidade que você tem de maneira muito entusiasta, ela foge da conversa quando essa conversa se torna muito comprometedora. Se você está em dúvida, é importante se comunicar abertamente com a outra pessoa e expressar suas expectativas.Ezoico

2. O breadcumbing só acontece em relacionamentos amorosos?

Embora o breadcumbing seja mais comum em relacionamentos românticos, também pode ocorrer em amizades ou relacionamentos familiares. O padrão de enviar sinais mistos e manter a outra pessoa interessada sem se comprometer pode se manifestar em diferentes tipos de relacionamentos.

3. ¿Cómo puedo superar el dolor emocional causado por el breadcrumbing?

Superar a dor emocional causada pelo breadcumbing pode levar tempo. É importante buscar apoio emocional de amigos, familiares ou profissionais de saúde mental. Também é útil focar no autocuidado e em atividades que lhe tragam alegria e bem-estar.

4. É possível que o breadcumbing evolua para um relacionamento comprometido?

Em alguns casos, uma pessoa que pratica o breadcrumbing pode eventualmente decidir se comprometer com um relacionamento. No entanto, é importante avaliar se essa pessoa demonstrou uma mudança genuína em seu comportamento e se está realmente disposta a se comprometer. Ezoico

5. Como posso evitar cair no padrão de breadcumbing em meus próprios relacionamentos?

Para evitar cair no padrão de desmoronamento de pão em seus próprios relacionamentos, é importante ser honesto e claro em suas intenções desde o início. Comunique suas expectativas e busque relacionamentos baseados na sinceridade e no compromisso uns com os outros.

Avalie bem também como você tem tratado pessoas que talvez possam estar pensando que você tem interesse romântico nelas. Você pode estar praticando o breadcumbing sem perceber. Num artigo futuro, vamos abordar como podemos identificar se estamos praticando o breadcumbing.

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Burnout: como a Psicanálise pode te ajudar?

Você já se sentiu exausto, desmotivado e sem sentido no trabalho? Se a resposta for sim, você pode estar sofrendo de burnout, uma síndrome que afeta cada vez mais profissionais em todo o mundo. Mas o que é burnout e como a psicanálise pode ajudar a combatê-lo?

Burnout é um estado de esgotamento físico, mental e emocional causado por estresse crônico no ambiente de trabalho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), burnout é um fenômeno ocupacional que se caracteriza por três dimensões: sensação de exaustão ou energia esgotada, sentimentos negativos ou de cinismo relacionados ao trabalho e redução da eficácia profissional.

A psicanálise é uma abordagem terapêutica que busca compreender os conflitos inconscientes que geram sofrimento psíquico. Através da escuta atenta e da interpretação das associações livres do paciente, o psicanalista ajuda o paciente a reconhecer e elaborar seus desejos, medos, angústias e fantasias que estão na origem do seu mal-estar.

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A psicanálise pode ajudar a combater os sintomas do burnout de várias formas. Primeiro, ela oferece um espaço de acolhimento e confiança, onde o paciente pode expressar seus sentimentos sem julgamento ou censura. Segundo, ela permite ao paciente entender as causas do seu estresse, seja pela falta de reconhecimento, pela sobrecarga de trabalho, pela falta de autonomia ou pela falta de sentido. Terceiro, ela favorece a construção de novos sentidos e projetos para a vida profissional e pessoal, resgatando a motivação e o prazer pelo trabalho.

Burnout: Como a psicanálise pode ajudar?

O burnout é uma síndrome que afeta milhões de profissionais no mundo todo, causando esgotamento físico, mental e emocional. Mas como a psicanálise pode ajudar a superar esse problema?

A psicanálise é uma forma de terapia que busca entender os conflitos inconscientes que estão por trás do sofrimento psíquico. Ao conversar com um psicanalista, o paciente pode falar livremente sobre seus sentimentos, pensamentos e experiências relacionados ao trabalho e à vida pessoal.

O psicanalista, por sua vez, escuta com atenção e interpreta as mensagens que o paciente transmite, muitas vezes sem se dar conta. Assim, o paciente pode descobrir as causas do seu estresse, as expectativas frustradas, as cobranças excessivas, os medos e as angústias que o impedem de se sentir satisfeito com o seu trabalho.

Além de compreender os motivos do seu mal-estar, o paciente também pode encontrar novas formas de lidar com ele. A psicanálise ajuda o paciente a resgatar seus desejos, seus valores e seus projetos, dando um novo sentido à sua vida profissional e pessoal. Com isso, o paciente pode recuperar sua motivação, sua criatividade e seu prazer pelo trabalho.

Portanto, se você se sente cansado, desanimado e sem propósito no trabalho, não deixe de buscar ajuda profissional. A psicanálise pode ser uma ferramenta valiosa para enfrentar o burnout e restaurar sua saúde e bem-estar.

Se você se identifica com os sintomas do burnout, não hesite em procurar ajuda profissional. A psicanálise pode ser uma aliada poderosa para superar essa síndrome e recuperar sua saúde e bem-estar.

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Como lidar com ciúmes no relacionamento: uma perspectiva psicanalítica

Como lidar com ciúmes? O ciúme é uma emoção que pode afetar qualquer relacionamento, trazendo insegurança, desconfiança e conflitos. Neste artigo, vamos explorar a ótica da psicanálise e como um casal pode lidar com os ciúmes de forma saudável e construtiva.

Compreendendo as causas do ciúme

Antes de tudo, é importante entender que o ciúme não é uma emoção exclusiva de relacionamentos amorosos. Ele pode surgir em qualquer tipo de vínculo afetivo, como amizades e relações familiares. No entanto, no contexto amoroso, o ciúme muitas vezes está relacionado ao medo de perder o parceiro para outra pessoa.

Na psicanálise, o ciúme é visto como uma manifestação de insegurança e de um desejo de controle sobre o outro. Ele pode ser alimentado por questões do passado, como traumas de abandono ou traição, ou por problemas de autoestima e confiança.

Em outras palavras, uma pessoa que sofreu um abandono, uma traição ou alguma outra situação traumática em sua vida, pode acabar desenvolvendo diferentes níveis de ciúme. E é importante saber de esse possível fator para que uma pessoa seja ciumenta, porque nos ajuda a ver que a pessoa pode ter sido vítima de um episódio traumático e pode nos ajudar a entender melhor a situação e a pessoa também. Em muitos casos, uma pessoa ciumenta tanto é vítima quanto também faz vítimas.

Dicas para lidar com o ciúme no relacionamento

1. Autoconhecimento: O primeiro passo para lidar com o ciúme é buscar o autoconhecimento. Realmente, pode ser muito complicado para uma pessoa ciumenta admitir que tem essa característica. Geralmente, pessoas ciumentas tentam justificar suas atitudes, que às vezes podem ser bem exageradas, dizendo que “amam demais” ou que não é possível entender o que ela sente, já que é uma forma de amor muito intenso. Dificilmente uma pessoa ciumenta vai admitir que tem um problema grave com ciúme (caso seja grave). Por isso é tão importante que uma pessoa ciumenta reconheça seu status de ciumento/a.
É importante entender quais são as suas inseguranças e medos que estão por trás desse sentimento. A terapia psicanalítica pode ser uma grande aliada nesse processo, ajudando a identificar as causas profundas do ciúme e a desenvolver estratégias para lidar com ele.

2. Comunicação aberta: Uma comunicação aberta e honesta é essencial para superar o ciúme. É importante conversar com o parceiro sobre os sentimentos de insegurança e medo, expressando de forma clara e assertiva as suas preocupações. O diálogo sincero pode ajudar a fortalecer a confiança e a construir um relacionamento mais saudável.
Um casal que tenha problemas com ciúmes e não se comunica bem, com certeza põe em risco seu relacionamento. Uma crise de ciúme é uma agressão ao relacionamento. Depois que isso acontece, é importante esclarecer o que ocorreu, reforçar o sentimento que existe entre o casal e efetivamente, reconciliar a relação.

3. Confiança mútua: Construir confiança é fundamental para lidar com o ciúme. É importante que ambos os parceiros se esforcem para serem honestos, transparentes e respeitosos um com o outro. Estabelecer limites saudáveis e respeitar a individualidade de cada um também contribui para fortalecer a confiança na relação.
E esse ponto está diretamente alinhado ao ponto anterior, sobre manter uma comunicação aberta e franca. Um casal de se comunica bem, confia mais um no outro.
Esse é um ponto complicado: qual é a origem do ciúme? Vem do medo de perder a outra pessoa ou vem de uma falta de confiança nela? Um relacionamento sem confiança está condenado a desaparecer ou a existir de uma maneira zumbificada. Você não quer um relacionamento zumbi, não é mesmo?

4. Trabalho em equipe: O ciúme pode ser uma oportunidade para o casal trabalhar em equipe e fortalecer o relacionamento. Juntos, é possível identificar gatilhos e situações que desencadeiam o ciúme, buscando soluções e estratégias para lidar com eles de forma construtiva. O apoio mútuo e o comprometimento em superar o ciúme são essenciais nesse processo.

Crises de ciúme devem ser combatidas em equipe. Se apenas uma das partes do casal procurar lutar contra o ciúme, dificilmente vai conseguir. E ao mesmo tempo, isso significa que a responsabilidade por vencer esse sentimento é dos dois. Inclusive o membro do casal que não tiver essa característica, que não for ciumento.

Vale a pena lutar contra o ciúme

O ciúme pode ser um desafio em um relacionamento, mas também pode ser uma oportunidade para o casal crescer e se fortalecer. Ao compreender as causas do ciúme e adotar estratégias saudáveis para lidar com ele, é possível construir uma relação mais segura, confiante e feliz.

Nem sempre uma pessoa que sofre com ser ciumenta vai eliminar por completo essa característica de sua personalidade. Mas é possível manter sob controle o ciúme e dessa forma terem um relacionamento duradouro e feliz.

Além disso, um casal sempre pode procurar ajuda terapêutica para melhorar seu relacionamento. Se você gostaria de saber mais sobre isso, por favor, CLIQUE AQUI.

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5 Erros que você comete com seus filhos sem perceber. Psicanálise Aplicada

A jornada da parentalidade é uma das mais desafiadoras e gratificantes da vida. No entanto, muitas vezes, cometemos erros sem perceber, que podem afetar o bem-estar emocional dos filhos da família. Neste artigo, exploraremos cinco erros comuns à luz da psicanálise, uma abordagem que nos ajuda a compreender melhor a mente humana e as relações interpessoais. Vamos analisar cada erro e como a psicanálise pode nos fornecer insights valiosos.

1. Falta de Comunicação Efetiva

Um erro comum que os pais cometem é não comunicar de forma eficaz com seus filhos. A psicanálise nos ensina que a comunicação é crucial para o desenvolvimento emocional. Quando pais não ouvem atentamente seus filhos, podem criar barreiras que dificultam a expressão de seus sentimentos e pensamentos.

Isso acontece muito quando uma criança quer contar algo e seus pais simplesmente dizem que não podem ouvir naquele momento. É verdade que nem sempre as crianças perguntam ou querem comentar algo em horários em que os pais estão disponíveis.

Mas em lugar de dizer para sua criança coisas como: “estou ocupado, outra hora, ok?” Há algumas saídas que podem amenizar o desejo da criança que quer se expressar num momento em que você está ocupada/o. Você pode dizer para sua criança algo como: “Olha, nesse momento exato estou ocupado com algo, mas quero muito ouvir o que você quer me dizer, podemos conversar em x minutos?” Dessa forma, seu filho ou filha sabe que será ouvido. E, cumpra sua promessa. Se prometeu que dentro de meia hora iria ouvir sua filha ou filho, faça isso. As crianças precisam saber que os adultos responsáveis por elas são confiáveis. Fazendo isso, você está ensinando seus filhos.

As crianças precisam sentir que podem conversar com seus pais ou responsáveis de maneira livre e aberta, de preferência sem fazer julgamentos. O maior medo geralmente é “levar uma bronca” e acabar sendo castigado por algo que quis dizer.

Por mais absurdo que seja o que sua criança tenha te contado, é preciso manter uma postura de respeito para a situação e procurar entender os motivos de sua filha ou filho ter te contado algo que pode parecer chocante para você. Se você perder a confiança de sua filha ou filho, vai ser muito difícil que ele ou ela queira te contar outras coisas no futuro.

2. Superproteção

A superproteção é um erro comum que muitos pais cometem com a melhor das intenções. Eles acreditam que, ao manter seus filhos afastados de qualquer dor, dificuldade ou desafio, estão criando um ambiente seguro e amoroso. No entanto, a psicanálise nos alerta sobre os perigos subjacentes a essa abordagem.

Quando os pais superprotegem seus filhos, estão, de certa forma, impedindo que essas crianças experimentem e enfrentem desafios comuns da vida. Isso pode criar uma dinâmica de dependência emocional, na qual os filhos passam a contar com seus pais para resolver todos os problemas e enfrentar todas as dificuldades. Eles podem ver os pais como uma espécie de “salvadores” que protegem de tudo.

Os pais, por sua vez, podem sentir-se constantemente responsáveis por proteger seus filhos de qualquer desconforto, físico ou emocional. Isso pode criar uma dinâmica onde os filhos não desenvolvem as habilidades necessárias para lidar com as adversidades e os desafios da vida, uma vez que estão acostumados a depender de seus pais para tudo.

A longo prazo, essa dependência emocional pode levar a dificuldades de autonomia, autoestima e autoconfiança. As crianças podem se sentir inseguras ao tomar decisões por si mesmas, resolver conflitos ou enfrentar situações desafiadoras. Além disso, à medida que crescem, podem se esforçar para criar relações interpessoais saudáveis, pois não aprenderam a lidar com a autonomia e a independência.

Em vez de superproteger, os pais devem se esforçar para equilibrar o amor e o apoio com a capacidade de permitir que seus filhos enfrentem desafios, aprendam com suas experiências e desenvolvam as habilidades necessárias para uma vida emocionalmente saudável e autônoma. Essa abordagem contribui para o desenvolvimento de crianças capazes de lidar com as complexidades da vida e, ao mesmo tempo, fortalece a relação entre pais e filhos.

3. Falta de Limites Claros

A falta de limites claros na educação de nossos filhos é um erro que muitos pais frequentemente cometem. Muitas vezes, isso ocorre devido a uma falsa compreensão do que significa criar um ambiente de amor e liberdade. No entanto, a psicanálise nos ensina que limites são essenciais para o desenvolvimento saudável da personalidade.

De acordo com os princípios psicanalíticos, o estabelecimento de limites é fundamental para o processo de socialização e amadurecimento da criança. Quando não estabelecemos limites, os filhos podem sentir-se inseguros e desorientados. Vamos explorar como isso acontece.

  1. Segurança e Orientação: Os limites fornecem às crianças um senso de segurança e orientação em suas vidas. Quando as regras são claras e consistentes, os pequenos sabem o que esperar e como se comportar em diversas situações. Isso cria um ambiente previsível, onde as crianças se sentem mais à vontade para explorar o mundo ao seu redor.
  2. Desenvolvimento de Valores e Ética: Através dos limites, as crianças aprendem sobre valores, ética e respeito pelos outros. Por exemplo, quando os pais estabelecem o limite de não mentir, estão ensinando a importância da honestidade. Isso ajuda as crianças a desenvolver um senso de moralidade e responsabilidade.
  3. Prevenção de Conflitos Futuros: A falta de limites pode levar a conflitos emocionais no futuro. Sem orientação adequada, as crianças podem não entender os limites sociais e os princípios éticos, o que pode resultar em dificuldades interpessoais e problemas de comportamento. Elas podem achar desafiador lidar com as expectativas da sociedade e até mesmo experienciar um sentimento de deslocamento.

Na perspectiva psicanalítica, o desenvolvimento da personalidade de uma criança é moldado, em parte, pela forma como ela lida com a estrutura e as regras estabelecidas por seus pais. Limites saudáveis criam um equilíbrio entre liberdade e responsabilidade, permitindo que as crianças explorem seu ambiente e desenvolvam um senso de autonomia enquanto entendem as consequências de suas ações.

Portanto, ao estabelecer limites claros e consistentes, os pais estão desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento emocional e social de seus filhos. A psicanálise destaca a importância de compreender como os limites desempenham um papel vital na formação da personalidade e na promoção de um ambiente emocionalmente saudável. Dessa forma, os pais podem ajudar seus filhos a crescer com confiança, respeito pelos outros e a capacidade de enfrentar desafios com resiliência.

4. Ignorar as Emoções das Crianças

Negar ou ignorar as emoções de nossos filhos é um erro comum que pode ter implicações profundas no desenvolvimento emocional deles. A psicanálise, com seu conceito de “inconsciente”, nos alerta sobre os perigos de reprimir emoções e destaca a importância de validar as emoções das crianças. Vamos explorar mais a fundo essa questão.

  1. Repressão de Emoções e o Inconsciente: A psicanálise nos ensina que as emoções reprimidas, especialmente na infância, não desaparecem, mas são armazenadas no inconsciente. Quando as emoções não são reconhecidas ou são ignoradas, elas não são processadas de maneira saudável. Isso pode levar a conflitos internos e, com o tempo, essas emoções reprimidas podem emergir de maneiras não saudáveis, como transtornos emocionais, problemas de relacionamento e comportamentos autodestrutivos.
  2. Validação Emocional: Validar as emoções de nossos filhos significa reconhecer e respeitar o que eles estão sentindo, mesmo que não concordemos com a intensidade da emoção ou a razão por trás dela. Validar não é o mesmo que concordar, mas é um ato de empatia e compreensão. Quando validamos as emoções de nossos filhos, estamos dizendo a eles que suas emoções são legítimas e importantes.
  3. Aprendizado Emocional: Além de evitar problemas futuros, validar as emoções das crianças é uma oportunidade de ensinar a elas como lidar com suas emoções de maneira saudável. Quando os pais ajudam seus filhos a identificar, nomear e expressar suas emoções, estão capacitando-os a desenvolver habilidades emocionais essenciais. Isso permite que as crianças aprendam a lidar com o estresse, frustração e tristeza de maneira construtiva, em vez de reprimir ou externalizar suas emoções de forma negativa.
  4. Fortalecimento do Vínculo: Validar as emoções de seus filhos fortalece o vínculo entre pais e filhos. Quando as crianças se sentem ouvidas e compreendidas, desenvolvem uma sensação de segurança emocional. Isso promove uma comunicação aberta e a construção de confiança, permitindo que os pais desempenhem um papel mais ativo na vida emocional de seus filhos.

Portanto, negar ou ignorar as emoções das crianças pode ter implicações profundas e duradouras. Validar as emoções dos filhos não apenas evita problemas futuros, mas também os ajuda a desenvolver habilidades emocionais saudáveis e fortalece o relacionamento entre pais e filhos.

5. Comparar as Crianças

Comparar nossos filhos com outros é um erro que muitos pais cometem inadvertidamente, frequentemente com a intenção de motivar ou incentivar o desenvolvimento de seus filhos. No entanto, a psicanálise nos lembra da importância de desenvolver uma identidade única e individual para cada criança. Comparar, muitas vezes, pode minar a autoestima e criar sentimentos de inadequação. Vamos explorar mais profundamente esse tópico.

  1. Identidade Única e Desenvolvimento Pessoal: A psicanálise enfatiza a importância de desenvolver uma identidade única e individual. Cada criança é única, com seus próprios talentos, interesses e desafios. Quando os pais comparam seus filhos com outras crianças, estão, de certa forma, negando a singularidade de cada um. Isso pode levar a uma sensação de falta de identidade e dificuldades no desenvolvimento de uma autoimagem saudável.
  2. Criando Ansiedade e Inadequação: As comparações podem levar as crianças a se sentirem ansiosas e inadequadas. Elas podem sentir que nunca estão à altura das expectativas impostas pelos pais, o que pode prejudicar sua autoestima e confiança. A ansiedade e a sensação de inadequação podem persistir na vida adulta, afetando o bem-estar emocional e as relações interpessoais.
  3. Valorização da Individualidade: A psicanálise valoriza a individualidade e autenticidade. Encorajar a individualidade significa permitir que as crianças sigam seus próprios interesses, sonhos e objetivos, em vez de tentar encaixá-las em um molde predefinido. Isso promove o desenvolvimento de uma autoimagem saudável e permite que as crianças cresçam com autoestima e confiança em suas habilidades.
  4. Promovendo Autonomia: A ênfase na individualidade também está relacionada à promoção da autonomia. Quando as crianças são encorajadas a explorar e desenvolver suas próprias identidades, tornam-se mais independentes e capazes de tomar decisões por si mesmas. Isso é crucial para o desenvolvimento saudável da personalidade e a capacidade de enfrentar os desafios da vida de maneira eficaz.

É essencial respeitar e valorizar a individualidade de cada criança. Comparar os filhos com outros pode minar a autoestima, criar ansiedade e minar o desenvolvimento da identidade única deles.

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5 Maneiras de criar um filho com dependência emocional

boy wiping tears from eye
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Criar um filho com dependência emocional pode parecer uma tarefa desafiadora, mas com as estratégias adequadas, podemos garantir que eles se tornem adultos inseguros e incapazes de lidar com suas próprias emoções. Neste artigo, de maneira irônica, vamos explorar cinco maneiras de criar um filho com dependência emocional, com o objetivo de conscientizar os pais sobre as atitudes que devem ser evitadas a todo custo.

Observação: note que o tom deste artigo é irônico. É claro que não quero que você crie filhos com dependência emocional, mas sim, quero mostrar como esse processo acontece, para que você possa evitar esses comportamentos.

1. Proteja-os de tudo e de todos

A primeira e mais importante maneira de criar um filho com dependência emocional é protegê-lo de todas as experiências desafiadoras e desconfortáveis. Certifique-se de que eles nunca enfrentem situações difíceis ou sejam expostos a qualquer tipo de frustração. Evite que eles desafiem a si mesmos e sempre esteja disponível para resolver todos os problemas por eles.

Seu filho quer brincar na terra? Não deixe, afinal ele vai se sujar e na terra há muitos “micróbios”. De preferência evite permitir também que ele brinque com outras crianças, invente um defeito para toda e qualquer criança que queira brincar com seu filho. Se ele quiser brincar, que seja com VOCÊ, SEMPRE.

2. Nunca deixe-os tomar decisões

Para criar uma dependência emocional sólida, é essencial que os pais tomem todas as decisões por seus filhos. Não dê espaço para que eles exerçam sua autonomia e aprendam com seus erros. Lembre-se de que eles são incapazes de tomar suas próprias decisões, mesmo quando se trata de assuntos simples.

E isso vale mesmo quando eles se tornarem adolescentes, afinal, você é quem manda! Por isso, não permita que eles escolham suas roupas, dê palpite em tudo, se puder, defina que roupas e até mesmo as cores das roupas que eles devem usar.

Não permita que eles façam nenhum tipo de escolha, isso vai ser perfeito para que eles sempre sintam que suas decisões não valem nada e que eles dependem de você para tudo.

3. Suprima suas emoções

Outra maneira eficaz de criar um filho com dependência emocional é nunca permitir que eles expressem suas emoções livremente. Ignore seus sentimentos e insista para que eles sejam sempre agradáveis e felizes, mas nunca diga como. Evite discutir assuntos emocionais e nunca lhes dê espaço para que expressem tristeza, raiva ou frustração.

Se sua criança começar a chorar, diga a ela para calar a boca. Se algum dia outra criança a agredir, diga que foi culpa do seu filho. E se sua criança ficar com raiva, diga pra ela que ela não entende nada, que ficar com raiva é inútil e que se acalme, afinal, VOCÊ merece ficar em paz!

4. Seja superprotetor

Ser superprotetor é uma estratégia infalível para criar um filho dependente emocionalmente. Esteja constantemente ao lado deles, evitando que enfrentem qualquer tipo de desafio ou risco. Jamais permita que saiam de sua zona de conforto, pois isso poderia fortalecer sua autonomia e independência emocional.

Você precisa estar do lado de sua filha/filho em tudo. Se ela ou ele, adolescente, quiser ir ao cinema com os amigos, você TEM QUE ir junto.

Ah, e se perceber que seu filho está começando a ter ideias próprias, diga a ele que essas ideias são péssimas e VOCÊ vai pensar em algo muito melhor.

5. Desencoraje a busca por ajuda

Por fim, desencoraje a busca por ajuda profissional ou apoio emocional externo. Certifique-se de que seu filho acredite que você é a única fonte de segurança e apoio. Isso garantirá que eles sempre dependam exclusivamente de você para lidar com suas emoções, mesmo quando se tornarem adolescentes.

Faça sua filha ou filha pensar que VOCÊ é a única salvação para a vida dela/dele. Além disso, sabote todos os planos dela/dele, para que sua criança tenha a ideia de que realmente precisa de você para tudo.

Por fim, mostre a todos o quanto VOCÊ é um pai/mãe excelente, vitaminado e poderoso e como você mostra um amor invejável e inigualável a sua filha/filho.

Quando alguém falar a seu filho que ele precisa de ajuda terapêutica para se livrar da dependência emocional que VOCÊ causou nela/nele, diga a sua filha/filho que isso é mentira, que são na verdade pessoas que querem atacar VOCÊ e que não sabem nada sobre a vida de vocês em família. Use bem esse argumento, porque é muito poderoso. Coloque os amigos de sua filha/filho como inimigos dele, isso é ótimo para fortalecer a dependência emocional que você tanto quer.

Assim, sua filha/filho vai crescer sempre dependendo de você para tudo e com isso você vai realizar seu sonho de mantê-la(o) com você, quem sabe para sempre!

A verdade sobre dependência emocional

É importante ressaltar que criar um filho com dependência emocional pode ter consequências negativas para seu desenvolvimento psicológico e emocional. Crianças e adolescentes que não aprendem a lidar com suas próprias emoções podem enfrentar dificuldades na vida adulta, como baixa autoestima, problemas de relacionamento e ansiedade.

É triste, mas infelizmente, muitos pais seguem à risca, esse pequeno manual que comentei neste artigo, para a desgraça de seus filhos e a alegria deles, os pais. E aí, quando esse filho ou filha caem em algum problema mental sério, sofrem com ansiedade ou depressão, o culpado será qualquer outra pessoa, coisa, governo, clima ou o que quer que seja, menos a criação EXTREMAMENTE tóxica que essa criança teve.

Por favor, NÃO SEJA ESSE TIPO DE CUIDADOR!

Para uma abordagem séria e positiva na criação dos filhos, é essencial promover a autonomia emocional, encorajando-os a expressar e gerenciar suas emoções, enquanto fornecemos apoio adequado.

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Referências Bibliográficas:

  • Freud, S. (1914). Sobre o narcisismo: uma introdução. Obras completas de Sigmund Freud, volume 14.
  • Anna Freud (1936). O ego e os mecanismos de defesa. Londres: Imago Publishing.
  • Klein, M. (1984). A Psicanálise da Criança. São Paulo: Editora Mestre Jou.

Conscientizar-se sobre as atitudes prejudiciais que podem levar à dependência emocional é um passo importante para promover a saúde mental e emocional de nossos filhos. Lembre-se de que nosso objetivo como pais é criar crianças independentes, capazes de enfrentar os desafios da vida com confiança e resiliência.