Daqui a pouco, vou explicar esse neologismo que você vê no título deste artigo. Primeiro eu quero comentar que sempre que um termo ou mais, uma ocupação, uma profissão se transforma em algo popular, é comum que as pessoas todas queiram utilizar esse termo, afinal querem estar na moda.
O problema é a banalização que o termo sofre. Mas pior ainda, a banalização que uma carreira pode sofrer por causa dessa moda. Vou dar como exemplo a palavra “consultor”.
Faz alguns anos, se tornou muito popular a profissão de consultor. E com isso, todo mundo quis ser consultor. Já não havia mais vendedor de loja e sim “consultor de vendas”. Vendedora de cosméticos? Agora se tornou “consultora de maquiagem”. Até mesmo uma profissão firmemente estabelecida como a de corretor de imóveis pendeu para se “consultalizar”, com isso vimos pessoas que se intitulavam “consultores imobiliários” em lugar de corretores de imóveis.
Essa distorção provavelmente vai continuar acontecendo, sempre que uma palavra entrar na moda no mundo corporativo e as pessoas quiserem seguir essa moda.
E isso aconteceu e acontece em grande escala com a profissão do coach. Agora (já faz um tempo), parece que muita gente resolver se transformar em coach, mas não porque fez alguma especialização, estudou ferramentas e técnicas. E sim pela moda.
Dessa forma, terapeutas principalmente de terapias alternativas decidiram se transformar em coachs. O mesmo aconteceu com líderes religiosos de diversos ramos incluindo gurus de modo de vida alternativos.
Graças a isso e ao fato de que se ser coach no Brasil não é exigida uma formação nem é há uma regulamentação, se você sabe fazer pipas de papel e tem talento pra isso, pode de repente se transformar em um “coach de pipas” que ajuda as pessoas a criarem pipas “com um objetivo de subir na vida”. Ok, eu exagerei, mas não duvide também.
O enorme problema é que pessoas que utilizam de crenças que não tem qualquer fundamento científico têm afirmado que como “coaches” podem curar doenças, incluindo doenças mentais e até mesmo coisas mais relacionadas com práticas espirituais como “fazer com que a pessoa amada se aproxime de você” e coisas assim.
Pessoas que se dizem coaches têm afirmado serem capazes de curar por exemplo a depressão. Com suas técnicas alternativas, eles dizem que podem fazer com que uma pessoa deixe de tomar remédios psiquiátricos e se manter mentalmente saudável apenas com as técnicas que eles ensinam.
Como resultado disso, várias pessoas têm terminado esses processos de “coaching” piores de que quando começaram. Inclusive, alguns precisando de fazer tratamentos bem extensos por conta do dano causado pela metodologia do tal “coach”.
E isso tem revoltado parte das pessoas. Não apenas isso. No caso da banalização do uso da palavra consultor, isso não prejudicou tanto assim aos consultores de verdade (um pouco sim, na verdade). Mas no caso da banalização do uso da palavra “coach” ou a “cocherização” do mercado fez com que muita gente criasse uma espécie de “coachfobia”. Eles odeiam todo o tipo de coach, seja ele um bom ou mau profissional. Na cabeça dessas pessoas, todo coach é um charlatão, preparado para tomar seu dinheiro.
Existem grupos nas redes socias que se dedicam a “desmascarar” os coaches, na verdade, geralmente nesses grupos são postados textos e imagens que atacam diretamente a todos os coaches, memes zombando da profissão e casos em que um desses “coaches” terapeutas prejudicaram pessoas.
Pessoalmente, já vi afirmações desses tais profissionais afirmando coisas como:
- Autismo pode ser tratado com vibrações positivas
- Depressão é culpa da pessoa e ela pode resolver mudando seu “mind set”.
- Só fica doente quem “vibra” na frequência da doença.
Coisas assim e até piores você encontra por aí. Isso tudo mancha a reputação de quem trabalha realmente de maneira profissional, usando metodologia que é comprovada e que não envolve crendices ou qualquer coisa de eficácia duvidosa.
E como esse tipo de mau profissional é cada vez mais comum, na cabeça das pessoas, todo coach é do mau. Elas não conseguem ver a diferença entre bons e maus profissionais.
Agora eu peço a você, que está lendo este texto, que faça o seguinte exercício: procure no Google pelo seguinte:
- Médico pedófilo
- Médico estuprador
- Anestesista estuprador (que é um médico também)
- Erro médico
- médico emprego fantasma
Você com certeza encontrou várias notícias sobre isso não é mesmo? E isso faz com que você pense que os médicos são todos maus profissionais? Ou você acha que os médicos são importantes?
A mesma coisa acontece com os coaches. O grande ponto atualmente é conhecer quem é o profissional que você está pensando em contratar, qual ou quais métodos utiliza em seu processo de coaching, quais valores tem entre outras coisas.
Um processo de coaching funciona! Mas você precisa contratar o profissional correto. Igual você faria com um médico, advogado, dentista…
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