A preocupação é o principal ingrediente, ou até mesmo a “comida favorita” da ansiedade. Foi demonstrado que estar preocupado é tão negativo quanto estar com raiva, é uma emoção que nos desgasta e paralisa, tem impacto direto na nossa saúde, gera tensão muscular e inquietação e se altera.
Está diretamente relacionada à nossa forma de perceber e avaliar as situações e à nossa capacidade de enfrentá-las e resolvê-las.
A Preocupação pode criar pensamentos que ficam martelando na cabeça e parece que você simplesmente não consegue sair deles, mesmo sabendo que em alguns casos, são pensamentos que nem sequer fazem muito sentido.
Relação Ansiedade e Preocupação
A relação entre ansiedade e preocupação sob a perspectiva da psicanálise é um tema de grande interesse e complexidade. A psicanálise entende a ansiedade como uma manifestação de conflitos internos e de defesas psíquicas para lidar com esses conflitos.
Segundo essa abordagem, a ansiedade surge como uma resposta emocional diante de ameaças percebidas, tanto reais quanto imaginárias. Essas ameaças podem estar relacionadas a desejos não realizados, traumas não resolvidos, medos inconscientes ou conflitos internos. A ansiedade é considerada uma emoção básica que ativa mecanismos de defesa para proteger o indivíduo do desconforto emocional.
Nesse contexto, a preocupação pode ser vista como uma forma de defesa contra a ansiedade. A pessoa se ocupa antecipando e imaginando cenários futuros para evitar entrar em contato com as emoções ansiosas subjacentes. A preocupação excessiva pode ser uma estratégia inconsciente para manter a ansiedade sob controle, evitando que pensamentos ou sentimentos perturbadores aflorem à consciência. Uma estratégia que não é muito eficiente, na verdade.
Na psicanálise, procura-se identificar as origens inconscientes da ansiedade e da preocupação, investigando o histórico pessoal, as experiências de vida, os desejos reprimidos e os conflitos internos. O trabalho terapêutico busca trazer à luz os conteúdos inconscientes que alimentam a ansiedade e a preocupação excessiva, permitindo que o indivíduo compreenda e integre essas questões em seu processo psíquico.
O objetivo final do tratamento psicanalítico é fornecer ao paciente uma maior consciência de si mesmo, do seu mundo interior e das causas subjacentes à sua ansiedade e preocupação. Ao explorar os conteúdos inconscientes e os mecanismos de defesa, é possível encontrar caminhos para trabalhar esses conflitos e buscar uma maior harmonia emocional.
As preocupações parecem surgir do nada, começam a gerar um grande murmúrio, nos impedem de raciocinar e se tornam incontroláveis.
É uma narrativa dirigida a si mesmo, que salta de preocupação em preocupação e muitas vezes é seguida de catástrofes imaginadas.
Em vez de encontrar soluções para esses problemas, as pessoas que se preocupam excessivamente mergulham no medo, veem perigos na vida que os outros nunca percebem e permanecem na mesma rotina de pensamento, fixando sua atenção nas situações temidas.
No nosso dia a dia as preocupações se tornaram algo natural, elas estão lá só porque estamos vivos. Aprendemos que a vida é sinônimo de preocupação, mas preocupação não é sinônimo de responsabilidade.
É assim que a ansiedade surge de duas formas: COGNITIVA ou pensamentos preocupados, e SOMATICA, sintomas fisiológicos da ansiedade, como tontura, sudorese, frequência cardíaca acelerada, falta de ar ou tensão muscular.
Isso é o resultado de como lidamos com as situações e, acima de tudo, das ideias que temos sobre esses problemas, como acreditar, que se pensarmos constantemente sobre a situação, de alguma forma controlaremos o que acontece.
De certa forma, a preocupação é um ensaio do que pode dar errado. Está associada ao medo, principalmente a não ter controle do resultado, a falta de clareza ou a incapacidade de prever o resultado do que nos preocupa.
A missão das preocupações é encontrar soluções positivas para enfrentar possíveis ameaças, e a melhor maneira de fazer isso é descartar o que é provável do real.
Você acha que o problema será resolvido mais rápido quanto mais você se preocupar? A preocupação fará com que você encontre uma solução eficaz? Se você respondeu “não” às duas perguntas, use esse tempo e energia para encontrar a solução. Lembre-se que “preocupar-se” implica em pré-ocupação, ou seja, é uma fase anterior à tomada de uma atitude. Pense neles como um desafio para testar suas habilidades e habilidades.
Às vezes, já realizamos todas as soluções possíveis, não há mais o que fazer, é hora de criar alternativas para resolver os problemas.
Uma possibilidade é mudar nosso ponto de vista sobre o problema, a partir de uma nova perspectiva podemos avançar e não ficar ancorados sem resolver o que nos preocupa.
Aqui estão algumas etapas que você pode seguir para começar:
– Anote o que te preocupa.
– Pergunte-se se está em suas mãos resolvê-lo.
– Quais passos você deve tomar para alcançá-lo.
– Que coisas você poderia fazer hoje.
– Quem poderia te ajudar.
– Quais são as vantagens que você terá ao resolvê-lo.
E lembre-se, é melhor Ocupar do que preocupar.
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