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Ansiedade no trabalho: o que fazer? Psicanálise Aplicada

Ansiedade no trabalho: uma rotina comum

No caos do ambiente corporativo, a ansiedade aparece frequentemente como um espectro, atormentando o cotidiano de inúmeros profissionais. Prazos rigorosos, objetivos ambiciosos, pressões intensas e a perene impressão de estar sempre em evidência podem desencadear crises que afetam não só a eficiência no trabalho, mas também a saúde mental e a qualidade de vida.

A psicanálise, nesse cenário, oferece lentes valiosas para desvendar as raízes da ansiedade no trabalho e traçar um caminho para gerenciá-la de forma eficaz. Através da exploração do inconsciente, podemos identificar conflitos internos, padrões repetitivos de comportamento e crenças limitantes que alimentam a ansiedade, muitas vezes disfarçada sob a forma de medo, insegurança e perfeccionismo.

Ao embarcar em um processo psicanalítico, o indivíduo se depara com a oportunidade de:

  • Descobrir as origens da ansiedade: Através da análise de sonhos, fantasias e memórias, é possível identificar as experiências que moldaram a relação do indivíduo com o trabalho e consigo mesmo, revelando as bases inconscientes da ansiedade.
  • Compreender os mecanismos de defesa: A psicanálise ajuda a identificar os mecanismos de defesa utilizados pelo indivíduo para lidar com a angústia no trabalho, como procrastinação, negação ou projeção. Ao reconhecê-los, é possível desenvolver ferramentas mais saudáveis para gerenciar o estresse.
  • Ressignificar crenças limitantes: Muitas vezes, a ansiedade é alimentada por crenças negativas sobre si mesmo ou sobre o ambiente de trabalho. A psicanálise auxilia na reavaliação dessas crenças, permitindo a construção de uma perspectiva mais positiva e realista.
  • Fortalecer o autoconhecimento: Através do autoconhecimento, o indivíduo desenvolve uma maior compreensão de seus valores, necessidades e limites, o que o torna mais apto a lidar com as demandas do trabalho de forma equilibrada.
  • Aprimorar as relações interpessoais: A psicanálise também contribui para a melhora das relações interpessoais no trabalho, promovendo a comunicação assertiva, a empatia e a resolução de conflitos de forma saudável.

Dicas para gerenciar a ansiedade no trabalho:

  • Identifique seus gatilhos: Preste atenção às situações, pessoas ou tarefas que desencadeiam a ansiedade. Essa percepção é fundamental para desenvolver estratégias de enfrentamento.
  • Estabeleça limites claros: Separe o trabalho da vida pessoal. Evite levar trabalho para casa ou checar e-mails fora do horário de expediente.
  • Organize-se e planeje suas tarefas: A organização e o planejamento podem reduzir a sensação de sobrecarga e controle sobre as demandas do trabalho.
  • Faça pausas regulares: Levante-se, caminhe, alongue-se ou faça uma breve meditação para aliviar a tensão física e mental.
  • Pratique técnicas de relaxamento: A respiração profunda, a yoga e a meditação podem ser ferramentas eficazes para controlar a ansiedade.
  • Busque apoio social: Converse com amigos, familiares ou colegas de trabalho sobre suas dificuldades. Compartilhar suas experiências pode ser reconfortante e trazer novas perspectivas.
  • Procure ajuda profissional: Se a ansiedade estiver interferindo significativamente em sua vida profissional ou pessoal, um psicólogo ou psicanalista pode te auxiliar a desenvolver um plano de tratamento individualizado.

Lembre-se: a ansiedade no trabalho não precisa ser uma sentença. Ao buscar ajuda profissional e se dedicar ao autoconhecimento, você poderá navegar pelos desafios do mundo corporativo com mais leveza, confiança e plenitude.

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A psicanálise e a saúde mental no local de trabalho: Como a psicanálise pode ajudar os funcionários a enfrentar o estresse e a ansiedade

No mundo moderno, o local de trabalho pode ser uma fonte significativa de estresse e ansiedade. De acordo com um estudo da American Psychological Association, 61% dos adultos relatam que o trabalho é uma fonte de estresse em suas vidas (APA, 2017). No Brasil, uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, a ABERJE, indicou que 52% dos trabalhadorres brasileiros sofrem de alguma forma de ansiedade no ambiente de trabalho. Além disso, o estresse no local de trabalho pode levar a problemas de saúde física e mental, tais como doenças cardiovasculares, depressão e ansiedade (Liu et al., 2019). Neste artigo, vamos explorar como a psicanálise pode ajudar os funcionários a enfrentar o estresse e a ansiedade no local de trabalho.

A psicanálise e a saúde mental no local de trabalho

A psicanálise é uma forma de terapia falada que foi desenvolvida por Sigmund Freud no final do século XIX. A terapia psicanalítica se concentra em ajudar as pessoas a entenderem suas emoções, pensamentos e comportamentos inconscientes (Freud, 1913). Através do processo de análise, os pacientes podem desenvolver uma maior consciência de si mesmos e aprender a fazer escolhas mais saudáveis.

No local de trabalho, a psicanálise pode ser usada para ajudar os funcionários a enfrentar o estresse e a ansiedade de várias maneiras. Em primeiro lugar, a psicanálise pode ajudar os funcionários a identificar as causas subjacentes do estresse e a ansiedade. Muitas vezes, o estresse e a ansiedade no local de trabalho são sintomas de problemas mais profundos, tais como conflitos inconscientes ou traumas passados (Levy, 2017). Através da análise, os funcionários podem aprender a se conectar com esses problemas e desenvolver estratégias para enfrentá-los.

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Em segundo lugar, a psicanálise pode ajudar os funcionários a desenvolver habilidades de resiliência. A resiliência é a capacidade de se adaptar e se recuperar de situações adversas (Luthar, Cicchetti, & Becker, 2000). Através da análise, os funcionários podem aprender a identificar seus pontos fortes e fracos, desenvolver estratégias para enfrentar desafios e construir relacionamentos saudáveis no local de trabalho.

Em terceiro lugar, a psicanálise pode ajudar os funcionários a desenvolver habilidades de comunicação efetivas. Muitas vezes, o estresse e a ansiedade no local de trabalho são o resultado de falhas de comunicação ou conflitos interpessoais (Levy, 2017). Através da análise, os funcionários podem aprender a expressar suas necessidades e desejos de forma assertiva, ouvir atentamente os outros e construir relacionamentos saudáveis no local de trabalho.

Aplicações práticas da psicanálise no local de trabalho

Existem várias maneiras práticas de aplicar a psicanálise no local de trabalho para ajudar os funcionários a enfrentar o estresse e a ansiedade. Em primeiro lugar, as empresas podem oferecer sessões de terapia psicanalítica para os funcionários como um benefício adicional. Essas sessões podem ser oferecidas individualmente ou em grupos e podem ajudar os funcionários a desenvolver uma maior consciência de si mesmos e a desenvolver estratégias para enfrentar o estresse e a ansiedade.

Além disso, em segundo lugar, as empresas podem oferecer treinamentos em habilidades de comunicação efetiva e resiliência baseados em psicanálise. Esses treinamentos podem ajudar os funcionários a desenvolver habilidades de comunicação assertiva, a identificar seus pontos fortes e fracos e a desenvolver estratégias para enfrentar desafios no local de trabalho.

Ademais, em terceiro lugar, as empresas podem criar um ambiente de trabalho que incentive a abertura e a honestidade. Isso pode ser feito oferecendo grupos de apoio e oficinas de terapia de grupo, onde os funcionários possam se sentir seguros para compartilhar suas experiências e aprenderem uns dos outros.

Psicanálise: ferramenta poderosa no ambiente de trabalho

A psicanálise pode ser uma ferramenta poderosa para ajudar os funcionários a enfrentar o estresse e a ansiedade no local de trabalho. Através da análise, os funcionários podem aprender a identificar as causas subjacentes do estresse e a ansiedade, desenvolver habilidades de resiliência e comunicação efetivas e construir relacionamentos saudáveis no local de trabalho.

Embora a psicanálise seja uma forma eficaz de terapia, ela não é uma solução única para todos os problemas de saúde mental no local de trabalho. É importante que as empresas ofereçam uma variedade de recursos de saúde mental, como programas de bem-estar, grupos de apoio e aconselhamento, além de oferecer treinamentos sobre saúde mental para os gestores e líderes.

Em última instância, a saúde mental no local de trabalho é uma responsabilidade compartilhada entre o empregador e o empregado. Por isso, as empresas devem oferecer recursos de saúde mental aos funcionários e criar um ambiente de trabalho saudável, enquanto os funcionários devem se esforçar para cuidar de sua saúde mental, buscando ajuda quando necessário e praticando técnicas de redução de estresse, como exercícios, meditação e terapia.

Referências

American Psychological Association. (2017). Stress in America: The state of our nation. Acessado em https://www.apa.org/news/press/reports/stress/2017/state-nation.pdf

Freud, S. (1913). A formação do psicoanalista. Londres: Hogarth Press.

Levy, D. (2017). A psicanálise no século XXI: Uma abordagem integrativa. Porto Alegre: Artmed.

Liu, J., Wang, Y., Wang, X., Wang, Y., & Wang, Y. (2019). Work-related stress and depressive symptoms among Chinese employees: The mediating role of psychological capital. Frontiers in Psychology, 10, 1-8.

Luthar, S. S., Cicchetti, D., & Becker, B. (2000). The construct of resilience: A critical evaluation and guidelines for future work. Child Development, 71(3), 543-562.

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Mecanismos de defesa do ego, o que são? Psicanálise Aplicada

Mecanismos de defesa do Ego – Entendendo o conceito

Você já se perguntou como a sua mente reage quando se depara com situações difíceis, estressantes ou dolorosas? Como você consegue equilibrar as suas emoções, os seus impulsos e as suas expectativas sociais? A resposta pode estar nos mecanismos de defesa do ego, que são estratégias inconscientes que o seu psiquismo utiliza para proteger-se de conflitos, angústias ou sofrimentos. Esses mecanismos foram descritos pela psicanálise, a abordagem criada por Sigmund Freud, que afirma a existência de três instâncias psíquicas: o id, o ego e o superego. Neste artigo, vamos conhecer melhor essas instâncias e os principais mecanismos de defesa do ego que elas mobilizam. Vamos lá?

O id é a fonte dos impulsos primários, como os sexuais e os agressivos, que buscam a satisfação imediata e não levam em conta as normas sociais ou as consequências. Esses impulsos podem entrar em conflito com o ego, que é a parte da personalidade que se adapta à realidade e busca o equilíbrio entre o id e o superego. Para lidar com esse conflito, o ego utiliza mecanismos de defesa, que são estratégias inconscientes para evitar ou reduzir a ansiedade gerada pela tensão entre o id e o superego. Alguns exemplos de mecanismos de defesa são a negação, a regressão, o deslocamento, a racionalização, a sublimação e a repressão. Esses mecanismos podem ser úteis em situações pontuais, mas se forem usados de forma excessiva ou inadequada, podem prejudicar o desenvolvimento psíquico e a saúde mental do indivíduo.

Existem vários tipos de mecanismos de defesa, que podem ser classificados em diferentes níveis de maturidade e eficácia. Alguns dos mais conhecidos são:

  • Repressão: consiste em afastar da consciência os pensamentos, sentimentos ou desejos que causam angústia ou culpa. Por exemplo, uma pessoa que sofreu um trauma na infância pode reprimir essa memória e esquecê-la completamente.
  • Negação: consiste em recusar a aceitar a realidade que é dolorosa ou ameaçadora. Por exemplo, uma pessoa que recebe um diagnóstico de uma doença grave pode negar a sua condição e agir como se nada tivesse acontecido.
  • Projeção: consiste em atribuir a outras pessoas ou objetos as características ou sentimentos que são inaceitáveis para o próprio indivíduo. Por exemplo, uma pessoa que tem inveja de alguém pode projetar essa inveja e acusar o outro de ser invejoso.
  • Racionalização: consiste em justificar as próprias ações ou emoções com argumentos lógicos ou racionais, mas que não correspondem à verdadeira motivação. Por exemplo, uma pessoa que trai o seu parceiro pode racionalizar o seu comportamento dizendo que o fez por amor ou por carência.
  • Formação reativa: consiste em expressar o oposto do que se sente ou pensa, como forma de negar ou ocultar o verdadeiro sentimento ou pensamento. Por exemplo, uma pessoa que odeia alguém pode demonstrar uma excessiva simpatia ou gentileza por essa pessoa.
  • Sublimação: consiste em canalizar os impulsos ou desejos inaceitáveis para atividades socialmente aceitas ou valorizadas. Por exemplo, uma pessoa que tem uma forte agressividade pode sublimá-la praticando um esporte competitivo ou uma arte marcial.

Os mecanismos de defesa do ego são importantes para manter o equilíbrio psíquico e evitar o sofrimento excessivo. No entanto, eles também podem ser prejudiciais quando são utilizados de forma excessiva, distorcida ou inadequada, impedindo o indivíduo de enfrentar a realidade e resolver os seus conflitos internos.

É importante mencionar que esses mencanismos se chamam “mecanismos de defesa” por um motivo simples: eles serem para nos defender. Portanto, eles tem uma importância grande para nosso bem estar. Claro, como comentei, o abuso deles, assim como o abuso de praticamente qualquer coisa pode ser prejudicial.

Entender que estamos nos defendendo de algo nos ajuda a entender o que é importante para nós, nossos medos, valores e muito mais. É fascinante nossa mente!

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Mães Narcisistas: a Maternidade Distorcida

As mães desempenham um papel fundamental na formação e desenvolvimento dos seus filhos. No entanto, quando uma mãe apresenta traços narcisistas, a dinâmica familiar pode se tornar extremamente desafiadora. Neste artigo, exploraremos o tema das mães narcisistas, os impactos que podem ter sobre seus filhos e algumas estratégias para lidar com essa situação delicada.

Entendendo o Narcisismo Materno

O narcisismo é um transtorno de personalidade caracterizado por um senso exagerado de autoimportância, falta de empatia e necessidade constante de admiração. Quando uma mãe apresenta traços narcisistas, sua preocupação principal é consigo mesma, em detrimento das necessidades emocionais e psicológicas dos filhos. Essas mães podem se envolver em comportamentos manipuladores, competitivos e até mesmo abusivos.

Impacto nos Filhos

O impacto de ter uma mãe narcisista pode ser profundo e duradouro. As crianças que crescem com uma mãe narcisista muitas vezes enfrentam desafios emocionais e psicológicos significativos ao longo de suas vidas.

Uma mãe narcisista é alguém que apresenta um comportamento egocêntrico excessivo e demonstra falta de empatia em relação aos outros, incluindo seus próprios filhos. Elas têm uma necessidade constante de atenção e admiração, e sua prioridade é sempre a promoção de seu próprio interesse e imagem.

As crianças que crescem com uma mãe narcisista podem se sentir negligenciadas, desvalorizadas e constantemente em busca de aprovação. Elas podem ter dificuldade em expressar suas próprias necessidades e emoções, pois são frequentemente ignoradas ou invalidadas pela mãe narcisista. Isso pode afetar negativamente sua autoestima e autoconfiança, levando a problemas de saúde mental como ansiedade e depressão.

Além disso, as mães narcisistas podem usar seus filhos como uma extensão de si mesmas, projetando suas próprias expectativas e ambições neles. Elas podem exigir que seus filhos alcancem sucessos e conquistas que as engrandeçam, sem considerar as verdadeiras necessidades e desejos das crianças. Essa pressão excessiva pode ser extremamente prejudicial para o desenvolvimento saudável e autêntico dos filhos, minando sua individualidade e autonomia.

Os efeitos de ter uma mãe narcisista podem ser profundos e duradouros, afetando todos os aspectos da vida dos filhos. No entanto, é importante ressaltar que nem todas as mães narcisistas são completamente desprovidas de amor ou intenção de fazer o melhor para seus filhos. Algumas podem até mesmo exibir momentos de afeto e cuidado genuínos. No entanto, o padrão geral de comportamento narcisista pode ter um impacto significativo no bem-estar e no crescimento emocional das crianças.

Para aqueles que tiveram uma mãe narcisista, é importante procurar apoio emocional e, se necessário, terapia, para processar suas experiências e buscar o caminho da cura. Cuidar de si mesmo e desenvolver estratégias saudáveis ​​de relacionamento e autocuidado é fundamental para superar os desafios causados ​​pela presença de uma mãe narcisista na vida.

Estratégias para lidar com uma Mãe Narcisista

Enfrentar uma mãe narcisista não é uma tarefa fácil, mas existem algumas estratégias que podem ajudar:

  1. Estabeleça limites saudáveis: Defina limites claros sobre o que é aceitável e o que não é. Proteja a sua própria saúde mental e emocional estabelecendo limites, mesmo que isso signifique afastar-se temporariamente.
  2. Busque apoio: É importante encontrar um suporte externo confiável, como um terapeuta, grupo de apoio ou amigos próximos. Ter alguém com quem compartilhar suas experiências e emoções pode ser extremamente útil.
  3. Priorize sua própria saúde: Cuide de si mesmo, desenvolvendo hobbies, praticando atividades físicas ou encontrando momentos para relaxar e recarregar as energias. Foque em desenvolver sua própria identidade independente da relação com sua mãe.
  4. Seja resiliente: Lembre-se de que você é mais do que as palavras e ações da sua mãe. Cultive sua resiliência interna, estabelecendo metas, praticando a autocompaixão e buscando crescimento pessoal.

Lidar com uma mãe narcisista é uma jornada desafiadora, mas não invencível. Buscar apoio, estabelecer limites e cuidar de si mesmo são etapas fundamentais nesse processo. Lembre-se de que seu valor vai além das expectativas e necessidades da sua mãe. Com paciência e autocuidado, é possível construir uma vida plena e saudável, mesmo na presença de uma mãe narcisista.

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Filhocentrismo: quando cuidar dos filhos se torna uma obsessão

Mais que “criar” filhos, cuidar deles com amor é algo importante, afinal todos merecemos ser amados e nos sentir amados. E uma pessoa, principalmente em sua primeira etapa de vida, deve crescer em um ambiente de amor. Isso é um fato.

Mas às vezes, esse cuidado vai além da criança. Sem que os pais ou cuidadores percebam, o cuidar da criança se torna um hábito obsessivo, que exige uma dedicação praticamente exclusiva, excluindo com isso outros aspectos da vida, como por exemplo sua vida conjugal.

A boa sintonia, digamos assim, entre o casal é essencial para a manutenção do relacionamento. Já escrevi sobre os problemas do filhocentrismo aqui. E você também vai encontrar na internet a variação do termo, chamada de “filholatria” que creio ser um termo também bem acertado.

O que é filhocentrismo?

Apenas para repassar o conceito e que o artigo fique mais claro, quero comentar com você que filhocentrismo é quando uma família acaba por colocar todos seus interesses para girar em torno da criança. Parece bom? Parece natural ou uma forma de amor? Bem, quero recordar também as consequências comuns quando tudo, absolutamente tudo gira em torno dos filhos:

1- Problemas conjugais: os pais da criança, que agora vivem para satisfazer as necessidades dela, deixam de ter seus momentos como casal. As necessidades de cada membro do casal podem não só serem negligenciadas, como totalmente deixadas de lado. Isso pode causar gravíssimos problemas no matrimônio, que podem inclusive, ser irreversíveis.

O triste deste problema é que em geral, um casal só percebe que se distanciou, que a relação já não é mais a mesma, muitos anos depois, quando os filhos já estão grandes. E nem sempre esse casal consegue se recuperar. Enquanto a criança é pequena, “tudo é lindo” tudo é para ela. O resto a família vê depois, segundo o casal. Infelizmente esse depois pode nunca mais chegar.

2- Criação de crianças narcisistas: é bom lembrar que certa dose de narcisismo é importante para nossa autoestima. Mas, se a criança cresce em um ambiente em que tudo gira em torno dela, suas vontades, ambições e tudo o mais forem “ordem” para que seus pais a atendam, ela vai crescer pensando que ela deve ser atendida, pelas pessoas que a amam, o tempo todo. E aí, quando essa criança, agora crescida, descobrir que a vida não é assim, ela vai tanto sofrer, como fazer outros sofrerem também.

3- Dependência constante, ou “cordão umbilical infinito”: do dia anterior ao que eu estou escrevendo este artigo, eu vi uma publicação no Instagram em que vi milhares de comentários de pais dizendo o quanto eles se sentem bem em dormir com seus filhos. Uma mãe reclamou, dizendo que sua filha de TREZE ANOS já não queria dormir com ela. Imagine!

E o motivo disso é o que vem em seguida.

Desejo narcísico dos pais

Na publicação que comentei anteriormente, havia muitos comentários de pessoas que se expressavam mais ou menos assim:

“Foi horrível PRA MIM, deixar meu filho dormir em outro quarto.”

“Quando minha filha chegou aos TREZE ANOS, me disse que queria dormir em seu quarto, EU SOFRI muito.”

“QUERO APROVEITAR ao máximo essa fase, que dura tão pouco, por isso meu filho de 11 anos dorme comigo.”

Você percebeu que nessas frases, o foco do problema não está na criança e sim em quem cuida dela? Muitas vezes, na maioria dos casos, o que a criança sente nem é mencionado, somente o que os pais ou cuidadores sentem. Como se sentem “terríveis” quando a criança “tem” de ir para o quarto dela.

O problema, para esses pais ou cuidadores, não é exatamente o que a criança sente, mas o que ELES sentem. A criação dessa criança é um troféu, algo que depois eles irão usar para mostrar o quanto eles foram bons pais.

Como fica a criança nisso tudo? Duas situações

Muitas crianças acreditam que como essa a única maneira de viver que aprenderam, deve ser a correta. Porém, muitas vezes, o filhocentrismo pode também gerar duas situações:

Primeira possibilidade: Filhos que terminam sendo obrigados a satisfazerem os desejos narcísicos dos pais, que com o tempo irão projetar neles seus desejos frustrados e vontades.

Segunda possibilidade: Filhos “tirânicos” (RIGHI, 2021) que passam a efetivamente ter o poder de mando dentro da família. Suas ordens devem ser obedecidas a todo custo, para evitar o que na cabeça dos pais poderia gerar um trauma em seus filhos. Ou que, de outra forma, se esses desejos não forem atendidos, isso seria um potencial “fracasso” ou “falta de amor” por parte desses pais.

Como fica o casal nisso tudo?

Pais com essas características podem desenvolver um apego tão forte a seus filhos, que irão fazer de tudo para sabotar uma possível saída desses filhos da casa deles e até mesmo tentarão sabotar qualquer projeto que possa por “em risco” essa relação, como alguns empregos, namoros e qualquer coisa que possa dar um nível de independência que esses cuidadores ou pais não estejam dispostos a aceitar.

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Em certa ocasião, visitando a uma família, quando comentei para a mãe de um jovem de na época 19 anos se ele já tinha habilitação para dirigir, ela me respondeu de maneira enfática, quase que em desespero: “Não! De jeito nenhum!” Esse jovem nessa época ainda andava no banco de trás do carro da família, mesmo quando só havia a mãe e ele no carro. Alguns pais simplesmente se recusam a acreditar que seus filhos cresceram e tentam ao máximo prolongar esse período, para o deleite narcísico deles mesmos.

Por outro lado, já comentado, existe a possibilidade do desgaste do relacionamento do casal. Esse desgaste pode ter um efeito cumulativo, difícil de perceber até que quase seja tarde demais.

Filhos merecem ser amados, não idolatrados

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Sei que é um assunto muito sensível para quem tem crianças a seus cuidados. Cuidar de uma criança é com certeza, algo maravilhoso. Mas, assim como outras coisas na vida, não se deve idolatrar os filhos. E eles, os filhos, precisam saber que tudo na vida tem um limite, incluindo os desejos deles.

O post do Instagram que motivou a escrita deste artigo comentava que o cuidador ou os pais podem sim atender a seus bebês, não abandonando eles à seu choro e comentou os efeitos desse abandono. Eu concordo com essa ideia. O que quis expor aqui foi a reação de vários cuidadores e pais que expressaram todo seu narcisismo nos comentários.

E o pior, depois dizem que os filhos cresceram “totalmente normais” e “sem nenhum trauma”. Mas de adultos, esses filhos sofrem com diversos problemas, que comentei anteriormente aqui.

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Referências Bibliográficas

Righi, G. (n.d.). UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA CAMPUS SÃO BORJA/RS. Retrieved September 20, 2023, from https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/bitstream/riu/6888/1/Guilherme%20Krause%20Righi%20%E2%80%93%202021.pdf

‌AZEVEDO, T. L. de ., CIA, F., & SPINAZOLA, C. de C.. (2019). Correlação entre o Relacionamento Conjugal, Rotina Familiar, Suporte Social, Necessidades e Qualidade de Vida de Pais e Mães de Crianças com Deficiência. Revista Brasileira De Educação Especial, 25(2), 205–218. https://doi.org/10.1590/s1413-65382519000200002

Caldana, Regina Helena Lima. (1995). A educação de filhos em camadas médias: transformações no ideário e orientação de pais. Temas em Psicologia3(1), 109-121. Recuperado em 20 de setembro de 2023, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1995000100010&lng=pt&tlng=pt.

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A Projeção: Quando Enxergamos em Outros o que Não Queremos Ver em Nós – Psicanálise Aplicada

Você já se viu apontando o dedo para alguém, acusando-o de algo que, mais tarde, percebeu ser um reflexo de seus próprios sentimentos? Ou talvez já tenha sido alvo de acusações infundadas, nas quais outra pessoa atribuiu a você emoções ou intenções que simplesmente não fazem sentido? Se a resposta for sim, você já experimentou a intrigante e muitas vezes confusa dinâmica da projeção.

A projeção é um fenômeno psicológico fascinante que permeia nossas vidas de maneiras sutis e surpreendentes. É um mecanismo de defesa do ego que nos permite evitar o confronto com aspectos desconfortáveis de nós mesmos, transferindo-os para os outros. Neste artigo, exploraremos profundamente o conceito de projeção, desvendando suas raízes, exemplos cotidianos e, mais importante, como o entendimento desse processo pode nos ajudar a crescer como indivíduos e a melhorar nossos relacionamentos interpessoais. Portanto, embarque nesta jornada de autoexploração e descoberta, enquanto desvendamos os segredos da projeção e suas implicações em nossa vida cotidiana.

O Que é a Projeção?

A projeção é um processo pelo qual atribuímos a outras pessoas sentimentos, desejos, impulsos ou características que, na verdade, são nossos. Isso ocorre quando estamos desconfortáveis com esses sentimentos ou traços e, em vez de enfrentá-los, os “projetamos” em outras pessoas. Em outras palavras, enxergamos no mundo exterior o que não queremos reconhecer em nós mesmos.

Por exemplo, alguém que tem dificuldade em lidar com raiva pode projetar sua própria raiva em outra pessoa, acreditando erroneamente que a outra pessoa é a culpada por seus sentimentos. Em vez de admitir sua própria raiva, essa pessoa a vê refletida no comportamento dos outros.

Exemplos Comuns de Projeção

A projeção pode se manifestar de diversas formas e em várias áreas da vida. Aqui estão alguns exemplos comuns:

  1. Projeção de Culpa: Quando alguém se sente culpado por algo, pode projetar essa culpa em outra pessoa, acusando-a injustamente.
  2. Projeção de Insegurança: Pessoas inseguras podem projetar sua própria insegurança, vendo nos outros um julgamento constante, mesmo quando isso não é o caso.
  3. Projeção de Desejos Repressos: Às vezes, desejos ou fantasias que consideramos socialmente inaceitáveis são projetados em outras pessoas, criando uma ilusão de que são os outros que têm esses desejos.

Por que Usamos a Projeção?

A projeção é uma forma de autopreservação psicológica. Ao transferir nossos sentimentos e traços indesejados para outras pessoas, evitamos confrontar o desconforto que eles nos causam. É uma maneira de nos protegermos da ansiedade e da angústia que a autoconsciência completa desses aspectos poderia gerar.

A Importância do Reconhecimento

Reconhecer a projeção em nossos próprios comportamentos e pensamentos é um passo importante para o crescimento pessoal. Quando começamos a perceber que estamos projetando, podemos investigar por que estamos fazendo isso e o que estamos evitando enfrentar em nós mesmos.

A psicanálise nos ensina que a autorreflexão e a aceitação de nossos próprios sentimentos e traços são cruciais para o desenvolvimento pessoal e para uma vida mais saudável e plena. Portanto, reconhecer a projeção é uma oportunidade de crescer emocionalmente e melhorar nossos relacionamentos.

Embora seja uma estratégia de proteção psicológica, também pode ser uma barreira para o crescimento pessoal. Reconhecer a projeção em nossas vidas e trabalhar para aceitar nossos próprios aspectos é um passo fundamental em direção ao autoconhecimento e ao bem-estar emocional.

Lembre-se de que a projeção é um fenômeno humano comum, e todos nós podemos nos beneficiar ao examinar nossos próprios comportamentos em busca dela. Isso nos permite crescer como indivíduos e construir relacionamentos mais autênticos e saudáveis com os outros.

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O que há de errado em querer agradar todo mundo sempre?

Agradar outras pessoas não é para ser bom? Afinal, somos animais sociais e todos temos que nos dar da melhor forma possível em sociedade.

Um “agradador de pessoas” não deveria ser algo bom de se ser? Alguém que possa entender rapidamente o que as outras pessoas querem ou precisam – o que não é para se gostar?


Por que querer agradar todo mundo é um problema

Para entender por que agradar as pessoas não é apenas “ser legal”, mas na verdade é um problema, vamos analisar primeiro uma definição. O dicionário online Merriam-Webster define um “agradador” de pessoas como “uma pessoa que tem uma necessidade emocional de agradar aos outros, muitas vezes às custas de suas próprias necessidades e desejos”. Ou seja, um “agradador de pessoas” é quem quer estar sempre agradando as pessoas, o tempo todo.

O que isso significa é que a necessidade de agradar aos outros se sobrepõe a todas as outras necessidades e sentimentos. Um “agradador de pessoas” se torna um camaleão e se adapta constantemente para se adequar a quem quer que seja. Fazer o que outra pessoa quer uma ou duas vezes pode ser gentileza, mas anular suas próprias necessidades, sentimentos e desejos consistentemente em favor do que a outra pessoa sente ou quer (ou o que você imagina que ela sente e quer), pode ser o caminho para uma perda muito mais profunda de conexão consigo mesmo.

Geralmente, pais “filhocêntricoscostumam ter essa tendência, mas no caso deles, esse interesse em agradar é dedicado aos filhos.


3 Consequências de se querer agradar todo mundo

1. Você nunca se sente realmente feliz

Quando você inconscientemente acredita que as necessidades e sentimentos da outra pessoa são mais importantes do que os seus, é inevitável que você reprima muitas de suas próprias emoções. Aqui está o porquê. Você provavelmente tem uma imagem de si mesmo – uma persona – a pessoa que você gosta de parecer ser. Essa pessoa provavelmente é sempre agradável, e talvez sempre calma e feliz; alguém que sempre diz “sim”. Para manter essa persona, seus sentimentos ou necessidades que a contradizem devem ser suprimidos. Muito provavelmente, esses serão os sentimentos mais “difíceis”, como raiva ou frustração, ciúme ou até ansiedade. Com o tempo, isso significa que você nunca realmente terá suas próprias necessidades satisfeitas, ou seus próprios sentimentos ouvidos. Você pode se tornar inautêntico ou amarrado dentro de você.

2. Você se torna uma “vítima fácil” ou alvo

Quando outras pessoas veem que você vai se adaptar a qualquer situação que escolherem, elas podem manipulá-lo ou até mesmo explorá-lo. Isso pode significar ligar para você repetidamente no meio da noite para falar sobre seus problemas, sabendo que você sempre atenderá a chamada deles. Pode significar colocá-lo para baixo em público só porque eles sentem vontade, sabendo que você nunca vai reclamar.

Em outras palavras, você se transforma na “vítima perfeita” de abusadores emocionais entre outros.

3. Ninguém conhece você, realmente

Se você está sempre apresentando uma imagem fortemente editada de si mesmo, ninguém fica sabendo o verdadeiro você. Não ser conhecido pode parecer seguro e provavelmente é o que você está acostumado. Mas se a pessoa que você realmente é ficar escondida, ninguém pode realmente te conhecer. Isso significa amizades superficiais, relacionamentos de mentira. Acho que você não quer isso.


O que fazer se você é um agradador de pessoas

Pode ser muito difícil ver que você é um agradador de pessoas – afinal, essa é uma maneira de ser que você já se acostumou; uma forma de se apresentar no mundo que você aperfeiçoou ao longo de anos ou até décadas. É o mar que você nada.

Trabalhar isso pode ser mais bem explorado com a ajuda de um terapeuta. Enquanto isso, aqui estão alguns sinais de alerta a serem observados:

  • Você é ótimo em ouvir, mas raramente compartilha o que sente ou como vê as coisas.
  • Você acha difícil dizer “não” e quase nunca o faz.
  • Muitas vezes você se sente culpado por não fazer o que outra pessoa quer.
  • Muitas vezes você concorda com coisas que você realmente não quer fazer.
  • Você pensa continuamente sobre o que as outras pessoas querem.
  • Quando alguém lhe pede um favor, você sempre diz “sim”.
  • Você esmaga seus próprios sentimentos e se torce em nós para colocar a outra pessoa em primeiro lugar.
  • Você está sempre dizendo que está arrependido.
  • Você se preocupa que outras pessoas não vão gostar de você.

O que fazer agora

Há uma série de razões para se tornar um agradador das pessoas, desde baixa autoestima ou pais excessivamente rigorosos até traumas durante os primeiros anos. Você pode querer explorá-los ainda mais com um conselheiro. Mas, enquanto isso, lembre-se de que você não precisa ficar assim.

Agradar pessoas não é quem você é, é um traço de caráter que você adotou e se acostumou muito. Quando você assumiu esse traço de personagem, você não percebeu seu lado negativo. Agora, talvez você esteja começando.

Aqui estão algumas ações que você pode tomar, que começarão sua jornada longe dessa característica, de querer agradar a todo mundo:

1. Tente expressar sua opinião ou dizer como você se sente, mesmo que pareça errado. Isso pode significar deixar que outras pessoas se sintam chateadas, irritadas ou decepcionadas. Talvez eles até se decepcionem com você. E talvez tudo bem. Talvez a forma como eles respondem ou reagem seja o negócio deles. Experimente isso – provavelmente será muito desafiador. Inevitavelmente, às vezes você pode voltar atrás e acabar pedindo desculpas, mas continue. Afinal, sua opinião e seus sentimentos são tão válidos quanto os de qualquer outra pessoa.

2. Dê a si mesmo uma pequena meta para mirar todos os dias. Isso pode significar dizer como você realmente se sente, apenas uma vez. Pode significar estabelecer um pequeno limite – como não atender a uma chamada depois da meia-noite, ou até bem antes disso!

Quando você cumprir essas metas, dê a você um pequeno agrado, comemore. Pouco a pouco você irá se distanciar desse traço que está consumindo sua vida. As pessoas com o tempo poderão até reclamar que você está “diferente”, e isso vai ser excelente de se ouvir, afinal, é exatamente


Mudar a forma como você age e como você se depara com os outros, pode ser confuso e desafiador. O apoio e o feedback de um profissional de sua confiança podem realmente ajudá-lo nesse processo.

Então, se você teme que você é um agradador de pessoas e gostaria de descobrir se isso é verdade e o que fazer sobre isso, por favor, entre em contato.

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Compreendendo as Causas do Sentimento de Rejeição e o Papel da Psicanálise no Tratamento


Se sentir rejeitado(a). Você sente que alguém ou um grupo de pessoas simplesmente não aceita sua presença no ambiente em que eles estão. Ou pode ser que você tenha a sensação de que quando alguém organiza um evento social, você nunca é levado em conta. Em um cenário muito ruim, uma pessoa sente que alguém que a ama (ou devia amar) não a valoriza, não a procura ou até mesmo a ignora completamente. Você já se sentiu assim?

O sentimento de rejeição é uma experiência emocional dolorosa que pode ter efeitos significativos na saúde mental e bem-estar de um indivíduo. Muitas vezes, a raiz desse sentimento remonta a eventos e experiências traumáticas ocorridas durante a infância e ao longo da vida. Neste artigo, exploraremos as causas do sentimento de rejeição e discutiremos como a psicanálise pode ser uma abordagem eficaz no tratamento dessa questão complexa.

Causas do Sentimento de Rejeição:

  1. Experiências de Infância: Traumas como negligência, abuso emocional, físico ou sexual, ou a ausência de uma figura de apego seguro durante a infância, podem deixar marcas profundas e gerar sentimentos de rejeição em relação a si mesmo.
  2. Relacionamentos Familiares Disfuncionais: Ambientes familiares caracterizados por dinâmicas destrutivas, conflitos constantes, falta de apoio emocional ou pais críticos podem alimentar o sentimento de não ser amado e aceito.
  3. Bullying e Exclusão Social: Ser alvo de bullying ou ser excluído por colegas na escola ou em outros contextos sociais pode levar a uma sensação persistente de rejeição, afetando a autoestima e a confiança.
  4. Relacionamentos Românticos e Amorosos: Rejeições amorosas, términos dolorosos e relacionamentos abusivos podem intensificar os sentimentos de rejeição e gerar insegurança nas relações futuras.

A Psicanálise como Abordagem de Tratamento:


A psicanálise, desenvolvida por Sigmund Freud, oferece uma compreensão profunda dos mecanismos psíquicos envolvidos no sentimento de rejeição e propõe abordagens terapêuticas eficazes. Esse é um dos pontos mais positivos do tratamento psicanalítico no caso de uma pessoa que sofre com sentimentos de rejeição.
Não basta simplesmente utilizar técnicas de relaxamento ou desviar a atenção para outro lado. É preciso conhecer os motivos que criaram esses sentimentos de rejeição em nós. E para isso, é necessário analisar nosso inconsciente, vasculhar fundo e descobrir o motivo desse sentimento existir. Cada pessoa é única e reage de maneiras diferentes frente às experiências de sua vida. E é necessário conhecer essa subjetividade para entender os motivos que estão ocasionando os sentimentos de rejeição e entender também como nossa mente está lidando com isso. Alguns aspectos-chave da psicanálise no tratamento da rejeição incluem:

  1. Exploração do Inconsciente: A psicanálise busca acessar e explorar os conteúdos inconscientes que podem estar na origem do sentimento de rejeição. Traumas e memórias reprimidas são trazidos à consciência, permitindo uma compreensão mais profunda de suas influências no presente.
  2. Transferência e Relação Terapêutica: A relação entre o paciente e o terapeuta é vista como um espaço seguro para a expressão de emoções e conflitos relacionados à rejeição. A transferência, onde sentimentos e padrões de relacionamento passados são projetados no terapeuta, é explorada para uma melhor compreensão das dinâmicas pessoais.
  3. Reconstrução do Self: A psicanálise ajuda o indivíduo a reconstruir sua identidade e autoimagem, fornecendo um ambiente de apoio e compreensão. O terapeuta auxilia o paciente a desenvolver recursos internos para lidar com o sentimento de rejeição e construir relacionamentos saudáveis.
  4. Análise dos Mecanismos de Defesa: A psicanálise investiga os mecanismos de defesa inconscientes que podem estar impedindo o indivíduo de lidar adequadamente com a rejeição. Ao identificar e explorar esses mecanismos, o paciente ganha insights e liberdade para se libertar de padrões destrutivos.

Rejeição tem solução!

O sentimento de rejeição pode ser profundamente enraizado e impactar significativamente a vida emocional de um indivíduo. A psicanálise oferece uma abordagem terapêutica valiosa para compreender as causas subjacentes desse sentimento e trabalhar em direção à cura e ao crescimento pessoal.

Pessoas rejeitadas tem temor à mais rejeição. Elas podem desenvolver mecanismos de defesa para evitar possíveis rejeições. E isso é algo muito individual. Uma pessoa pode se defender de uma possível rejeição evitando se relacionar com certos tipos de pessoas, outra pode ser relutante em tomar decisões, pois tem medo de que as demais pessoas rejeitem essa decisão. Ainda outras podem ter uma atitude agressiva contra grupos de pessoas que, segundo ela, podem gerar situações de rejeição.

Por meio da exploração do inconsciente, da relação terapêutica e da análise dos mecanismos de defesa, a psicanálise pode ajudar os indivíduos a superar a rejeição, reconstruir sua identidade e estabelecer relacionamentos mais saudáveis e gratificantes. É importante ressaltar que o apoio de um profissional de saúde mental qualificado é essencial para uma jornada terapêutica eficaz e individualizada.

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Fazer terapia? 4 Motivos para procurar um Psicanalista

Encontrando equilíbrio, transformação e crescimento pessoal através da psicanálise

Às vezes, a vida pode nos apresentar desafios que parecem insuperáveis. Questões complexas, emoções intensas e relacionamentos complicados podem nos deixar confusos e desorientados. Nesses momentos, buscar o apoio de um psicanalista pode ser a chave para desvendar nossos próprios mistérios e dar um novo significado às nossas vidas. Neste artigo, vamos explorar quatro motivos convincentes pelos quais você deve considerar procurar um psicanalista, aproveitando a riqueza da teoria psicanalítica, suas técnicas e abordagens.

  1. Autoconhecimento e Exploração Profunda da Mente:
    A psicanálise oferece uma oportunidade única para mergulhar nas profundezas do inconsciente e desvendar os padrões ocultos que influenciam nossos pensamentos, emoções e comportamentos. Com o auxílio de um psicanalista treinado, você pode explorar sua história pessoal, seus traumas e experiências passadas, compreendendo como eles moldaram sua identidade atual. Essa jornada de autoconhecimento permite que você identifique padrões repetitivos, crenças limitantes e defesas psicológicas que podem estar prejudicando sua saúde emocional e bem-estar.

Por exemplo, você pode descobrir que certos comportamentos autossabotadores estão enraizados em experiências traumáticas da infância. Ao trazer esses conteúdos à tona, você pode entender melhor sua origem e, assim, trabalhar na cura dessas feridas, transformando-se em uma versão mais saudável e equilibrada de si mesmo.

  1. Resolução de Conflitos Internos e Relacionais:
    A psicanálise oferece um espaço seguro para explorar conflitos internos e relacionais. Nossos relacionamentos são reflexos de nossas dinâmicas psicológicas, e os padrões repetitivos que vivenciamos em nossas interações podem ser desafiadores de entender e superar por conta própria. Um psicanalista pode ajudá-lo a identificar os padrões disfuncionais de relacionamento e a compreender as origens inconscientes dos conflitos.

Ao trazer à consciência as emoções e desejos reprimidos, é possível explorar alternativas mais saudáveis para lidar com os conflitos e melhorar a qualidade de seus relacionamentos. O trabalho terapêutico na psicanálise também aborda questões como a baixa autoestima, dificuldades de comunicação e problemas de intimidade, fornecendo ferramentas para o crescimento e a construção de relacionamentos mais satisfatórios.

  1. Alívio de Sintomas Psicológicos e Emocionais:
    A psicanálise oferece um ambiente seguro para explorar e compreender os sintomas psicológicos e emocionais que podem estar causando sofrimento. Transtornos como ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático e distúrbios alimentares são exemplos de condições que podem ser abordadas efetivamente por meio da psicanálise.

Ao compreender as causas inconscientes por trás desses sintomas, é possível aliviar o sofrimento, fortalecer a resiliência emocional e desenvolver mecanismos de enfrentamento saudáveis. O processo terapêutico fornecerá um espaço para explorar as raízes desses sintomas, criando uma oportunidade para a cura e a transformação pessoal.

  1. Crescimento Pessoal e Desenvolvimento de Potencial:
    Além de aliviar o sofrimento psicológico, a psicanálise também oferece uma plataforma para o crescimento pessoal e o desenvolvimento de todo o seu potencial. Ao explorar a fundo sua psique, você pode adquirir uma compreensão mais profunda de si mesmo, identificar seus valores, talentos e desejos autênticos.

Ao trabalhar com um psicanalista, você pode estabelecer metas claras para o crescimento pessoal e receber apoio na jornada para alcançá-las. Isso pode envolver descobrir uma nova carreira, desenvolver relacionamentos mais gratificantes ou explorar uma paixão criativa. A psicanálise permite que você se torne consciente das forças inconscientes que influenciam suas escolhas, capacitando-o a tomar decisões mais alinhadas com sua verdadeira essência.

Procure um psicanalista
A psicanálise oferece um caminho fascinante e recompensador para o autoconhecimento, a cura emocional e o crescimento pessoal. Ao buscar um psicanalista, você dá o primeiro passo em direção a uma jornada transformadora, na qual pode descobrir novas perspectivas, construir relacionamentos mais saudáveis e desenvolver todo o seu potencial.

Lembre-se de que a psicanálise é um processo individualizado e único para cada pessoa. A escolha de um psicanalista experiente e capacitado é fundamental para obter os melhores resultados. Portanto, não hesite em pesquisar, pedir referências e encontrar um profissional com quem você se sinta confortável e confiante em compartilhar sua jornada de crescimento e autoexploração. Você merece o apoio e a oportunidade de viver uma vida mais plena e satisfatória.

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A psicanálise e suas reflexões sobre o amor e o ato de amar


O amor é lindo! Mas como a Psicanálise vê o amor? Neste artigo, vou contar o ponto de vista da Psicanálise sobre o amor.

Entre os vários textos de Freud, temos o “Sobre o narcisismo: uma introdução.” Nesse texto, vamos que Freud mostra duas possibilidades de “objeto de amor”. Um caso, a pessoa decide amar alguém que seja igual a ela. O outro tipo é a pessoa que procura proteção, procura uma pessoa que a proteja, que a cuide.

Você percebe isso em você? No seu caso, quem te atrai mais, pessoas parecidas com você ou pessoas que te geram uma sensação de proteção, cuidado? Lembrando que na prática, isso pode significar que podemos nos apaixonar por uma pessoa que não exatamente seja igual a nós, mas que tenha alguma característica que é bem destacada em nós.
Ou podemos nos apaixonar por alguém que se pareça na maneira de ser ao nosso pai ou mãe. Curioso, não é mesmo?

Primeiro “caso de amor” estudado pela Psicanálise

Bem, lá nos primórdios da Psicanálise, uma jovem procurou Freud em busca de ajuda. Ela havia perdido o pai com uma doença terminal e estava sofrendo muito. Freud então apresentou a jovem a seu amigo Josef Breuer, que também pode ser considerado um dos fundadores da Psicanálise, junto a Freud. Bem, o ponto é que a jovem acabou se apaixonando por ele. O nome da jovem é Bertha Pappenheim, mais conhecida pelo nome fictício de Anna O.

Freud analisou esse caso, o vendo como um caso de transferência em que Bertha viu em Breuer uma representação de seu falecido e amado pai.

Amor e Psicanálise

Segundo Freud, o amor é um estado em que nós nos sentimos iguais à outra pessoa amada. E graças à essa pulsão, ou energia, geralmente idealizamos a pessoa amada como sendo perfeita, sem defeitos. Claro, é uma visão que devemos ter cuidado, pois isso pode nos desorientar e nos meter em problemas.

É por isso que é importante que um relacionamento se desenvolva com calma. Assim, você e a outra pessoa podem se conhecer melhor, conhecer seus pontos positivos e negativos. Com o tempo, você vai perceber que SABE que a outra pessoa tem certas características problemáticas (assim como você), mesmo assim, você decide ACEITAR essas características. Você tem plena consciência desses pontos, mas isso não diminui o amor que sente pela outra pessoa.

Entenda o amor como “amar o perfeitamente imperfeito”.

Mas, afinal, o que é o amor? E o que, não é?

Existem muitas definições para o amor. Para a Psicanálise, é uma pulsão libidinal, uma energia que move as pessoas. Para Camões, é um “fogo que arde sem se ver”. Quero comentar aqui alguns tipos de amor:

Amor fraterno: o amor que temos principalmente a amigos

Amor erótico: é o amor que os casais têm.

Amor “ágape”: essa é uma variante do grego antigo, está relacionado ao famoso “amor ao próximo”.

Amor “storge”: também grego, se relaciona ao amor entre pais e filhos.

Essas quatro definições estão relacionadas a um vocabulário grego, que apesar de antigo, é bem interessante conceitualmente. Afinal, amamos de maneira diferente nossa mãe e aquele nosso amigo, não é mesmo?

Agora, quero comentar alguns comportamentos que muitas vezes são relacionadas ao amor, mas não são em si, provas de amor:

Estar sempre brigando: por incrível que pareça, há pessoas que imaginam que brigar é uma prova de que o casal se ama, porque aparentemente, essas brigas sempre terminam “com um beijo” ou com relações sexuais. Na verdade, terminar uma discussão assim significa apenas que o assunto foi adiado, foi deixado de lado. Mas ele não acabou, continua pendente de resolução.

Além disso, se um casal está sempre brigando, esse casal deve analisar bem como anda esse relacionamento, inclusive questionar se há amor nele.

Dar sempre presentes: claro, dar presentes é comum entre pessoas que se amam, mas o fato de dar sempre presentes em si, não prova que alguém te ama. Muitas pessoas dão presentes para conseguirem favores, amenizar suas consciências por algo ruim que estão fazendo ou para fazer você pensar que elas se importam com você.

O dar presentes pode ser sim, uma prova de amor, quando outras coisas balizam, validam esse amor.

Mostrar excesso de ciúmes: como já comentei aqui, o excesso de ciúme pode destruir qualquer relacionamento. Ciúme está mais relacionado a possuir do que a amar. Quem tem ciúme excessivo, quer ter a posse da outra pessoa, quer praticamente ser o dono ou dona dela. E os motivos de desejar essa possessão podem variar. Qual a vantagem que alguém teria em te possuir?

Amar sempre vale a pena

O amor “é lindo” como dizem. Mas precisamos entender bem como ele funciona, para que não nos machuquemos. E mesmo assim, eventualmente iremos nos machucar “por amor”. Nessa hora, procure ajuda.

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