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Como é uma pessoa histérica para Psicanálise? Psicanálise na prática

A histeria é um dos distúrbios psíquicos mais estudados e discutidos na psicanálise. É um termo que remonta à antiguidade e, ao longo da história, passou por várias conceituações e interpretações. No entanto, foi com Sigmund Freud que a histeria ganhou destaque como um fenômeno psicopatológico com base em conflitos psíquicos e sexuais. Neste artigo, vamos explorar o conceito de histeria na psicanálise, bem como descrever como age uma pessoa histérica.

A Histeria na Psicanálise

Na psicanálise, a histeria é considerada uma neurose, um distúrbio psíquico que resulta de conflitos não resolvidos entre desejos inconscientes e mecanismos de defesa. A origem dos sintomas histéricos é geralmente atribuída a experiências traumáticas ou conflitos sexuais reprimidos ocorridos na infância.

Freud desenvolveu a teoria da histeria a partir de suas observações clínicas e do tratamento de pacientes histéricos. Ele argumentou que a histeria estava ligada à repressão de desejos sexuais e agressivos, especialmente relacionados à sexualidade infantil. A energia desses desejos reprimidos seria convertida em sintomas físicos e psicológicos, que serviriam como uma expressão simbólica dos conflitos internos.

De acordo com a teoria freudiana, os sintomas histéricos podem assumir várias formas, como paralisias, afonia, cegueira psicogênica, amnésia, entre outros. Esses sintomas são vistos como uma manifestação simbólica dos conflitos emocionais e sexuais reprimidos. Freud também destacou o papel do inconsciente na formação dos sintomas histéricos, argumentando que eles eram expressões simbólicas de desejos e fantasias ocultos.

O Comportamento de uma Pessoa Histérica

Uma pessoa histérica pode apresentar uma variedade de características e comportamentos que refletem os sintomas da histeria. No entanto, é importante ressaltar que a histeria não se limita apenas ao contexto clínico, mas também pode se manifestar em aspectos da vida cotidiana.

Uma característica comum do comportamento histérico é a busca de atenção e validação por meio de sintomas físicos ou emocionais intensos. A pessoa histérica pode apresentar uma expressão dramática de suas emoções, buscando o envolvimento emocional de outras pessoas. Ela pode ter dificuldade em lidar com a ambiguidade e pode recorrer a comportamentos impulsivos ou exagerados para chamar a atenção para si mesma.

Além disso, a pessoa histérica pode experimentar sintomas somáticos inexplicáveis, como dores físicas ou sensações de formigamento, sem uma causa médica aparente. Esses sintomas podem ser recorrentes e variar em intensidade. A histeria também pode se manifestar por meio de sintomas psicológicos, como crises de choro, ataques de pânico, ansiedade ou mesmo transtornos dissociativos, nos quais a pessoa pode sentir-se desconectada de sua própria identidade ou realidade.

Outro traço característico é a chamada “conversão histérica”, na qual a pessoa transforma um conflito emocional em um sintoma físico. Por exemplo, um sentimento de raiva ou angústia pode se manifestar como uma paralisia repentina ou uma crise de dor física.

É importante mencionar que a histeria não é exclusiva de um gênero específico, embora historicamente a histeria tenha sido associada principalmente às mulheres. Homens também podem apresentar sintomas histéricos e são igualmente afetados pelos conflitos emocionais e psicológicos subjacentes.

Ou seja

A histeria, na psicanálise, é entendida como um distúrbio psíquico resultante de conflitos emocionais e sexuais reprimidos. Os sintomas histéricos são vistos como manifestações simbólicas desses conflitos e podem se manifestar tanto fisicamente quanto psicologicamente.

Uma pessoa histérica pode buscar atenção, validar seus sentimentos e emoções de forma dramática e apresentar sintomas somáticos ou psicológicos intensos. Ela pode ter dificuldade em lidar com a ambiguidade e recorrer a comportamentos exagerados para chamar a atenção para si mesma.

É importante destacar que a compreensão da histeria evoluiu ao longo do tempo e que outros enfoques e perspectivas podem fornecer diferentes interpretações do fenômeno. A psicanálise oferece um olhar profundo sobre as origens e manifestações da histeria, permitindo um melhor entendimento e tratamento dessa condição.

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Fontes:

  1. Freud, S. (1895). Estudos sobre a histeria. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, 2, 11-310.
  2. Freud, S. (1917). Conferências introdutórias sobre psicanálise. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, 16, 249-398.
  3. Mitchell, J. S., & Black, M. J. (1995). Freud and beyond: A history of modern psychoanalytic thought. Basic Books.