O amor é lindo! Mas como a Psicanálise vê o amor? Neste artigo, vou contar o ponto de vista da Psicanálise sobre o amor.
Entre os vários textos de Freud, temos o “Sobre o narcisismo: uma introdução.” Nesse texto, vamos que Freud mostra duas possibilidades de “objeto de amor”. Um caso, a pessoa decide amar alguém que seja igual a ela. O outro tipo é a pessoa que procura proteção, procura uma pessoa que a proteja, que a cuide.
Você percebe isso em você? No seu caso, quem te atrai mais, pessoas parecidas com você ou pessoas que te geram uma sensação de proteção, cuidado? Lembrando que na prática, isso pode significar que podemos nos apaixonar por uma pessoa que não exatamente seja igual a nós, mas que tenha alguma característica que é bem destacada em nós.
Ou podemos nos apaixonar por alguém que se pareça na maneira de ser ao nosso pai ou mãe. Curioso, não é mesmo?
Primeiro “caso de amor” estudado pela Psicanálise
Bem, lá nos primórdios da Psicanálise, uma jovem procurou Freud em busca de ajuda. Ela havia perdido o pai com uma doença terminal e estava sofrendo muito. Freud então apresentou a jovem a seu amigo Josef Breuer, que também pode ser considerado um dos fundadores da Psicanálise, junto a Freud. Bem, o ponto é que a jovem acabou se apaixonando por ele. O nome da jovem é Bertha Pappenheim, mais conhecida pelo nome fictício de Anna O.
Freud analisou esse caso, o vendo como um caso de transferência em que Bertha viu em Breuer uma representação de seu falecido e amado pai.
Amor e Psicanálise
Segundo Freud, o amor é um estado em que nós nos sentimos iguais à outra pessoa amada. E graças à essa pulsão, ou energia, geralmente idealizamos a pessoa amada como sendo perfeita, sem defeitos. Claro, é uma visão que devemos ter cuidado, pois isso pode nos desorientar e nos meter em problemas.
É por isso que é importante que um relacionamento se desenvolva com calma. Assim, você e a outra pessoa podem se conhecer melhor, conhecer seus pontos positivos e negativos. Com o tempo, você vai perceber que SABE que a outra pessoa tem certas características problemáticas (assim como você), mesmo assim, você decide ACEITAR essas características. Você tem plena consciência desses pontos, mas isso não diminui o amor que sente pela outra pessoa.
Entenda o amor como “amar o perfeitamente imperfeito”.
Mas, afinal, o que é o amor? E o que, não é?
Existem muitas definições para o amor. Para a Psicanálise, é uma pulsão libidinal, uma energia que move as pessoas. Para Camões, é um “fogo que arde sem se ver”. Quero comentar aqui alguns tipos de amor:
Amor fraterno: o amor que temos principalmente a amigos
Amor erótico: é o amor que os casais têm.
Amor “ágape”: essa é uma variante do grego antigo, está relacionado ao famoso “amor ao próximo”.
Amor “storge”: também grego, se relaciona ao amor entre pais e filhos.
Essas quatro definições estão relacionadas a um vocabulário grego, que apesar de antigo, é bem interessante conceitualmente. Afinal, amamos de maneira diferente nossa mãe e aquele nosso amigo, não é mesmo?
Agora, quero comentar alguns comportamentos que muitas vezes são relacionadas ao amor, mas não são em si, provas de amor:
Estar sempre brigando: por incrível que pareça, há pessoas que imaginam que brigar é uma prova de que o casal se ama, porque aparentemente, essas brigas sempre terminam “com um beijo” ou com relações sexuais. Na verdade, terminar uma discussão assim significa apenas que o assunto foi adiado, foi deixado de lado. Mas ele não acabou, continua pendente de resolução.
Além disso, se um casal está sempre brigando, esse casal deve analisar bem como anda esse relacionamento, inclusive questionar se há amor nele.
Dar sempre presentes: claro, dar presentes é comum entre pessoas que se amam, mas o fato de dar sempre presentes em si, não prova que alguém te ama. Muitas pessoas dão presentes para conseguirem favores, amenizar suas consciências por algo ruim que estão fazendo ou para fazer você pensar que elas se importam com você.
O dar presentes pode ser sim, uma prova de amor, quando outras coisas balizam, validam esse amor.
Mostrar excesso de ciúmes: como já comentei aqui, o excesso de ciúme pode destruir qualquer relacionamento. Ciúme está mais relacionado a possuir do que a amar. Quem tem ciúme excessivo, quer ter a posse da outra pessoa, quer praticamente ser o dono ou dona dela. E os motivos de desejar essa possessão podem variar. Qual a vantagem que alguém teria em te possuir?
Amar sempre vale a pena
O amor “é lindo” como dizem. Mas precisamos entender bem como ele funciona, para que não nos machuquemos. E mesmo assim, eventualmente iremos nos machucar “por amor”. Nessa hora, procure ajuda.
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